por Helena
Sthephanowitz
Em 1997, Aécio fez
projeto de decreto para convocar plebiscito, mas em 2013 foi contra
Constituinte restrita
O candidato ao
Palácio do Planalto em 2014 Aécio Neves (MG), apesar de eleito para o Senado,
tem ocupado o seu tempo longe de Brasília. Na semana passada, ele definiu quem
será o coordenador de sua campanha em Minas Gerais. O escolhido foi Pimenta da
Veiga, ministro das Comunicações de Fernando Henrique Cardoso, que também
coordenou a campanha à Presidência até o primeiro turno de José Serra em 2002,
ano em que o tucano foi derrotado por Lula.
A linha de ataque a
ser adotada por Veiga, o indicado do PSDB ao governo de Minas, a pedido de
Aécio é mais uma vez aquele velho assunto: explorar o envolvimento do PT no
caso do chamado “mensalão” para tentar desgastar a candidatura à reeleição da
presidenta Dilma e a provável candidatura do ministro Fernando Pimentel (PT) ao
governo de Minas.
Ao que tudo indica,
Aécio está sofrendo de sério problema de memória: em 1997 ele fez projeto de
decreto para convocar plebiscito, mas foi contra em 2013. Fernando Henrique
defendeu a proposta de Constituinte restrita. Aécio apoiou, agora é contra.
Aécio esqueceu agora que Marcos Valério e sua agência de propaganda SMPB
conseguiram contratos com os Correios (empresa subordinada ao Ministério das
Comunicações) durante a gestão de Pimenta Veiga de 1999 a 2002.
Os primeiros
contratos dos Correios com as empresas de publicidade de Marcos Valério foram
firmados com o Ministério das Comunicações, segundo relatórios da Polícia
Federal, a partir do ano 2000. No entanto, desde 1998, Valério presta serviços
ao tucanato. A Polícia Federal rastreou quatro depósitos feitos pelas empresas
SMPB e DNA Propaganda à conta de Pimenta da Veiga, totalizando R$ 300 mil. Além
disso, durante CPMI dos Correios instaurada em 2005 foi encontrado um contrato
de empréstimo de R$ 152 mil no BMG no qual Veiga figura como devedor a Valério.
A operação
considerada suspeita entre a estatal, a agência de publicidade de Valério e
Veiga acabou indo parar no relatório da investigação. Em depoimento, os
empresários Dennis Giacometti e Iran Castelo Branco, donos da empresa
Giacometti, contaram que mais de 70% do lucro de R$ 9,7 milhões que eles
obtiveram com o contrato com os Correios foram depositados em uma conta de
Valério no Banco Rural. Ainda segundo investigação, a conta de Valério no Banco Rural é a mesma que
abasteceu o “valerioduto”.
Na CPMI, apareceu
também um pagamento de R$ 150 mil, em 2003, das empresas de Marcos Valério para
Pimenta da Veiga. Mas acabou em pizza
quando o ex-ministro afirmou que se tratava de "consultoria
jurídica".
Relatório da
Polícia Federal aponta o esquema em Minas, de 1998, quando o atual deputado
Eduardo Azeredo era governador, como seu principal beneficiário. Segundo a
investigação, pelo menos R$ 5,17 milhões, em valores da época, saíram de
estatais mineiras para o esquema de arrecadação paralela de recursos da
campanha de Azeredo, por meio da SMPB.
Os desvios
ocorreram por meio de cotas de patrocínio de eventos e publicidade fictícia.
Aécio é citado em uma lista como beneficiário de R$ 110 mil na campanha de
1998, quando foi candidato a deputado federal.
A ligação de Pimenta da Veiga com personagens do esquema de corrupção nos
Correios, cujas investigações desembocaram no escândalo do mensalão tucano de
Minas, promete ir a julgamento no inicio de 2014, segundo afirmação do
procurador-geral da República, Roberto Gurgel.
Para quem tem
telhado de vidro é melhor pensar duas vezes antes de acusar adversários com
historia que levam digitais tucanas
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