quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Bíblia do capitalismo até que enfim reconhece que marolinha faz parte do passado


17/09/2009


Números do emprego no Brasil indicam rápida recuperação da economia, diz jornal

Jonathan Wheatley

Financial Times


O Brasil registrou no mês passado o maior salto mensal em novos empregos desde o início da crise econômica global, dando novas evidências de que está saindo de uma curta recessão e poderá retomar o crescimento já no próximo ano.

Números do Ministério do Trabalho mostram que foram criados 242.126 empregos formais em agosto. A geração total de empregos formais até agora este ano fica em 680.034, com 10,8 milhões de pessoas contratadas e 10,1 milhões demitidas.


"Os estoques estão vazios e as empresas perceberam que a crise não é tão forte quanto se esperava, por isso estão recontratando", disse o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi. "Isto apenas confirma a tendência dos últimos meses, quando cada série de dados econômicos superou as expectativas", disse Alvise Marino, analista de mercados emergentes na IDEAGlobal, uma firma de pesquisas de Nova York.

Os números do emprego acompanham os do Produto Interno Bruto, que foram divulgados no fim da semana passada. Eles mostraram que a economia cresceu 1,9% no segundo trimestre em relação ao primeiro período, pondo fim a uma curta recessão.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, recentemente definiu uma meta de 4% de crescimento anual para 2010 - número que segundo Marino parece alcançável.

Apesar do aumento dos números do emprego, a economia até agora não dá sinais de superaquecimento, pois o aumento dos salários foi mantido em níveis modestos. No entanto, muitos economistas advertiram que o Banco Central - que recentemente interrompeu uma sequência de cortes de juros aplicados desde o início da crise global - poderá ser obrigado a aumentar os juros novamente no primeiro semestre do próximo ano se a demanda continuar forte.

O governo ofereceu estímulos à economia na forma de reduções fiscais temporárias para artigos como carros e eletrodomésticos. Mas a economia parece estar se beneficiando mais do constante aumento de uma nova classe de consumidores. Milhões saíram da pobreza nos últimos anos, graças à inflação consistentemente baixa e a programas de transferência de renda baratos mas eficazes.

O papel dos consumidores de baixa renda é mais claro no setor de serviços, o único que não entrou em recessão durante a crise. Os consumidores pareceram adiar certas decisões de consumo quando a crise começou, no final do ano passado, mas agora estão voltando ao mercado enquanto se dissemina a idéia de que o pior já passou.

Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves

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