terça-feira, 19 de agosto de 2008

LULA É MAIS DISPUTADO QUE VIAGRA EM PROMOÇÃO


RIO DE JANEIRO

Campanha em ritmo de “dá cá meu Lula!”

Além do petista Alessandro Molon, três candidatos da base do governo disputam o apoio do presidente, que já prometeu não subir em palanque no primeiro turno. Marcelo Crivella (PRB), Jandira Feghali (PCdoB) e Eduardo Paes (PMDB) adotam suas táticas para colar imagem a de Lula.

Maurício Thuswohl

RIO DE JANEIRO – Nunca antes na história desse país (quer dizer, dessa cidade), tantos candidatos à Prefeitura buscaram com tanta sede colar sua imagem ao presidente da República. A alta popularidade de Luiz Inácio Lula da Silva no Rio de Janeiro, somada à fragmentação das candidaturas entre os aliados de seu governo, faz com que a companhia do presidente, ainda que virtual, seja disputada quase a tapa entre quatro prefeitáveis que ameaçam até mesmo buscar a Justiça Eleitoral para garantir seus direitos.

Bem ao seu estilo, Lula, à distância, diz que apóia a todos os candidatos da base aliada, mas já garantiu que não pisa em palanque carioca no primeiro turno.O presidente, embora não revele publicamente, tem suas preferências. Uma delas é o candidato de seu próprio partido, o PT. O jovem deputado estadual Alessandro Molon, para Lula, representa a renovação das lideranças do partido e é um fator de unidade no sempre conturbado PT do Rio.

O problema do candidato petista é sua má colocação nas pesquisas de opinião (2% na última pesquisa Datafolha), fato que certamente inibe um maior engajamento de Lula. Mas, é colando sua imagem no presidente que Molon pretende se tornar mais conhecido pelos cariocas.O candidato petista lembra que 60% dos eleitores afirmam ainda não ter definido seu voto e que 25% dos cariocas se dizem simpatizantes do PT: “Na hora certa, o eleitor vai saber quem é o candidato do Lula. O momento adequado do apoio quem decide é o presidente, mas temos certeza que vamos contar com ele.

O presidente é filiado ao PT, é fundador do PT, disputou todas as eleições pelo PT, partido do qual é atualmente presidente de honra. Seu número é 13 e ele tem uma estrela. Meu número também é 13 e eu também tenho uma estrela”, diz Molon.Enquanto não conta com Lula em pessoa, Molon se preparara com outros figurões petistas para a campanha na tevê, que começa na semana que vem. Ele já gravou ou tem agendadas gravações de apoio com os ministros Tarso Genro (Justiça), Fernando Haddad (Educação) e Carlos Minc (Meio Ambiente), além dos ex-ministros Marina Silva e Miguel Rosseto. Entre as lideranças regionais, participarão do programa de tevê de Molon a secretária estadual de Ação Social e ex-governadora Benedita da Silva e os deputados federais Antônio Carlos Biscaia e Jorge Bittar, entre outros.

Quem também conta com a simpatia de Lula (para desespero de petistas e comunistas) é o senador Marcelo Crivella, candidato a prefeito do Rio pelo PRB. O ex-bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, assim como o católico Molon, também não goza do apoio explícito do presidente no primeiro turno, mas foi o candidato que mais soube aproveitar a condição de parlamentar para ser visto ao lado do presidente em cerimônias diversas. Na propaganda da tevê, que será comandada pelo publicitário Duda Mendonça, Crivella pretende bater na tecla da parceria com Lula e com o governo federal e falar de seu projeto Cimento Social que, com o auxílio do governo, realiza obras de infra-estrutura em comunidades carentes do Rio.

O PT já avisou que vai recorrer à Justiça Eleitoral caso candidatos de outros partidos usem imagens do presidente Lula na tevê ou em panfletos: “O TRE-RJ já criou jurisprudência. Nas últimas eleições, o governador Sérgio Cabral questionou o uso da imagem do presidente Lula pelo candidato Crivella e ganhou”, disse Molon, mostrando que seu petardo tem alvo certo. Sem se pronunciar sobre a intenção do petista, Crivella tem na manga uma declaração feita por Lula no dia 10 de junho: “Como vou subir no palanque do Molon e fazer campanha pra ele no Rio se o Crivella, meu amigo, também está na disputa?”, disse então o presidente.Além da Zona SulOs outros dois candidatos da base aliada, por motivos distintos, mantém uma postura mais tranqüila na busca pelo apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segunda colocada nas intenções de voto dos cariocas com 16% na última pesquisa Datafolha, a ex-deputada Jandira Feghali (PCdoB) aposta em sua força eleitoral para receber o apoio de Lula na hora certa.

Jandira tem consciência de que é a candidata da esquerda em melhores condições de chegar ao segundo turno e conta com esse trunfo: “Não vou forçar a barra. Essa disputa para ver quem é o candidato do Lula agora é um pouco infantil”, diz.Há quem diga que Lula não confia politicamente em Jandira desde que ela fez forte oposição na Câmara às reformas _ Tributária e da Previdência _ que o presidente implementou no começo de seu primeiro mandato. Talvez por isso, Lula não tenha feito qualquer esforço para que Molon retirasse seu nome em favor da candidata comunista, como chegou a pedir o ministro petista Édson Santos (Igualdade Racial), que é ex-militante do PCdoB.

Ainda assim, Jandira sabe que contará com o apoio de Molon e de quase todo o PT carioca num eventual segundo turno contra Crivella. A candidata espera que isso seja fundamental para garantir também o apoio de Lula: “Tenho uma ótima relação política com o Lula há 20 anos. Além disso, ele sabe que a minha candidatura é a única na esquerda carioca que rompe os limites da Zona Sul”, diz.

O patinho feio

Entre os quatro candidatos da base aliada, Eduardo Paes (PMDB), mesmo aparecendo em terceiro lugar nas pesquisas, é o mais discreto na busca pelo apoio de Lula. Ex-deputado federal tucano, personagem desenvolto nos ataques ao governo durante o período amargo da CPI dos Correios, diz-se no Planalto que Paes provoca no presidente “sentimentos primitivos”. Em deferência à lua-de-mel vivida com o governador Sérgio Cabral, Lula não se intrometeu quando este resolveu deixar Molon para trás e apoiar Paes, mas já mandou avisar que num eventual segundo turno, seja contra Molon, Crivella ou Jandira, o candidato do PMDB o verá no palanque... do adversário.

Com R$ 12 milhões para gastar, a campanha de Paes, no entanto, faz com que nas ruas, sobretudo nos bairros mais pobres, cresça o entendimento de que ele é “o candidato do Lula e do Cabral”. Antes mesmo de começar a campanha na tevê, esse mantra é repetido à exaustão nos quatro cantos da cidade pelas centenas de cabos-eleitorais contratados pela candidatura peemedebista.

O próprio Paes reconhece que será difícil ter Lula ao seu lado no palanque: “Se eu for para o segundo turno com um adversário que também é da base do governo, acredito que o presidente vá manter uma posição eqüidistante. Se meu adversário não for da base, pode ser que suba”, diz, sem muito entusiasmo, para completar: “O importante é a população ter clareza de que vou governar junto com o presidente Lula e com o governador Cabral”.
Comentários.
Calma pessoal. Nada a ver.
Eu não tomo viagra não, também não sou contra quem toma.
Fiz esta comparação porque, dia desses, uma farmácia aqui do bairro fez um promoção do produto e era macho até dizer basta atrás do pílula azul.
Pelo jeito, o bicho faz milagre mesmo, viu.

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