Ministério Público
Estadual entra na investigação sobre propina e superfaturamento de obras no
metrô e nos trens metropolitanos de São Paulo, denunciados pela empresa alemã,
que integra o cartel; órgão pedirá às Justiças suíça e alemã cópias de
depoimentos e de documentos bancários com indícios de supostos pagamentos
feitos por executivos a "agentes públicos" que trabalharam no governo
do Estado; enquanto isso, com exceção da revista Istoé, que deu detalhes do
caso, a imprensa em geral blinda autoridades tucanas envolvidas; em meio à má
fase do Brasil, empresa demite seu presidente-executivo, Peter Loescher
Apesar da
blindagem geral da imprensa, o caso Siemens acaba de ganhar um impulso. O
Ministério Público Estadual entrou na investigação que trata de propina e
superfaturamento de obras no Metrô e na Companhia Paulista de Trens
Metropolitanos (CPTM), denunciados pela multinacional alemã, que integra o
cartel. O órgão pedirá às Justiças suíça e alemã cópias de depoimentos e de documentos
bancários com indícios de supostos pagamentos feitos por executivos a
"agentes públicos" que trabalharam no governo do Estado.
Quatro promotores
paulistas se encontraram, na semana passada, com seis advogados da empresa. Já
se sabe da existência de depoimentos de executivos em que são relatados
pagamentos a dirigentes das duas empresas de transporte sobre trilhos do
Estado. O objetivo, agora, é investigar a denúncia de pagamentos de propina a
autoridades do governo paulista durante os 20 anos de administração do PSDB,
passando pelas gestões de Mário Covas (1995-2001), Geraldo Alckmin (2001-2006)
e José Serra (2007-2010).
Também há suspeita
do crime de lavagem de dinheiro. Nos depoimentos dos ex-executivos da
multinacional, que fizeram em maio um acordo de leniência – quando o delator
fica isento de punições – para delatar a existência de um cartel em São Paulo e
em Brasília, foi denunciada a participação de 15 empresas, em um caso que está
sendo investigado pela Procuradoria Geral da República.
De acordo com
reportagens divulgadas nas duas últimas edições da revista Istoé, que teve
acesso a documentos sobre as declarações de executivos da Siemens, houve a
participação tanto de servidores públicos como de autoridades do governo, que
também teriam sido beneficiados. "De acordo com testemunhos oferecidos ao
Cade e ao Ministério Público, esse contrato rendeu uma comissão de 7,5% a
políticos do PSDB e dirigentes da estatal", diz o texto, que aponta que os
cofres paulistas foram lesados em ao menos R$ 425 milhões com o
superfaturamento das obras.
Blindagem da mídia
O caso Siemens foi
divulgado primeiramente pela Folha de S.Paulo, que apesar do furo, praticamente
não voltou ao assunto nos dias que se seguiram. Nesta segunda-feira 29, o
jornal publicou uma segunda reportagem, informando que a Siemens admitia
devolver o dinheiro das licitações pelas quais foi beneficiada. No texto,
porém, não constava a participação de nenhum dos governos tucanos. O deputado
petista Ricardo Berzoini comentou o fato: "Nunca vi nada igual!! Rabo
preso com o PSDB??". Os jornais concorrentes também não têm dado espaço
para a investigação.
Presidente é
demitido
Em meio à má fase pela qual
passa a empresa no Brasil, o presidente-executivo da Siemens, Peter Loescher,
terá sua demissão oficializada durante reunião do conselho nesta quarta-feira
31. O homem-forte deixa a direção do grupo alemão depois de ter emitido um
alerta cortando sua meta de margem de lucro para 2014, o que arrastou o preço
das ações da Siemens. O executivo interpretou erroneamente o desenvolvimento da
demanda nos principais mercados do grupo. A demissão pode arrastar também o
presidente do Conselho de Administração, Gerhard Cromme.Com informações do Brasil 247
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