247 - O empresário
Rogerio Chequer, de 46 anos, apontado como líder do movimento Vem pra
Rua ganhou um alentado empurrão de veículos de comunicação públicos e
privados. Neste fim de semana, foi o entrevistado das páginas amarelas,
de Veja. Amanhã, estará no Roda Viva, da TV Cultura, que é ligada ao
governo paulista. Aparentemente, o objetivo é manter acesa a chama das
manifestações do último dia 15 de março – a próxima está marcada para 12
de abril.
Nas páginas de Veja, Chequer foi
incapaz de apresentar uma única e singela ideia. Apenas repetiu chavões
como "o gigante acordou e não irá mais dormir". Qual a agenda do Vem pra
Rua? Talvez nem ele saiba, a não ser atuar como um instrumento para a
derrubada de um governo legitimamente eleito: o da presidente Dilma
Rousseff.
Da entrevista, destacam-se, no entanto, algumas pérolas. Abaixo, a primeira delas:
"O movimento é suprapartidário. A
partir do momento em que nos aliarmos a algum nome ou sigla, criaremos
conflitos de interesse. Precisamos ter a prerrogativa de poder monitorar
ou criticar políticos e governantes de qualquer partido".
Será mesmo? Num vídeo recente, ao lado do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (assista aqui), Chequer pediu votos ao candidato Aécio Neves. Numa das imagens de seu Facebook, uma que se destaca (confira aqui) é na campanha de 2014, ao lado do senador José Serra.
O jornalista Pedro Dias Leite, de
Veja, chegou até a perguntar se Chequer estaria disposto a protestar
contra algo que envolva algum político tucano. A resposta é a segunda
pérola da entrevista:
"Sim, mas é preciso tomar cuidado
(...) Para ficar claro: de onde devemos começar a mudança? De cima, é o
que achamos. Como diz o ditado: escada se lava de cima pra baixo.
Depois, quase todos os nossos colaboradores têm uma atividade
profissional, precisam trabalhar oito, dez, doze horas por dia. Ninguém
aqui vive disso. Temos de ter foco".
Portanto, que fique claro: a agenda política do Vem Pra Rua nasce e termina na eventual derrubada da presidente Dilma.
Afinal, Chequer não vive disso. A
propósito, sua atividade profissional é curiosa. Ele é sócio de uma
empresa, chamada Soap, que ensina executivos a preparar palestras em
power-point. Algo realmente excitante, como pode ser conferido neste
vídeo abaixo:
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