sábado, 11 de outubro de 2008

FIM DO BLOQUEIO À CUBA



Frei Betto: Cuba e o bloqueio


Rio - No próximo 29 de outubro, a Assembléia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), após ouvir o informe do secretário-geral, Ban Ki Moon, votará o projeto de Cuba visando à suspensão do bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto à ilha do Caribe pelo governo dos Estados Unidos desde 1959.

Será a 17ª vez que a ONU tratará deste tema. Em 2007, dos 192 países-membros das Nações Unidas, 184 votaram a favor do projeto que pedia a suspensão. Infelizmente, as resoluções da Assembléia-Geral não têm caráter obrigatório, exceto as do Conselho de Segurança.

O bloqueio é o principal obstáculo ao desenvolvimento de Cuba. Ao longo dos 50 anos de Revolução, calcula-se ter dado prejuízo de US$ 224,6 bilhões, levando em conta a desvalorização do dólar e suas flutuações no decorrer do tempo.

Os recentes furacões Gustav e Ike provocaram muitos danos à Ilha. Áreas agrícolas foram devastadas, 444 mil moradias afetadas, das quais 67 mil destruídas. Com a alta dos preços dos alimentos no mercado internacional, Cuba só não está com a corda no pescoço graças à solidariedade internacional, inclusive da União Européia e do Brasil.

O governo cubano solicitou à Casa Branca uma trégua no bloqueio nos próximos seis meses, por razões humanitárias. Bush trata de camuflar sua omissão com mentiras, como a oferta de US$ 5 milhões aos cubanos vítimas dos furacões.

Ora, o que representa essa ninharia diante dos US$ 46 milhões que a Usaid recebeu este ano para financiar grupos mercenários dedicados ao terrorismo anticubano? E outros US$ 40 milhões que foram liberados para manter as transmissões de rádio e TV contra o regime de Cuba.
Comentário.
Nada justifica esse bloqueio estúpido.

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