quarta-feira, 31 de julho de 2013

Eduardo Campos aproxima-se dos urubus voando de costa da Era Lula


Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem

Por José Luiz Gomes, cientista político


Devo informa que tal expressão foi muito utilizada pelo jornalista Elio Gaspari, ao se referir aos desafetos do ex-presidente Lula, sobretudo depois da crise gerada com as denúncias do Mensalão. Segundo consta, Lula teria uma cadernetinha onde esses nomes estavam devidamente anotados. Esforçou-se pessoalmente para não permitir que esses desafetos fossem eleitos para os executivos estaduais ou para o Legislativo Federal. Teve êxito em alguns casos, noutros não. A lista é grande e, não raro, nos surpreendemos com a inclusão de novos atores políticos nesse cipoal.

Zé Ramalho, numa de suas canções, afirma que precisou transar com Deus e com o Diabo para entender o jogo dos homens. Em política, não se pode dizer que se trata de uma exceção essas manobras, traduzidas naquilo que poderíamos classificar como uma verdadeira “gangorra ideológica’, movida ao sabor do peso das conveniências. Há, entretanto, políticos que procuraram preservar um mínimo de coerência em sua vida pública, como foi o caso de Luiz Carlos Prestes, Gregório Bezerra, Miguel Arraes, Leonel Brizola. Este último muito lembrado por ocasião das manifestações de rua recente.

Por vezes, Dr. Miguel Arraes chegou a ser criticado por suas alianças políticas com setores das oligarquias pernambucanas. No contexto da correlação de forças políticas existente no Estado de Pernambuco, naquele momento, talvez fosse essa a única possibilidade viável de sagrar-se vitorioso nas urnas, estratégia que acabou sendo utilizada, pouco depois, pelo seu arquiinimigo, o senador Jarbas Vasconcelos, quando candidatou-se ao Governo do Estado. Antigo presidente do IAA, Arraes conhecia essas oligarquias como poucos. O professor Jorge Siqueira costumava dizer que a presidência daquele órgão teria sido o maior capital político de Dr. Arraes. Passou a conhecer todas as grandes cisões familiares das oligarquias do Estado, usando-as em momentos oportunos.

Se por um lado é verdade que chegou a celebrar algumas alianças táticas com essas oligarquias, também é verdade que jamais renunciou aos seus princípios ou negociou suas convicções políticas sobre as lutas populares. Numa entrevista concedida ao editor, o vice-prefeito Luciano Siqueira – depois de questionado sobre essas alianças – enfatizou que, em nenhum momento, por exemplo, Arraes abandonou os comunistas.

Em seu primeiro Governo, o governador Eduardo Campos ainda fazia alguma questão de preservar alguns desses simbologismo herdados da sua convivência política com Miguel Arraes, como a famosa visita à comunidade de Ilha de Deus, uma região bastante empobrecida do Recife, que nunca recebera antes a visita de um governante. Demorou muito pouco a estratégia de apresentar-se ao eleitorado, simbolicamente, como o herdeiro do espólio político do Dr. Miguel Arraes, naquilo que ele tinha de mais sagrado: uma profunda sensibilidade social. Uma identidade com os segmentos sociais mais fragilizados.

Desde que foi prefeito do Recife, Arraes nunca escondeu essa vocação, como pode ser atestada através do trabalho do saudoso professor João Francisco, “Pedagogia da Revolução”. Através de uma metodologia orientada pela análise de discurso, João Francisco evidencia, claramente, a diferença de projetos políticos entre Arraes e o então governador de Pernambuco, Cid Sampaio.

O neto, a princípio, esboçou uma plataforma política que procurava identificar-se com os setores populares, mas, gradativamente, foi assimilando uma agenda de orientação neo-socialista, seja lá o que isso signifique. A agenda do governo Eduardo Campos é tudo, menos socialista: crescimento expansionista sem preocupações ambientais; meritocracia familiar; sustentada numa ampla parafernália midiática, que nos coloca no melhor dos mundos, e a sua popularidade nas alturas. É o governador mais bem avaliado do país, embora o Estado apresente problemas estruturais preocupantes em diversas áreas, como se pode verificar nos últimos dados divulgados sobre o IDH.

Para completar o enredo, depois dos acontecimentos de julho, parece ter perdido o “tino” e permitiu que sua Polícia Militar cometesse uma série de abusos de autoridade – reprimindo com prisões as mobilizações de rua. Neste aspecto, aproximando-se das teses do esloveno Slavoj Zizek sobre a tendência de uma gestão sempre mais autoritária do poder político. Nisso, ele está muito bem acompanhado pelo governador do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, que perdeu completamente a cabeça e, com ela, a popularidade.  

Numa manobra política curiosa, à qual já classificamos de “equilíbrio instável”, mantém-se atrelado ao governo federal, mas costura abertamente sua provável candidatura presidencial com os setores mais atrasados e conservadores da política brasileira. Neste aspecto, não repete o avô, mas capitula-se a uma agenda nefasta engendrada pelo capital. Alia-se aos “urubus” voando de costa da Era Lula. A fauna está completa: Agripino Maia, certo senador pernambucano, Arthur Virgílio, Tasso Jereissati, Marconi Perillo, Jorge Bornhousen.

Recentemente, Eduardo Campos manteve mais de um encontro com Lula. Comenta-se que teriam conversado sobre as eleições presidenciais de 2014. É possível. Há quem assegure que Lula o teria convidado para compor uma chapa com os petistas. Aliás, quem sabe, encabeçar uma chapa, filiando-se ao Partido dos Trabalhadores. No jogo estrito da competição eleitoral, não há dúvida, ele continua como uma espécie de fiel da balança, sobretudo se considerarmos a fragilidade e os percalços da relação entre o PT e o PMDB. Mas o “Moleque” dos jardins da Fundação Joaquim Nabuco vem perdendo substância já faz algum tempo.

