Rio - Em quatro meses, fizemos três mil operações de combate aos desmatamentos e às queimadas na Amazônia. Os resultados do Inpe para junho, julho e agosto, os meses mais secos e com piores índices, apresentaram a média mais baixa em dez anos: 650 km², comparados a até 2,5 mil km² nos últimos anos. Mas trata-se de devastação inadmissível. Muita impunidade, poucas alternativas, mais gente destruindo do que defendendo.
O Ibama fecha uma serraria ilegal em uma hora, mas o governo não cria 50 empregos sustentáveis nesse tempo. Atuamos em parques nacionais invadidos no Mato Grosso, destruindo fornos ilegais de carvão, leiloando o “boi pirata” dos grandes pecuaristas em áreas protegidas do Pará ou de Rondônia, leiloando toras ao longo da BR-163, produto de crimes ambientais.
Garantimos preços mínimos para 10 produtos da floresta, como castanha, seringa, pequi e babaçu, para assegurar vida digna às 3 milhões de pessoas no extrativismo. Ampliamos o manejo florestal, inclusive comunitário, gerando emprego e combatendo a madeira ilegal.
Nesse sistema se usa 1/40 da área por ano, com corte seletivo. Em 40 anos, a floresta está do mesmo tamanho e se produziram mesas, armários. Assim, a Finlândia ampliou sua economia de base florestal sem destruição.
Divulgamos a lista dos maiores desmatadores para processá-los e combater a impunidade. Os fazendeiros e o agronegócio são responsáveis por 70% do desmatamento. Os antigos assentamentos do Incra foram concebidos sem preocupação ambiental e devem ser reciclados para uma reforma agrária ecológica; com tecnologia, manejo, óleos, seivas, fibras e resinas, tendo a floresta como aliada. A população deve exercer o consumo consciente, não comprando madeira sem exigir a origem dos planos de manejo. A natureza e o planeta agradecem.
Carlos Minc.
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