sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

OLHA AI A CRISE

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008


Venda de Natal cresce

Para a ACSP, levantamento mostra que a opção pelas vendas à vista foi reflexo da redução na oferta de crédito

Agência Estado


,SÃO PAULO - Levantamento da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) indica que as compras a prazo feitas pelo consumidor paulistano diminuíram neste Natal, na comparação com o ano passado, mas as compras à vista registraram expansão. A ACSP informou que a média das duas formas de pagamento registrou crescimento de 1,65% no movimento de vendas do setor entre os dias 1 e 25 de dezembro. A entidade comemorou o resultado, que mostra expansão ante o Natal de 2007, considerado o melhor dos últimos dez anos.

De acordo com a pesquisa, o movimento de consultas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), que refletem as vendas a prazo, caiu 1,4% em relação ao mesmo período de 2007. O resultado veio abaixo das previsões de expansão zero da ACSP. Já as consultas ao SCPC/Cheque, que indicam as vendas à vista, registraram alta de 4,7%. Para a ACSP, o levantamento mostra que a opção pelas vendas à vista foi um reflexo da redução na oferta de crédito. A associação ressaltou, porém, a influência do efeito calendário no resultado, já que este ano houve um dia útil a mais do que em 2007.


Shoppings

Nos shoppings, as vendas cresceram 3,5% em comparação com o ano anterior. De acordo com os dados da Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings (Alshop), que não revelou o valor das vendas, os dados, com inflação descontada, consideram o período entre 30 de novembro e 30 de dezembro. "O resultado ficou abaixo das expectativas, mas a base de comparação com 2007 era muito elevada", afirmou o presidente da entidade, Nabil Sahyoun.

Segundo ele, o ano foi muito positivo para o setor até setembro, quando a crise internacional começou a se agravar. Para 2008, a Alshop estima um faturamento total de R$ 70,7 bilhões no setor de shoppings, aumento real de 6,4% em comparação com os R$ 66,2 bilhões registrados no ano passado. Em 2009, a entidade espera um avanço de 5,1% para R$ 74,3 bilhões. O executivo disse que os meses de janeiro e fevereiro serão positivos para as empresas em função das promoções e liquidações, e que março será como um termômetro das vendas de 2009.

Crise

A Alshop informou ainda que pretende negociar a redução dos direitos trabalhistas para evitar demissões em 2009, seguindo iniciativa do setor industrial. Conforme o presidente da entidade, os empresários vão buscar um diálogo com o governo neste sentido a partir de janeiro. "É preciso que as flexibilizações durem por no mínimo um ano, e não apenas três meses", disse.

Ele também defendeu a reforma tributária e a redução das taxas de juros para facilitar a manutenção dos níveis de emprego no País. Segundo Sahyoun, o setor está evitando demissões até o final deste ano para avaliar melhor as perspectivas para 2009, e as decisões ficarão para janeiro. "Quem mais gera emprego no Brasil é o varejo e o setor de serviços. O governo tem feito muito pouco para ajudar estas empresas", disse.

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