Até onde sabemos, Lula vinha mantendo a relação em “banho Maria”, salvaguardando a necessidade de preservar a presidente Dilma Rousseff. O fato de pleitear uma candidatura presidencial não teria sido o problema maior da relação entre ambos. O que teria deixado Lula profundamente magoado com Eduardo Campos foi essa aliança com os “urubus” voando de costa, os desafetos do seu governo. Assim como outros analistas, também não enxergamos com otimismo a possibilidade de preservação dessa aliança entre Eduardo Campos e o Planalto. Dentro do jogo pesado da política ele é uma peça importante, mas já atua no tabuleiro dos adversários e é assim que deve ser tratado daqui para frente. O caboclo já está no darkroom com o Diabo.

Recomendado pela amiga Noélia Brito.

Os coxinhas de jaleco batem ponto sem trabalhar



Médicos playboys desconhecem a existência de Hipócrates


Davis Sena Filho 


O nosso País se tornou um lugar onde os doutores de medicina, inegavelmente, dedicam-se aos seus negócios privados, prazeres, interesses econômicos e financeiros
Juramento de Hipócrates

"Prometo que, ao exercer a arte de curar, mostrar-me-ei sempre fiel aos preceitos da honestidade, da caridade e da ciência. Penetrando no interior dos lares, meus olhos serão cegos, minha língua calará os segredos que me forem revelados, o que terei como preceito de honra. Nunca me servirei da minha profissão para corromper os costumes ou favorecer o crime. Se eu cumprir este juramento com fidelidade, goze eu para sempre a minha vida e a minha arte com boa reputação entre os homens; se o infringir ou dele afastar-me, suceda-me o contrário".

Todo mundo sabe, até os muito idosos, os recém-nascidos e as crianças do jardim de infância que grande parte dos médicos trabalha em vários empregos, bem como é dona de consultórios na iniciativa privada. Muitos dos profissionais de saúde integram o serviço público, pois sabem que a estabilidade no emprego é sempre um trunfo na vida, afinal sabemos que viver é difícil. Enfim, a luta pela sobrevivência é para valer, razão pela qual a maioria dos pais sempre quando pode aconselha os filhos a levar a vida a sério, e, consequentemente, ter menos motivos para lamentar o que deixou de fazer por causa das dificuldades que se apresentam no decorrer de suas existências.

Acontece que todo mundo sabe que milhares de médicos são também os responsáveis pela crise na saúde, porque não têm compromisso com a sociedade e muito menos com o juramento de Hipócrates, que é um ensinamento profundo e primordial sobre a profissão de médico, que tem de ser exercida como um sacerdócio e não apenas como um meio para auferir lucros e dividendos, como se observa no Brasil.

O nosso País se tornou um lugar onde os doutores de medicina, inegavelmente, dedicam-se aos seus negócios privados, prazeres, interesses econômicos e financeiros, ao ponto de largarem, irresponsavelmente, os seus afazeres no serviço público, para irem direto aos seus consultórios ganhar dinheiro e atender os privilegiados, que podem pagar altos preços para ser atendidos por esses profissionais essencialmente capitalistas e que servem com exemplo ou símbolo de um mundo globalizado economicamente e, contraditoriamente, egoísta por ser exageradamente consumista, pois é edificado em um individualismo que se contrapõe a essência histórica da alma humana, que sempre se baseou durante milênios na solidariedade, por motivos associativos, comunitários, e, principalmente, de sobrevivência.

Eis que as patricinhas e os mauricinhos vestidos de branco — os médicos playboys —, com o apoio dos Conselhos de Medicina, tanto em âmbitos regionais quanto federal, saem às ruas com a intenção, inequívoca, de impedir que o Governo Federal resolva uma das pautas das manifestações de junho, que é fazer com que o atendimento médico chegue às periferias, às comunidades mais humildes das grandes e médias cidades, onde moram milhões de brasileiros, bem como as suas presenças passem a fazer parte do panorama do Brasil profundo, os rincões brasileiros, cujos moradores têm dificuldades para ter acesso ao serviço público de saúde, por falta de médicos.

Evidentemente, os governos Federal, estaduais e municipais têm de dar as condições estruturais (equipamentos, ferramentas e logística) para os médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, além dos profissionais dos setores administrativos das unidades hospitalares. Ponto. Contudo, sem generalizar, sabemos também que a classe médica dá a impressão de estar divorciada dos interesses e das necessidades do povo brasileiro e exerce a profissão com uma postura classista arrogante, preconceituosa e elitista, como bem demonstraram, sem resquício de dúvida, as declarações de certos manifestantes e lideranças classistas aos meios de comunicação de negócios privados.

A luta empreendida pelos médicos e principalmente pelos representantes dessa classe, verdadeiros barões da medicina, é lamentável. Os protestos contra o programa do Governo trabalhista conhecido como "Mais Médicos" denota, sem sobra de dúvida, que grande parte dos médicos brasileiros não está preocupada com a melhoria na área de saúde, com estrutura ou atendimento. Os doutores demonstram o quanto são descompromissados com a nação brasileira. As realidades atuais do setor de saúde são boas e adequadas para essas pessoas e não para o povo. Os médicos controlam e querem continuar a controlar o mercado de empregos, o dinheiro que circula no segmento, além de se aliarem aos laboratórios multinacionais. Eles estão encastelados nas unidades de saúde da iniciativa privada e têm como porta-vozes da classe profissional os médicos que controlam o Conselho Federal de Medicina.

Os cartazes, as faixas e as palavras de ordem dos médicos que estão a marchar nas ruas de todo o Brasil são preenchidos com dizeres autoritários, intolerantes, preconceituosos e arrivistas. São seres niilistas em toda a sua essência, porque eles, tais quais os filhos da classe média feroz e de direita, que inundaram as ruas em junho, também se autodenominam "apartidários" e "apoliticos". Entretanto, os de branco não abrem mão de seus privilégios e por causa deles lutam para mantê-los intactos, porque o que está em jogo é o controle do grande negócio que é a medicina e do qual se locupletam.

