quarta-feira, 18 de março de 2009

'País não quer depender do bom humor de ninguém', diz Lula

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Declaração aconteceu durante visita do presidente ao terminal de regaseificação da Baía de Guanabara

Rio - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conheceu nesta quarta-feira, no Rio de Janeiro, o terminal de regaseificação de gás natural liquefeito (GNL) da Baía de Guanabara. Juntamente com o terminal de Pecém (CE), a obra colocará à disposição do mercado cerca de 21 milhões de metros cúbicos diários de gás natural – o equivalente a dois terços de todo o produto importado atualmente da Bolívia - cerca de 30 milhões de metros cúbicos por dia. Na cerimônia de inauguração, Lula afirmou que o Terminal é mais um passo para a independência do país em relação à Bolívia. "Não vamos depender do bom humor de ninguém, vamos nos virar", disse.

Na foto, o presidente Lula, de óculos escuro. Foto: Carlo Wrede / Agência O Dia"No início parecia impossível, os navios iam demorar muito... O dado concreto é que em apenas um ano nós conseguimos licença, fizemos a plataforma aqui, esta ilha, já está o navio aqui descarregando, amanhã já começa... na próxima semana já começa a mandar para a termoelétrica, numa demonstração de que quando a gente quer fazer uma coisa, tem disposição, define prioridade e foca, a gente consegue", afirmou Lula, ressaltando a independência da estatal.

"Agora, a Petrobras está encomendando navios próprios dela, para a gente não ficar dependendo também do aluguel porque, às vezes, para alugar demora muito. A sonda que nós vamos começar o poço de Tupi, no dia 1º de maio, veio de Cingapura, ela já atrasou um bocado de tempo. Então, essas coisas nós temos que ter, se a gente quiser transformar o Brasil numa nação independente nessa questão energética", emendou.

Nos planos da Petrobras, o GNL deverá ser utilizado, quando necessário, nas usinas termelétricas do país em caso de escassez de água para suprir a demanda energética. Para a diretora de Gás e Energia da Petrobras, Maria das Graças Foster, a planta de GNL da Baía de Guanabara desafoga e diversifica a capacidade da empresa de atender à demanda interna.

“Porque ela dá um lastro muito grande à nossa necessidade e demanda pelo gás natural. Nós temos um suprimento constante da Bolívia, mas é muito conveniente que o Brasil disponha de outra fonte, além do insumo que vem da Bolívia e do próprio gás nacional. Isso significa mais 21 milhões de metros cúbicos/dia de segurança energética”.

O primeiro terminal de GNL disponibilizado pela Petrobras, já em operação comercial, foi instalado no Porto de Pecém (CE). Os dois terminais - cujas obras fazem parte do Plano de Aceleração do Crescimento ( PAC) - marcam a entrada da empresa no mercado internacional desse gás, garantindo ao Brasil novas fontes de suprimento.

As obras de construção e montagem do terminal na Baía de Guanabara foram iniciadas em dezembro de 2007 e concluídas em janeiro de 2009. Atualmente, o empreendimento está na fase de pré-operação, devendo estar comissionado (pronto para operar) ainda neste primeiro semestre. O investimento foi de R$ R$ 819 milhões, com a geração de cerca de 1.700 empregos diretos.

Os 14 milhões de metros cúbicos diários de gás natural que podem ser regaseificados diariamente no terminal correspondem a quase o consumo médio do mercado térmico do país em 2008 (14.489 milhões de metros cúbicos/dia) e são suficientes para gerar cerca de 3 mil megawatts (MW). A produção atenderá prioritariamente as usinas termelétricas da Região Sudeste.

Segundo a Petrobras, o gás natural originado do GNL complementará a oferta nacional de gás natural, que hoje tem sua demanda atendida pelo gás nacional produzido pela estatal e pelo importado da Bolívia. “Com o GNL, a Petrobras passa a importar o produto de outros países, como Trinidad e Tobago e Nigéria”, informou a empresa.

Com informações da Agência Brasil

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