quinta-feira, 14 de agosto de 2008

TRANSPARÊNCIA É ISSO AI

Transparência Brasil aceita convite de ministro

O diretor-executivo da ONG Transparência Brasil, Claudio Abramo, que aceitou convite do ministro do Esporte, Orlando Silva, para fiscalizar os gastos públicos da Copa-2014
Bob Fernandes
Direto de Pequim

Em conversa com o editor-chefe de Terra Magazine nesta quinta-feira (leia aqui o blog), o ministro do Esporte, Orlando Silva, informou que irá convidar a ONG Transparência Brasil para acompanhar os gastos públicos direcionados à Copa 2014, a ser realizada no Brasil. No início desta tarde, desde Pequim Terra Magazine conversou em Brasília com o diretor-executivo da Transparência Brasil, Claudio Abramo. Que aceitou o convite do ministro:

- Estamos à disposição do ministro. Assim como ele nós também não sabemos como se dará, se daria essa monitoração na prática, mas achamos importante que todo gasto para a Copa que envolva dinheiro público nas várias esferas seja, de maneira direta ou indireta, acompanhado.
Veja também:» Blog do Bob Fernandes» Acompanhe as últimas notícias das Olimpíadas» Diário da China.

Como diz o próprio site da ONG (veja aqui), a Transparência Brasil é "uma organização independente e autônoma criada em abril de 2000 por indivíduos e organizações não-governamentais comprometidas com o combate à corrupção".

A própria organização já estudava como acompanhar os gastos públicos dirigidos à Copa. Pensou-se, quando da confirmação do Brasil como país-sede, na criação de um observatório. Tarefa agora facilitada pelo gesto do ministro Orlando Silva.

Claudio Abramo nota que um evento como esse no Brasil "tem todo potencial para o malfeito", e que, então, "é preciso vigiar". Ele entende que uma porção da Copa é da iniciativa privada e da alçada da FIFA, mas manifesta suas preocupações:

- Além do setor de transporte, energia, segurança, que vão requerer investimentos públicos, quem, ao final, vai construir os estádios? Essa é uma das dúvidas, e só começaremos a esclarecer depois de indicadas as cidades-sede. Ninguém tem dinheiro para isso, ainda que se fale em investimento externo. O Pan foi aquela loucura de gastos, ninguém sabia exatamente quanto e quem, e para a Copa os investimentos públicos seguramente serão altos, seja no plano federal, estadual ou municipal.

Diz ainda Abramo:

- É necessário assegurar que se cumpram os princípios básicos de competitividade e que se tenha resultado positivo nos serviços executados, nos equipamentos comprados, nos transportes, na segurança, e nos gastos indiretos. Nesse tipo de coisa, grandes problemas têm surgido também com a prestação de serviços auxiliares ao evento no que envolve dinheiro público.
Quanto ao convite a ser feito pelo ministro Orlando Silva e anunciado hoje, diz o diretor-executivo da Transparência-Brasil:

- Vamos aguardar a concretização do convite para estudar com o ministro de que forma podemos colaborar e como isso vai se dar no dia-a-dia. Estamos à disposição porque achamos importante para o país e importante como exemplo.

http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI3092618-EI11354,00.html

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