Por isto e por causa disto se recusam a ir para o interior ou para as periferias, ao tempo que boicotam e sabotam o programa "Mais Médicos" e dão uma de "joão-sem-braço" ao afirmarem que apenas faltam estrutura e logística, quando a verdade é que faltam médicos também. Os médicos playboys querem ganhar de todos os lados, por intermédio da iniciativa privada, bem como do setor público. Só que para lucrar no segmento particular tem de bater o ponto nas unidades de atendimento pertencentes á saúde pública. E o fazem, de forma corriqueira, ordinária e recorrente.

Simplesmente eles batem o ponto, e vão embora, com o objetivo de atender pacientes em seus consultórios particulares ou unidades hospitalares da iniciativa privada, que, por sinal, cobram muito caro e atendem muito mal. A resumir: muitos médicos concursados ou terceirizados que atendem na rede hospitalar pública abandonam solenemente os seus postos de trabalho e vão ganhar dinheiro no setor privado. No fim do mês, eles recebem em suas contas correntes o salário pago pelo povo contribuinte brasileiro. Essa conduta é "normal" no meio, inclusive, muitas vezes, com a conveniência dos próprios diretores e administradores das unidades de saúde pública onde os médicos playboys trabalham.

É o arrivismo em toda a sua plenitude, a apresentar, indelevelmente, toda a sua natureza sórdida e infame, com o apoio da imprensa golpista, pois essencialmente de mercado. Hoje no "Mau Dia Brasil", da Rede Globo, os apresentadores Renata Vasconcellos e Chico Pinheiro cantaram loas e boas aos protestos mequetrefes dos médicos playboys. Não satisfeitos, os jornalistas de tal concessionária pública de comunicação "entrevistaram" um paciente que se disse satisfeito com o atendimento médico, bem como "entrevistaram" também um pedestre ou transeunte, que afirmou ao repórter, que estava a praticar o verdadeiro jornalismo de esgoto, que apoiava as manifestações dos médicos.

E por que o repórter deu voz a uma pessoa "satisfeita" com o SUS ao tempo que outro cidadão disse que "apóia" os protestos dos médicos? Respondo: são casos de pirotecnia e de contorcionismo jornalístico. A imprensa alienígena e corporativa faz oposição ao governo trabalhista; e qualquer movimento social que possa favorecer a oposição, a imprensa o abraça e rapidamente digere a contestação em prol de seus interesses, que geralmente visam as eleições, bem como ajudam a desconstruir os governantes trabalhistas que assumiram o poder da República a partir de 2003.

É a primeira vez, em anos, que eu fui surpreendido pelos empregados da família Marinho a "elogiar", por meio de um paciente, o atendimento do SUS. Também fiquei igualmente surpreendido com o apoio de um cidadão comum às passeatas dos médicos playboys, que não querem ir para a periferia e o interior, mas mesmo assim, de forma prepotente e arrogante, querem impedir a contratação de médicos estrangeiros e dar fim ao programa "Mais Médicos" do Governo trabalhista.


A verdade é a seguinte: o Mau Dia Brasil e os seus "âncoras" apóiam a desfaçatez e a insensatez dos médicos. Para dar satisfação ao público, o telejornal matutino precisou amenizar a ausência de milhares de profissionais de saúde de seus postos de trabalho, e rapidamente trataram de elogiar o que jamais elogiaram: o atendimento do Sistema Único de Saúde, por intermédio de um paciente que disse que estava até surpreso com o bom atendimento. Algo assim: os médicos playboy faltam e vão às ruas protestar, mas nem por isso o atendimento ficou pior. Pelo contrário, até melhorou. Durma-se com um barulho desse. Os médicos playboys desconhecem a existência de Hipócrates. É isso aí.Fonte:Palavra Livre

Quem é Ucho Haddad?

ucho_haddadTriste do país em que há bandidos querendo dar lição de moral aos outros.A respeito do "Fora Alckimin" do último 30 de julho, assim escreveu Ucho Haddad, um dos blogueiros mais podre, mais imundo do Brasil:"Nem mesmo o mais tolo dos seres humanos acreditaria na informação de que o protesto criminoso realizado na Avenida Paulista, em São Paulo, na noite de terça-feira (30), teria sido organizado a partir das redes sociais. Com aproximadamente 300 participantes, a maioria com máscaras ou com o rosto coberto por panos e camisetas, o protesto teve como alvo o governador Geraldo Alckmin, mas não passou de um ato criminoso contratado por alguns partidos de esquerda".E acusa expressamente o PT:"A estratégia de colocar Geraldo Alckmin como alvo do protesto passa pelo projeto petista de tomar de assalto o Palácio dos Bandeirantes, sede do Executivo paulista. Para emplacar o golpe final, que permitirá a instalação de uma ditadura comunista no País, o PT precisa assumir o comando do mais rico e importante estado brasileiro, São Paulo, onde a Polícia Militar tem mais integrantes do que os exércitos de muitos países".


Os cariocas, com ajuda dos paulistanos, fizeram o movimento "Fora Cabral", e esse filho da puta, trambiqueiro não deu um pio, achou tudo normal. Os cariocas passaram vários dias defronte à casa de Cabral pedindo a sua cabeça e esse meliante não escreveu nada a respeito, achou tudo bem.Agora, só porque 300 protestantes pediram a queda de Geraldo Alckmin, esse estelionatário, falsificador acusa o PT de ter sido o causador do protesto.

O cara é tão estúpido, tão canalha que acusa o PT de querer "instalar uma ditadura comunista no País".Vê se pode? Somente uma mente doentia feito a de Ucho Haddad para falar em instalação do comunismo no Brasil.Nem o PSOL, nem o PSTU, muito mais à esquerda do PT, pensam assim.


Mas, afinal, quem é UCHO HADDAD:




José Paulo Lanyi, Fabiano Falsi e Fábio José de Mello

"Ucho Haddad, ou Evaldo Haddad Fenerich", copyright Comunique-se (www.comuniquese.com.br), 1/07/03

"Ucho Haddad é o nome do editor do site UH! Comunicação Ilimitada, lançado há pouco mais de um mês em São Paulo. Evaldo Haddad Fenerich é o nome de um publicitário com várias passagens pela polícia, uma prisão e uma condenação pela Justiça do Estado de São Paulo. Ucho Haddad é Evaldo Haddad Fenerich.

