Dilma chama de mau gosto misturar doença com política e admite uso de "peruquinha básica"
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Folha Online
A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) deixou hoje o hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde estava internada desde as 3h de ontem após passar sentir fortes dores nas pernas numa reação ao tratamento quimioterápico contra um câncer linfático.
Questionada sobre o uso político da doença, Dilma foi enfática: "Acho de mau gosto misturar doença com a questão política. A própria população vê que isso não é adequado".
Dilma admitiu que a quimioterapia já lhe custou os cabelos. "Estou usando uma peruquinha básica, como vocês podem ver."
A ministra reclamou do uso da peruca e disse que vai tirá-la assim que o cabelo crescer um pouco. "Assim que tiver assim [e fez um gesto com os dedos polegar e indicador], vou tirar a peruca. Porque é muito chato."
Dilma disse que ainda não sabe quando retornará a Brasília para retomar suas atividades ministeriais. Ele recebeu recomendação para descansar em São Paulo.
A ministra admitiu que terá de cancelar parte de sua agenda de compromissos. "Vou cancelar a agenda do final de semana."
Na saída do hospital, Dilma agradeceu a solidariedade que recebeu. "Quero agradecer à quantidade de solidariedade que venho recebendo ontem e hoje. Agradeço a todos que estão rezando."
Dilma deu entrada às 3h de ontem no hospital após passar a segunda-feira com fortes dores nas pernas. No Sírio-Libanês, Dilma foi diagnosticada com miopatia, uma inflamação muscular. Ela foi medicada com analgésicos.
Compromissos
De acordo com o blog do Josias, Dilma terá de atenuar o ritmo de trabalho na pasta e a reduzir compromissos públicos.
Ela cancelou a presença num debate promovido pela Associação Brasileira de Rádio e Televisão, que aconteceria hoje. Também cancelou uma apresentação sobre o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) em Fortaleza amanhã. Não vai mais na abertura de um congresso da CUT em São Paulo, na sexta.
De acordo com o blog, Dilma foi aconselhada a evitar um encontro com militantes do PT no sábado. Diz que talvez ela compareça a um almoço organizado por Marta Suplicy com celebridades.
O líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP), negou ontem que Dilma tivesse que reduzir seu ritmo de trabalho para tratar o câncer linfático. Segundo Mercadante, a única restrição ao trabalho de Dilma se dará após as sessões de quimioterapia.
"Não tem redução de ritmo de trabalho. Haverá um cuidado maior após sessões de quimioterapia. A quimioterapia dela é preventiva, não é para combater a doença que estaria se alastrando", disse Mercadante.
Essa foi a mesma avaliação da líder do governo no Congresso, Ideli Salvatti (PT-SC). "Não há afastamento. O que avaliamos é que tem que haver uma preocupação especial com a agenda da ministra nos momentos posteriores às sessões de quimioterapia", disse ontem.
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