O órgão tomou essa decisão, uma vez que tanto a empresa concessionária quando o poder concedente não conseguiram comprovar e informar os aditivos à obra ocasionados pelo adiantamento em oito meses da entrega, em 2013, para a Copa das Confederações
Esgotado o prazo para esclarecimentos, por parte da
Odebrecht e do Governo do Estado, sobre os valores detalhados e reais de
construção da Arena Pernambuco, o Tribunal de Contas do Estado (TCE)
decidiu ignorar qualquer custo adicional e tomar como base de cálculo
oficial os R$ 479 milhões, estimados no contrato assinado em 2010. O
órgão tomou essa decisão, uma vez que tanto a empresa concessionária
quando o poder concedente não conseguiram comprovar e informar os
aditivos à obra ocasionados pelo adiantamento em oito meses da entrega,
em 2013, para a Copa das Confederações.
A Odebrecht teve dez dias para responder ao “pedido de informação em
formato de alerta” do TCE, que abriu uma auditoria especial para
acompanhar a PPP da Arena, cuja relatoria está com o conselheiro Dirceu
Rodolfo. Causou “estranheza” ao órgão, porém, que ao final do prazo, a
empresa não tenha conseguido apresentar as informações necessárias para
comprovar os valores despendidos com os aditivos. Em 2013, logo após à
conclusão da obra, a Odebrecht pediu ao Governo do Estado uma
reavaliação do plano de negócio, devido ao custo adicional. À época, o
então Secretário da Copa, Ricardo Leitão, também divulgou à imprensa que
o recurso estimado de construção havia sofrido uma alta de preço,
pulando para cerca de R$ 650 milhões. “A empresa vem alegando que houve
custo adicional. Mas isso não foi demonstrado para a gente”, frisou.
É a partir dos R$ 479 milhões (considerando o reajuste do IPCA, esse
valor atualmente estaria em torno de R$640 milhões) que o TCE vai fazer
os cálculos para saber se houve “economicidade” na obra. Se o órgão
chegar a um preço menor, passa a considerar que houve superfaturamento.
Se for maior, vai considerar que houve economia.
Antes de seguir com a investigação, Dirceu Rodolfo tem uma conversa
na segunda (23) com o vice-governador Raul Henry (PMDB), que comanda o
Grupo de Trabalho que trata da PPP da Arena. “Ficou combinado esse
encontro, quando ele poderá dar mais informações”, disse. Caso não haja
nenhuma novidade, o conselheiro vai conduzir toda avaliação tomando como
premissa os R$ 479 milhões. Em sendo, a Odebrecht só poderá contestar o
valor final apurado pelo TCE quando for aberto o período de defesa.
O custo consolidado da Arena Pernambuco é fundamental para avaliar se
há equilíbrio no atual contrato da PPP. “Se o valor é esse (R$ 479 mi),
isso vai ter um impacto em tudo”, explicou Dirceu. Procurada, a
Odebrecht disse que qualquer esclarecimento deve ser encaminhado ao
Governo do Estado. Raul Henry, até o fechamento da edição, não foi
localizado.
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