Ucho Haddad apresenta-se como um baluarte do jornalismo investigativo - por alguns, é reconhecido como tal. Ao que parece, Evaldo Haddad Fenerich tem várias profissões, dada a versatilidade de seu cotidiano. Nos registros da polícia e da Justiça, ele se autodeclara publicitário. Em outros trechos do processo a que responde, atualmente, por estelionato, figura como consultor de investimentos em bancos estrangeiros. Não bastasse, o mesmo Fenerich - tal qual seu alter-ego, Ucho Haddad - tem propalado, há muito, sua inclinação pela lida de Hipólito José da Costa.

Evaldo Haddad Fenerich nasceu em 30 de outubro de 1958. Deve satisfação à Justiça há mais de dez anos. Habituou-se, desde 1992, a responder a inquéritos criminais: apropriação indébita, estelionato e outras fraudes, crimes falimentares, falsificação de documento público, falsificação de documento particular, uso de documentos falsos, receptação, ameaça... Mas, ressalte-se, foi condenado em somente um deles: por apropriação indébita, em 02/02/98. A sentença: um ano de reclusão em regime aberto e 10 dias-multa. Concedido o sursis, pôde cumprir a pena em liberdade.

Ele responde, hoje, a um processo por estelionato e outras fraudes. É acusado de ter aberto uma empresa para arrancar dinheiro de gente interessada em empréstimos e investimentos em bancos estrangeiros. De acordo com o depoimento de um ex-funcionário, Fenerich cobrava US$ 20 mil (na época, câmbio com paridade real-dólar) para fazer a operação; teria uma fórmula para evitar a corrida ao escritório, na rua Francisco Leitão, centro de São Paulo: depositava os juros na conta de suas supostas vítimas. Algo em torno de 5% ao mês. Aparecem na quizumba três empresas que seriam de Fenerich: QI Holding, Activa Financial Service e Apoio Financial Service. O escritório teria sido fechado; Fenerich, desaparecido, viajado para Miami. São informações públicas do processo 050.99.090664-9, controle 374/01, da 3ª Vara Criminal da Capital, Fórum Criminal Ministro Mário Guimarães, Barra Funda, região central de São Paulo. Ao todo, são 370 páginas em dois volumes.

O processo teve origem na denúncia de uma comerciante que se tratava de câncer e se disse envolvida pela amizade de Fenerich. Ela o acusa de ter embolsado todas as suas economias: US$ 10 mil e R$ 25 mil. O novo amigo era prestativo, indispensável. Teria prestado auxílio por muitos dias naqueles tempos difíceis de quimioterapia. Diz a suposta vítima que Fenerich ofereceu ajuda para investir o dinheiro. Seria ele, afinal, um legítimo representante de um banco de San Diego (EUA). A comerciante teria entregado a quantia a Fenerich. Deu-lhe também- diz ela- passagens aéreas da American Airlines, às quais teria direito como prêmio de milhagem acumulada.

Fenerich nega as acusações. Em seu depoimento, diz que ele e a comerciante teriam mantido um relacionamento íntimo. Estaria sendo acusado por vingança pessoal.

A suposta vítima diz que o acusado tentou evitar que fosse à polícia: deu-lhe um cheque de R$ 9,8 mil (anexado ao processo). O cheque, do Banco Excel Econômico, não tinha fundos, e fora emitido pela Comercial Importadora e Exportadora Quiller- uma empresa de terceiros que já havia sido fechada.

No mesmo processo, outra acusação contra Fenerich: ter falsificado uma cédula de identidade de um lavador de carros e uma conta de luz, no nome do dono da identidade encontrada, para abrir uma conta no Banco Bandeirantes. A identidade teria sido perdida na rua. Nos autos, pode-se ver uma cópia do suposto documento falsificado: a foto é de Fenerich; o nome é da outra pessoa- teria sido usada como laranja.

Apesar de intimado, Fenerich faltava às audiências. A Justiça deu-o por foragido. Em abril de 2001, a juíza auxiliar da 3ª Vara Criminal da Capital, Nidea Rita Coltro Sorci, decretou-lhe a prisão preventiva. O acusado foi preso na casa de sua mãe, em 31/08/01, às 14h30, por investigadores do 27º DP (Campo Belo, zona sul de São Paulo) - distrito em que permaneceu por quase um mês (em 24/09, a juíza mandou soltá-lo).

A próxima audiência está marcada para o dia 23 de agosto.

Miami e o dossiê Cayman

Vamos voltar no tempo, por apenas alguns dias. Na entrevista concedida a esta coluna (leia Bastidores do Caso Cayman, no Leia Também), o jornalista Ucho Haddad contou ter-se infiltrado, em Miami, no grupo acusado de falsificar o dossiê Cayman. Estranhamente, tornou-se amigo dos supostos falsificadores; quando dois deles foram presos - por outras acusações - chegou a ajudá-los com petições à justiça americana.

Evaldo Haddad Fenerich diz que viajava aos Estados Unidos para se tratar de um câncer linfático. Enviou à Justiça de São Paulo um comunicado (31/05/2000) do Memorial Sloan-Kettering International Center, de Nova York, que o informava de uma consulta com o Dr. Straus em 03/06/2000. O documento versava sobre todos os procedimentos de praxe: entre outras recomendações, orientava o paciente acerca do registro no hospital, do custo da primeira consulta (US$ 1 mil) e de uma eventual internação (US$ 100 mil de depósito). Um dos advogados de Fenerich buscava relaxar-lhe a prisão preventiva, com a alegação de que ele deveria prosseguir com o tratamento iniciado nos Estados Unidos em janeiro de 1998. Fenerich viajaria diuturnamente a esse país por causa da terapia. No entanto, de acordo com declaração do próprio acusado à Justiça Brasileira, o tratamento teria começado em 13.06.2000, nesse mesmo Memorial Sloan-Kettering International Center, em Nova York. Fenerich dizia não poder comparecer às audiências (estelionato e outras fraudes) porque o tratamento se alongaria até o fim daquele ano. No processo, até hoje não constam documentos sobre consultas, cirurgias, exames realizados, nada que pudesse comprovar o tratamento nos Estados Unidos. Em um determinado trecho, a defesa de Fenerich argumentava: ele descobrira a doença em 1997, no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Os comprovantes apresentados à Justiça são atestados médicos e exames realizados no Hospital Ipiranga (SUS), de São Paulo, em agosto de 2001.

