quinta-feira, 23 de outubro de 2008

LULA DIZ NÃO A UM NOVO PROER


Lula descarta dar dinheiro para bancos em dificuldade


Por Redação, com Reuters - de Brasília


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou claro que a autorização para que bancos oficiais comprem instituições financeiras privadas não significa dar dinheiro a empresas em dificuldade por conta da crise financeira global.

- Não estamos dando dinheiro para qualquer empresa e para qualquer banco. E não vamos dar dinheiro. É importante saber que quem errou pagará pelo seu erro - disse o presidente a jornalistas nesta quinta-feira, após almoço oficial com o rei da Jordânia.

Na véspera, o governo anunciou um conjunto de medidas para proteger empresas e bancos dos impactos da crise global e permitiu, entre outras ações, a compra total ou parcial de bancos privados pelo Banco do Brasil e pela Caixa Econômica Federal.

- Não vamos dar dinheiro porque não vamos favorecer quem fez especulação - enfatizou Lula.

O presidente negou qualquer socialização de perdas e sinalizou que o dinheiro gasto em eventuais operações de aquisição de bancos e empresas pelas estatais poderá voltar aos cofres públicos.

- O que o governo pode fazer em alguns momentos é comprar ações e, na medida que a empresa se recupere, vender as ações de volta - acrescentou.

Automóveis

Lula confirmou informação passada mais cedo pelo governador de Minas Gerais, Aécio Neves, de que o Banco do Brasil reforçará a oferta de crédito ao setor automotivo.

- É uma decisão porque a indústria automotiva é uma cadeia produtiva extraordinária. Não queremos que o setor deixe de ser o carro-chefe da economia brasileira - disse Lula.

O presidente comentou a possibilidade de parcerias com instituições que atuam no setor, mas não fez referência à compra de financeira, como mencionou Aécio Neves.

"Obviamente, o Banco do Brasil não tem expertise para fazer financiamentos de automóveis e teria que ter parceria com um banco de investimento", afirmou, negando-se a dar nomes de possíveis empresas e detalhes da operação.

Lula orientou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, a conversar com os bancos privados que estejam restringindo a oferta de crédito, apesar da liberação do compulsório.

- Não há nenhuma razão para que os bancos parem abruptamente qualquer política de financiamento - disse o presidente.

No campo político, Lula assegurou que continuará a anunciar medidas para combater a crise e criticou a oposição por apostar no quanto pior, melhor.

- Tudo o que a oposição deseja é que o Brasil entre numa crise profunda para eles poderem ter razão no discurso deles - afirmou.

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