Notícia pra tirar o sono dos tucanos:Venda de carros sobe 17% em dezembro

Folha de S. Paulo - 05/01/2010

Impulsionada por incentivos do governo, procura superou 3 milhões de unidades em 2009, no 3º recorde anual do setor

Perspectiva para 2010 é positiva, mesmo com fim da redução do IPI; real forte deve favorecer compra de automóveis importados

As vendas de automóveis e comerciais leves novos no Brasil cresceram cerca de 16,5% em dezembro ante novembro e saltaram mais de 50% em relação ao mesmo mês de 2008. Os dados são extraoficiais e serão anunciados hoje pela Fenabrave (entidade que reúne as concessionárias no país).

Foram vendidos 277.966 carros no mês passado, com média diária de 12.635 emplacamentos em 22 dias úteis. O número é 51,1% maior que o registrado em dezembro de 2008.

No último mês de 2008, o desempenho das montadoras foi prejudicado pela crise financeira global. Em meados daquele mesmo mês, o governo brasileiro anunciou o corte do IPI sobre carros, o que permitiu que a indústria do setor retomasse a trajetória de crescimento.

No ano inteiro de 2009, foram comercializados 3,010 milhões de unidades, num terceiro recorde anual consecutivo. Em 2008 haviam sido vendidos 2,67 milhões de veículos e comerciais leves.
A Anfavea, entidade que representa as montadoras instaladas no país, vai apresentar números que incluem produção e exportações na quinta.

Para 2010, a previsão da Anfavea para vendas é a de alta de 9,3% sobre 2009, para 3,4 milhões de unidades, mas incluindo ônibus e caminhões.

Para a economista Mariana Oliveira, da consultoria Tendências, este ano deve ser bastante positivo para o setor automotivo, apesar do forte movimento de antecipação de compras sob a ameaça do fim da redução do IPI, medida que já foi prorrogada por três vezes.

Segundo Oliveira, os juros para financiar a compra de automóveis devem continuar estáveis ao menos até setembro, e a melhora na massa salarial continuará, embasada na perspectiva positiva para a atividade econômica em geral.

Outro movimento esperado pela consultoria para 2010, por conta da recuperação da atividade econômica, é o aumento gradual na participação de veículos da faixa média de preços -entre R$ 30 mil e R$ 40 mil- em relação aos populares, que chegaram a representar quase 56% das vendas em agosto do ano passado antes de recuarem para 52% em novembro.

A venda de veículos mais caros pode elevar a participação de veículos importados no mercado brasileiro, diante da desvalorização de mais de 25% do dólar ante o real em 2009.
Em 2008, a participação dos importados nas vendas internas foi de 13,3%. Em novembro passado, chegara a 18,1%.