Na entrevista gravada concedida a este colunista, Evaldo Haddad Fenerich dissera ter-se tratado em um hospital de Miami, por obra de um convênio com um hospital de Nova York. O tratamento seria mais barato. Fenerich não fez à Justiça de São Paulo nenhuma referência a hospitais de Miami, tampouco apresentou documentos que comprovassem o seu tratamento nessa cidade.

Fenerich viajara muitas vezes aos Estados Unidos, revelam as cópias de seu passaporte anexadas ao processo 374/01. O editor do site UH! Comunicação Ilimitada fazia a conexão Guarulhos-Atlanta-Miami, em vôos da Delta Airlines. As viagens se deram (considerando-se a ida e a volta): 1998 - em janeiro, fevereiro, março, abril, maio, julho e setembro; 1999 - em fevereiro, julho, novembro e dezembro; 2000 - em junho, setembro, outubro e novembro.

Rabinovici: Fenerich me ofereceu o dossiê

O Jornal da Tarde e o Estadão publicaram, em 09/10/2000, uma reportagem em que Evaldo Haddad Fenerich é acusado de leiloar o dossiê Cayman II. O artigo é assinado por Renan Antunes de Oliveira: Uma versão II do dossiê Cayman está em leilão para políticos e jornalistas, com lance inicial de US$ 60 mil. A papelada, supostamente comprometedora para o presidente Fernando Henrique e a liderança tucana, está sendo oferecida em Miami pela advogada Heloísa Ferraz, de 42 anos, mulher do empresário José Maria Teixeira Ferraz Junior, de 45, preso desde março pelo FBI por narcotráfico. Quem pagar mais, leva, disse Heloísa, ontem, por telefone. Outro trecho: Ferraz garante ter a única cópia autenticada - hoje nas mãos da mulher e de um outro sócio, Evaldo Fennerick (sic).

Na entrevista a Link SP, Ucho Haddad (Evaldo Haddad Fenerich) negou o leilão e chamou Renan Antunes de Oliveira de antiético. Hoje mais um jornalista o acusa de tentar negociar o dossiê: Moisés Rabinovici, superintendente de comunicação da Associação Comercial de São Paulo.

Esta coluna procurou o ex-diretor da Agência Estado. Haddad diz ser seu amigo. Rabino, como é conhecido, negou a intimidade, disse que o encontrou em três ocasiões: quando Fenerich se queixou de Oliveira ao Grupo Estado; quando ele apareceu na redação com um pedido de emprego para uma mulher; quando ele lhe ofereceu o dossiê Cayman.

Encontraram-se, diz Rabino, a pedido dele, Evaldo Haddad Fenerich. A conversa deu-se em um bar aberto, numa travessa da Avenida Paulista, próximo à Avenida Estados Unidos. Fenerich apresentou-lhe uma pasta fechada. Dentro da valise estariam os papéis de Cayman. Rabinovici não viu os documentos. Fenerich propôs o negócio, sem declinar o valor. Queria, primeiro, saber se o Grupo Estado tinha interesse em comprar o dossiê. Rabino diz ter levado a oferta à alta direção do Grupo. A resposta: Nós não compramos esse tipo de informação. Rabino diz que informou o proponente, e foi só.

Fenerich nega a acusação de Rabinovici. Eu nunca quis vender nada para ninguém. Não vou entrar nessa polêmica.

No início da entrevista a esta coluna, Moisés Rabinovici foi indagado se era amigo do jornalista Ucho Haddad. Rabino demorou a entender o que, literalmente, lhe soletraram. Nunca ouvira falar. Mas reconheceu o sobrenome Fenerich."



terça-feira, 30 de julho de 2013

Instituto Lula rebate FHC sobre o resultado no IDHM


O corno manso FHC, como não tem nada para apresentar à Nação, fica tentando dizer que seu governo foi muito mais inclusivo socialmente que o de Lula.Foi uma merda.Qualquer brasileiro que tenha um mínimo de juízo sabe muito bem que o Brasil melhorou e muito depois da chegada de Lula ao poder.Lula foi melhor que o corno manso FHC em todas as áreas do governo, e só não foi ainda melhor porque pegou um país quebrado, devendo a Deus e ao diabo.Vai sifu, FHC!


"As já tradicionais comparações entre os governos tucano e petista ganharam um novo elemento nesta segunda-feria, quando o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) apresentou, em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) e a Fundação João Pinheiro, o Atlas doDesenvolvimento Humano Brasil 2013. A notícia é muito boa para o Brasil, pois os dados indicam crescimento de 47,8% no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) brasileiro. Como trata dos últimos 20 anos, contudo, o levantamento deixou uma dúvida no ar: quem fez mais pelo País nesses anos, PT ou PSDB?

Os tucanos trataram logo de destacar que o IDHM cresceu mais durante a década em que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso governou. "Entre 1991 a 2000, período que contempla o lançamento e a consolidação do Plano Real, o IDHM cresceu 24,4%", destacou o PSDB em seu site. "Já entre 2000 e 2010, década marcada pela chegada do lulismo ao poder, a evolução foi de 18,8%", comparam os tucanos, levando FHC a alfinetar por seu perfil no Facebook: "Verdades da História sempre vencem a propaganda política populista".

