segunda-feira, 20 de outubro de 2008

COMO ENFRENTAR A MÍDIA!

por Eduardo Guimarães

No post que publiquei no sábado sob o título “Reajamos, brasileiros!”, prometi-lhes apresentar propostas sobre atos públicos e outras formas de protesto contra o que a mídia está fazendo sobretudo em São Paulo, com vistas a viabilizar a candidatura de José Serra à Presidência da República.

Quero esclarecer que não se trata de política, como parece à primeira vista, mas do direito inalienável do cidadão à informação de qualidade, de podermos contar com meios de comunicação – muitos dos quais se financiam também com dinheiro público, apesar de serem privados – para que fiscalizem o poder.

Ora, imaginem vocês transportarmos a situação de São Paulo para o plano federal. Imaginem só um governo ao qual a mídia seria submissa, como era no tempo de FHC, e lembrem-se do que já nos custou termos o país governado por alguém que não dava satisfação de seus atos porque tinha todos os grandes meios de comunicação no bolso.

Diante disso, vendo como se agrava a blindagem do governo José Serra pela mídia e do que está custando a São Paulo ter o governo do Estado acima de críticas por força da censura dessa mídia a qualquer questionamento ao mandatário, estou propondo manifestações públicas como forma de denunciar à sociedade o comportamento partidarizado de seus meios de comunicação.
Fiz a proposta no sábado e muita gente se disse disposta a se engajar nela. O post, até o momento em que escrevo, recebeu 156 comentários.

Isso se explica porque muitos estão fartos do jornalismo desonesto e de baixa qualidade que se faz hoje no país e pelo risco que corremos de ver implantada uma ditadura midiática em dois anos e pouco, caso chegue ao poder o candidato daquela mídia.

Surgiram muitas idéias. Quero, pois, sugerir que leiam não só o post, mas os comentários dos leitores sobre ele. O texto versou sobre proposta que fiz de tomarmos alguma atitude.
Alguns sugeriram que se comece a fazer alguma coisa por São Paulo. Outros, inclusive, dispuseram-se a vir até aqui para protestar. Propuseram fundar jornais, enviar correntes de e-mail, fazer panfletagem, convidaram-me para falar a sindicatos e associações, propuseram-se a falar a estes, enfim, há idéias para todos os gostos e ânimos.

Em minha opinião, devemos fazer tudo isso ao mesmo tempo, mas depois. Primeiro, deveríamos discutir uma manifestação em São Paulo diante de um grande meio de comunicação. E sugiro que seja diante da Folha de São Paulo, outra vez – convoquei e aconteceu manifestação ali em setembro do ano passado.

De longe, a Folha tem sido o jornal de caráter nacional que mais tem se submetido a manipulação política. O Estadão ou o Globo, os outros dois grandes jornais de alcance nacional, podem ser mais conservadores, mas não são tão vassalos de Serra quanto a Folha.

E a questão é justamente essa. Um meio de comunicação ser conservador é direito dele e lê ou assiste esse meio quem quiser, mas pela importância social que têm os grandes veículos e pelo dinheiro público que todos os grandes recebem, devem dar voz a todos e não se submeterem ao poder nem se tornarem instrumentos da oposição ao poder.

No caso da Folha, o jornal não se limita a cercear o contraditório e manipular informações por seu conservadorismo, apenas, ou só por suas simpatias políticas. Esse veículo atua como panfleto escrito e controlado pelo governador de São Paulo.

Além disso, conforme experiências que já tive em manifestações, é muito importante para que tenham sucesso que os locais escolhidos sejam de fácil acesso numa cidade de difícil locomoção como é São Paulo.

Mas aqui está o post, aberto a discussões que devemos travar sobre se queremos mesmo nos manifestar – e acho que deveríamos -, quando queremos nos manifestar, onde queremos nos manifestar e até se essa é a forma pela qual queremos nos manifestar.

Minha opinião vocês conhecem e eu sempre estarei disposto a tomar atitudes, até porque acho que se não as tomarmos as coisas irão piorando, as manipulações da mídia irão se tornando mais ousadas e, como está acontecendo em São Paulo, em que pesem as diferenças para outras partes do país, não se pode correr sentado o risco de ver o Brasil se transformar numa ditadura midiocrata gerida por um ditador a quem não será permitido qualquer questionamento, como aconteceria se a mídia colocasse José Serra na Presidência.

Então quero fazer um ato bonito em São Paulo, que chegue a outras partes do país, que caia na internet e no boca a boca e que estimule outros de outras partes a se organizarem para protestar. Suponho que é enorme o número de brasileiros descontentes com a mídia, mas estão dispersos. Nosso trabalho será aglutiná-los.
Fonte: Cidadania.com

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