Ex-presidente Lula
apresenta a palestra "Brasil no Mundo: mudanças e transformações", no
encerramento de Conferência Nacional "2003 – 2013: uma nova política
externa"; "A verdade é que nós não éramos levados a sério. Mas porque
nos não nos respeitávamos. Uma parte dirigente deste país tinha complexo de
vira-lata", disse, acrescentando que não permitiria a instalação da Alca
(Área de Livre Comércio das Américas) no continente
"Ficar
fora do Brasil é um jeito de eu não encher o saco da Dilma, ficar dando
palpite", disse o ex-presidente Lula durante palestra “Brasil no Mundo:
mudanças e transformações”, no encerramento da Conferência Nacional "2003
– 2013: uma nova política externa", evento realizado no Campus São
Bernardo do Campo da Universidade Federal do ABC (UFABC) pelo Grupo de Reflexão
sobre Relações Internacionais (GR-RI). Lula falava sobre as viagens que tem
feito pela África e pela América do Sul após deixar a Presidência.
"A verdade é
que nós não éramos levados a sério. Mas porque nos não nos respeitávamos. Uma
parte dirigente deste país tinha complexo de vira-lata", comentou o
ex-presidente ao falar sobre a política externa de seu governo.
"Diferentemente do que algumas pessoas falam, 'o Lula teve muita sorte, a
maré estava favorável'... (os documentos que trago) demonstra claramente que,
antes de ser eleito, a gente já tinha uma vocação para fazer o que fizemos do
ponto de vista da relação com a América Latina, com a África", disse o
ex-presidente, fazendo referência a documentos que comprovariam essa intenção e
dizendo que não permitiria a instalação da Alca (Área de livre comércio das
Américas) no continente.
Segundo Lula,
"não seria possivel fazer a policia externa que fizemos se a gente não
tivesse uma definição, uma prioridade". E se eu não tivesse a sorte de
encontrar o Celso Amorim para ser o meu ministro das Relações Exteriores",
disse Lula, comentando que identificou no seu chanceler (hoje ministro da
Defesa) uma pessoa humilde como ele. Para exemplificar o tom de sua política
externa, Lula contou como foi sua primeira reunião com o então presidente do
Estados Unidos, George W. Bush.
"Em dezembro
de 2002, fui convidado para ir ao EUA, conversar com o 'Tio Sam'. Quando
cheguei, Bush estava 'mui nervoso', por causa dos atentados à torres. Ele tinha
de encontrar alguém para pagar", lembrou o ex-presidente. "Era
preciso pegar o culpado, e ele estava muito nervoso e queria invadir o Iraque.
Ele falava de forma compulsiva, eu no Salão Oval. Já foi no Salão Oval? Eu
conheço gente que já foi, e não foi legal", brincou.
"Eu estava
ali, pensando, e o Bush estava falando e falando de terrorismo, e pra mim era
tudo novidade. Eu tinha poucos dias de eleito presidente, e o presidente mais
importante que eu já tinha visto na vida era o da Volkswagen", ironizou
Lula, contando que Bush pediu seu apoio para a empreitada contra o Iraque.
"O senhor faça a sua guerra, que eu faço o minha", respondeu Lula,
acrescentando que a denúncia sobre armas químicas no Iraque foi a maior mentira
deste século.
Fome
Lula também contou
sobreos esforços de seu governo para estabilizar a Venezuela e destacou a
atenção de sua gestão com a fome. "Nossa política externa teve três coisas
básicas. Umas delas, de que me orgulho muito, é que conseguimos colocar para o
mundo a questão do combate à fome. Nunca a fome foi tão debatida como a partir
do momento que começamos a introduzir, primeiro em Davos, depois numa reunião
com o Chirac, em Genebra, e depois em todas as reuniões de que
participei", disse.
"É preciso
colocar o pobre no orçamento, para ficar gordinho, como eu", disse Lula,
lembrando sua experiência de vida, de ter nascido e crescido numa região pobre,
para destacar o "pilar mais importante" de seu começo de mandato. O
segundo mais importante, segundo ele, foi a diversificação das relações.
"Me incomodava a subserviência do Brasil", disse, comentando que
ninguém quer romper com os Estados Unidos, mas que era importante olhar para a
América do Sul.
De acordo com o
ex-presidente, seu governo puxou o "período mais progressista, socialista
e de esquerda da América do Sul". Lula lembrou suas relações com
presidentes como o boliviano Evo Morales. "Diziam que eu era frouxo por
não querer brigar com ele. Mas eu quis brigar com o Bush e ele não quis brigar
comigo. Por que eu brigaria com o Evo?, questionou.247
Um comentário:
Escrevi um artigo sobre o Lula, esteve na edição do Jornal O Bussocaba, aqui de SP.
Segue o link,
http://issuu.com/obussocaba/docs/o_bussocaba_14__edi__o/1
está na página 02, ou a foto pública do face
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10151670922043086&set=a.10150319873933086.388737.525798085&type=3&theater
PS1: Agradeço a divulgação e parabéns pelas reportagens, descobri seu blog hoje
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