Coincidência ou não, horas depois o Instituto Lula publicaria texto intitulado 'Dados do IDH por município mostram escala das mudanças no Brasil nos últimos 10 anos', com evidente destaque para as melhorias por que o país passou entre 2000 e 2010. "O Brasil viveu uma radical mudança em qualidade de vida, distribuição de renda e educação entre 2000 e 2010", diz o texto que menciona comentário feito por Lula na semana passada, durante discurso na comemoração pelos 10 anos do PT no poder: "Tem gente querendo fazer com que as pessoas esqueçam o que fizemos nos últimos dez anos. Nós temos o direito de reivindicar tudo que falta, mas temos a obrigação de reconhecer tudo que conquistamos".

Ao analisar o levantamento, o Instituto Lula prefere se concentrar em outros dados. "Em 1991, 99,2% dos municípios brasileiros estavam nas faixas de IDH de Baixo e Muito Baixo desenvolvimento. Em 2000, 71,5% dos municípios, bem mais de dois terços do país, encontravam-se na mesma situação. Dez anos depois, esse número havia baixado para 25,2%, porcentagem menor do que a dos municípios no extremo oposto, de Alto e Muito Alto Desenvolvimento, que faziam 34,7% do país.Com informações do Brasil 247.

Ex-ministro ligado a esquema de corrupção é escolhido para coordenar campanha de Aécio






por Helena Sthephanowitz 


Em 1997, Aécio fez projeto de decreto para convocar plebiscito, mas em 2013 foi contra Constituinte restrita

O candidato ao Palácio do Planalto em 2014 Aécio Neves (MG), apesar de eleito para o Senado, tem ocupado o seu tempo longe de Brasília. Na semana passada, ele definiu quem será o coordenador de sua campanha em Minas Gerais. O escolhido foi Pimenta da Veiga, ministro das Comunicações de Fernando Henrique Cardoso, que também coordenou a campanha à Presidência até o primeiro turno de José Serra em 2002, ano em que o tucano foi derrotado por Lula.

A linha de ataque a ser adotada por Veiga, o indicado do PSDB ao governo de Minas, a pedido de Aécio é mais uma vez aquele velho assunto: explorar o envolvimento do PT no caso do chamado “mensalão” para tentar desgastar a candidatura à reeleição da presidenta Dilma e a provável candidatura do ministro Fernando Pimentel (PT) ao governo de Minas.

Ao que tudo indica, Aécio está sofrendo de sério problema de memória: em 1997 ele fez projeto de decreto para convocar plebiscito, mas foi contra em 2013. Fernando Henrique defendeu a proposta de Constituinte restrita. Aécio apoiou, agora é contra. Aécio esqueceu agora que Marcos Valério e sua agência de propaganda SMPB conseguiram contratos com os Correios (empresa subordinada ao Ministério das Comunicações) durante a gestão de Pimenta Veiga de 1999 a 2002.

Os primeiros contratos dos Correios com as empresas de publicidade de Marcos Valério foram firmados com o Ministério das Comunicações, segundo relatórios da Polícia Federal, a partir do ano 2000. No entanto, desde 1998, Valério presta serviços ao tucanato. A Polícia Federal rastreou quatro depósitos feitos pelas empresas SMPB e DNA Propaganda à conta de Pimenta da Veiga, totalizando R$ 300 mil. Além disso, durante CPMI dos Correios instaurada em 2005 foi encontrado um contrato de empréstimo de R$ 152 mil no BMG no qual Veiga figura como devedor a Valério.

A operação considerada suspeita entre a estatal, a agência de publicidade de Valério e Veiga acabou indo parar no relatório da investigação. Em depoimento, os empresários Dennis Giacometti e Iran Castelo Branco, donos da empresa Giacometti, contaram que mais de 70% do lucro de R$ 9,7 milhões que eles obtiveram com o contrato com os Correios foram depositados em uma conta de Valério no Banco Rural. Ainda segundo investigação, a  conta de Valério no Banco Rural é a mesma que abasteceu o “valerioduto”.

Na CPMI, apareceu também um pagamento de R$ 150 mil, em 2003, das empresas de Marcos Valério para Pimenta da Veiga.  Mas acabou em pizza quando o ex-ministro afirmou que se tratava de "consultoria jurídica".

Relatório da Polícia Federal aponta o esquema em Minas, de 1998, quando o atual deputado Eduardo Azeredo era governador, como seu principal beneficiário. Segundo a investigação, pelo menos R$ 5,17 milhões, em valores da época, saíram de estatais mineiras para o esquema de arrecadação paralela de recursos da campanha de Azeredo, por meio da SMPB.

Os desvios ocorreram por meio de cotas de patrocínio de eventos e publicidade fictícia. Aécio é citado em uma lista como beneficiário de R$ 110 mil na campanha de 1998, quando foi candidato a deputado federal.

A  ligação de Pimenta da Veiga  com personagens do esquema de corrupção nos Correios, cujas investigações desembocaram no escândalo do mensalão tucano de Minas, promete ir a julgamento no inicio de 2014, segundo afirmação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel.




Para quem tem telhado de vidro é melhor pensar duas vezes antes de acusar adversários com historia  que levam    digitais tucanas

Enquanto o PiG blinda os tucanos, a mídia alemã escancara a roubalheira


Escândalo no Brasil põe em dúvida esforços anticorrupção da Siemens


Há alguns anos, megaescândalo de propina levou a Siemens a trocar quase toda a diretoria e pagar multas bilionárias. Empresa prometeu mudar, mas escândalo de formação de cartel no Brasil lança dúvida sobre a promessa.

Não faz muito tempo, a Siemens esteve no centro de um dos maiores escândalos de corrupção da história empresarial da Alemanha. Em novembro de 2006, um grande esquema de pagamento de propinas veio à tona, levando ao afastamento de praticamente toda a diretoria no primeiro semestre de 2007.

Em resposta ao problema, a empresa adotou um programa anticorrupção, e a nova gestão, sob o presidente Peter Löscher, garantiu que preferiria abrir mão de negócios lucrativos a ter novamente que lançar mão de práticas ilícitas.

Mas um novo caso no Brasil parece expor a dificuldade que a empresa sediada em Munique tem em transformar palavras em atos. Na última semana, a Siemens notificou as autoridades antitruste brasileiras sobre uma formação de cartel, com participação da multinacional alemã, para fraudar licitações para a compra de equipamento ferroviário e para a construção e manutenção de linhas de trem e de metrô em São Paulo e em Brasília.


Em comunicado tornado público em seguida à divulgação da denúncia pela imprensa brasileira, o grupo afirmou que sua direção está informada da investigação e lembrou dos esforços realizados desde 2007 pela multinacional para desenvolver um sistema de controle eficaz e da "obrigação de todos os funcionários de cumprir as leis de defesa da concorrência". A companhia ressaltou também que está cooperando com as autoridades brasileiras "de forma irrestrita".

Mas, segundo o jornal Süddeutsche Zeitung, as irregularidades em negócios praticados pela Siemens no Brasil foram denunciadas à empresa já em 2008, ou seja, depois da promessa de mudança. E nada aconteceu.

Em junho de 2008 apareceram indícios muito concretos de negociações ilícitas, afirma o periódico. Um deputado brasileiro e um ex-funcionário da Siemens descreveram na época, com detalhes, a forma como a companhia fechava acordos com outras empresas. As denúncias envolviam também subornos a autoridades brasileiras. O caso era muito semelhante ao que veio à tona agora, afirma o jornal. Em 2010, apareceram novas evidências, que, assim como as anteriores, não levaram a nada.

O jornal sugere que a Siemens não investigou os fatos na época para não ficar em desvantagem na disputa por contratos relacionados à Copa do Mundo de 2014 e aos Jogos Olímpicos de 2016.


Megaescândalo de corrupção


O megaescândalo de 2006 foi um choque para a Siemens na época e deu início a um profundo processo de mudança. E também custou caro. Na sequência do escândalo, um tribunal de Munique condenou a empresa em outubro do ano seguinte a pagar uma multa de 201 milhões de euros. A Securities and Exchange Commission, reguladora do mercado acionário dos EUA, também abriu investigação contra a Siemens, já que ela é listada em Wall Street. Um acordo extrajudicial custou à companhia sediada em Munique 800 milhões de dólares.

Ao todo, os danos à empresa pelo imbróglio são avaliados em quase 3 bilhões de euros, incluindo pagamento de multas, gastos com auditorias e recolhimento suplementar de impostos.

Pouco antes do veredicto, em janeiro de 2007, a Siemens fora condenada pela União Europeia, juntamente com 11 empresas multinacionais, ao pagamento de multa de 750 milhões de euros por formação de cartel para manipulação dos preços de instalações elétricas de alta tensão. A maior parte da penalidade, 400 milhões de euros, coube ao grupo alemão. Foi a segunda maior multa já imposta a uma companhia dentro do bloco europeu.

Por pressão do governo dos EUA, a Siemens engajou o ex-ministro alemão das Finanças Theo Waigel para controlar se a empresa estava de fato modificando sua cultura empresarial e implementando as reformas acertadas. A equipe chefiada por Waigel entrevistou mais de 2.500 funcionários ao redor do mundo, entre 2009 e 2012, e, ao entregar seu relatório final, teceu elogios à empresa. "A Siemens implementou todas as nossas recomendações", declarou Waigel ao final de 2012.


Denúncia de formação de cartel


Além da Siemens, subsidiárias de outras empresas internacionais teriam participação no cartel denunciado no Brasil, incluindo a francesa Alstom, a canadense Bombardier, a espanhola CAF e a japonesa Mitsui. Elas teriam combinado ilegalmente o valor que iriam apresentar em licitações, para conseguir preços entre 10% e 20% mais caros do que os praticados no mercado.

No início deste mês, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão que atua na defesa da concorrência, realizou com a Polícia Federal uma operação de busca e apreensão em 13 empresas supostamente envolvidas no esquema, localizadas em São Paulo, Diadema, Hortolândia e Brasília. A análise do material apreendido pode, no entanto, levar até três meses.

As denúncias da Siemens dariam conta de que o cartel teria atuado em pelo menos seis licitações. No entanto, ainda não são conhecidos a abrangência real, a duração do esquema e os danos causados. Os negócios em que há envolvimento da Siemens são avaliados em centenas de milhões de euros. No começo dos anos 90, a empresa alemã ganhou concorrência para a construção da primeira fase da Linha 5 do metrô de São Paulo, estimada em 600 milhões de reais, contrato em que teria havido um acerto ilícito com a francesa Alstom



 Trens de alta velocidade da Siemens em atividade na Espanha

Também teria havido irregularidades num contrato do ano 2000 para fornecimento de dez trens, em 2000, que a Siemens construiu juntamente com a Mitsui. E também teria havido fraudes em relação a contratos assinados pela Siemens em 2007, no valor de 96 milhões de reais por ano, para manutenção do metrô de Brasília. Nesse caso, a empresa alemã teria feito acordo ilícito com a Alstom, que fornecera os trens ao governo do Distrito Federal.

Ao denunciar o esquema, a Siemens assinou, segundo a imprensa brasileira, um acordo de leniência, garantindo à empresa e a seus executivos imunidade contra punições da justiça, caso a formação de cartel seja confirmada, em contrapartida à cooperação nas investigações.

Trem-bala

A denúncia da Siemens sobre formação de cartel em projetos na área de transporte ferroviário chega em um momento sensível. No próximo mês, deve ocorrer o leilão para a construção do trem de alta velocidade que ligará Rio e São Paulo, o primeiro do tipo na América Latina.


As empresas envolvidas no suposto cartel estão entre os candidatos mais promissores na disputa pelo megaprojeto, cujos custos são avaliados pelo governo brasileiro em 35 bilhões de reais. Além das cinco multinacionais acusadas de acordos ilícitos de preços, apenas outras cinco empresas no mundo são capazes de construir trens de alta velocidade, das quais, por sua vez, somente a sul-coreana Rotem confirmou interesse em participar da concorrência.


FONTE:DW

Apesar da blindagem do PiG, o propinoduto tucano avança



Ministério Público Estadual entra na investigação sobre propina e superfaturamento de obras no metrô e nos trens metropolitanos de São Paulo, denunciados pela empresa alemã, que integra o cartel; órgão pedirá às Justiças suíça e alemã cópias de depoimentos e de documentos bancários com indícios de supostos pagamentos feitos por executivos a "agentes públicos" que trabalharam no governo do Estado; enquanto isso, com exceção da revista Istoé, que deu detalhes do caso, a imprensa em geral blinda autoridades tucanas envolvidas; em meio à má fase do Brasil, empresa demite seu presidente-executivo, Peter Loescher


Apesar da blindagem geral da imprensa, o caso Siemens acaba de ganhar um impulso. O Ministério Público Estadual entrou na investigação que trata de propina e superfaturamento de obras no Metrô e na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), denunciados pela multinacional alemã, que integra o cartel. O órgão pedirá às Justiças suíça e alemã cópias de depoimentos e de documentos bancários com indícios de supostos pagamentos feitos por executivos a "agentes públicos" que trabalharam no governo do Estado.

Quatro promotores paulistas se encontraram, na semana passada, com seis advogados da empresa. Já se sabe da existência de depoimentos de executivos em que são relatados pagamentos a dirigentes das duas empresas de transporte sobre trilhos do Estado. O objetivo, agora, é investigar a denúncia de pagamentos de propina a autoridades do governo paulista durante os 20 anos de administração do PSDB, passando pelas gestões de Mário Covas (1995-2001), Geraldo Alckmin (2001-2006) e José Serra (2007-2010).

Também há suspeita do crime de lavagem de dinheiro. Nos depoimentos dos ex-executivos da multinacional, que fizeram em maio um acordo de leniência – quando o delator fica isento de punições – para delatar a existência de um cartel em São Paulo e em Brasília, foi denunciada a participação de 15 empresas, em um caso que está sendo investigado pela Procuradoria Geral da República.

De acordo com reportagens divulgadas nas duas últimas edições da revista Istoé, que teve acesso a documentos sobre as declarações de executivos da Siemens, houve a participação tanto de servidores públicos como de autoridades do governo, que também teriam sido beneficiados. "De acordo com testemunhos oferecidos ao Cade e ao Ministério Público, esse contrato rendeu uma comissão de 7,5% a políticos do PSDB e dirigentes da estatal", diz o texto, que aponta que os cofres paulistas foram lesados em ao menos R$ 425 milhões com o superfaturamento das obras.

Blindagem da mídia

O caso Siemens foi divulgado primeiramente pela Folha de S.Paulo, que apesar do furo, praticamente não voltou ao assunto nos dias que se seguiram. Nesta segunda-feira 29, o jornal publicou uma segunda reportagem, informando que a Siemens admitia devolver o dinheiro das licitações pelas quais foi beneficiada. No texto, porém, não constava a participação de nenhum dos governos tucanos. O deputado petista Ricardo Berzoini comentou o fato: "Nunca vi nada igual!! Rabo preso com o PSDB??". Os jornais concorrentes também não têm dado espaço para a investigação.

Presidente é demitido

Em meio à má fase pela qual passa a empresa no Brasil, o presidente-executivo da Siemens, Peter Loescher, terá sua demissão oficializada durante reunião do conselho nesta quarta-feira 31. O homem-forte deixa a direção do grupo alemão depois de ter emitido um alerta cortando sua meta de margem de lucro para 2014, o que arrastou o preço das ações da Siemens. O executivo interpretou erroneamente o desenvolvimento da demanda nos principais mercados do grupo. A demissão pode arrastar também o presidente do Conselho de Administração, Gerhard Cromme.Com informações do Brasil 247

Eliane Cantanhêde admite que o governo do PT melhorou o Brasil



Eliane Cantanhêde mesmo sendo crítica feroz do PT foi levada, pelos números do PNUD, que mostrou que o país deu um "salto impressionante" em relação ao IDHM,  a admitir que o Brasil melhorou depois de Luis Inácio Lula da Silva.Mas, para não deixar os tucanos chateados, não perdeu a chance de elogiar FHC.Diz Cantanhede:O IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal) confirma que o Brasil, mesmo que aos trancos e barrancos, vai no bom caminho. E que, apesar das críticas e da guerra cruenta entre PSDB e PT, foi sob o comando do sociólogo Fernando Henrique Cardoso e do grande líder de massas Luiz Inácio Lula da Silva que o país efetivamente deu seu grande salto".


Vamos por parte  Eliane Cantanhede. O Brasil não deu grande saldo com FHC, o grande salto dado pelo Brasil foi no governo Lula.Como dito ontem, a maior evolução do IDHM se deu justamente no durante o período de 2000 – 2010. O IDHM é calculado com base em dados dos censos do IBGE de 1991, 2000 e 2010. À luz dos critérios adotados nesta edição do Atlas, o Pnud recalculou o índice das décadas anteriores, chegando aos seguintes resultados: em 1991, 85,8% dos municípios brasileiros fariam parte do grupo de muito baixo desenvolvimento humano, isto é, com pontuação inferior a 0,500. Em 2000, esse percentual já tinha caído para 70% e, em 2010, despencou para apenas 0,57%, o equivalente a 32 municípios brasileiros. Ou seja, somente a partir da última década se deu a mudança mais significativa. Resumindo: No período de 1991-2000 houve redução 14,2%. Já de 2000-2010 a redução foi de EXTRAORDINÁRIOS 60,5%! Portanto, foi no Governo Lula(2003-2010) que se deu a mais sensível melhora nos índices do IDHM dos municípios brasileiros que fariam parte do grupo de muito baixo desenvolvimento humano!Contra fatos não há argumentos".


Um governo que deixou com um risco país de 2.300 pontos, com inflação 12%, dívida externa de 700 bilhões, juros de 25%, reservas quase zero, desemprego de 20%, débito monstruoso como FMI, com arrocho salarial, sem credibilidade perante o mundo, que criou uma lei proibindo a expansão de escola técnica, que não construiu nem sequer uma universidade, só pode ter contribuído com os avanços sociais do Brasil na cabeça infértil de Elaine Cantanhede.