9/5/2009
Por Redação, com Reuters - de Brasília
Em sua primeira entrevista exclusiva após ter anunciado o tratamento de um câncer, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, defendeu que o Banco Central passe a priorizar também a geração de emprego. Ela advogou, ainda, uma retomada da queda da dívida pública a partir de 2010, hoje em 37,6% do Produto Interno Bruto.
– A questão da inflação não pode ser hoje a única função do Banco Central. Em um momento de deflação e recessão (mundiais), ele tem que olhar a política de emprego também – disse.
Pré-candidata à sucessão presidencial, a ministra voltou a dizer que não trata do assunto "nem amarrada", mas não evitou nenhum tema econômico. Braço-direito de um presidente de origem sindical, Dilma diz ser contra qualquer novo marco legal que mexa nos direitos trabalhistas. Para ela, o "estratégico" é uma reforma que profissionalize o setor público.
Segundo Dilma Rousseff, a crise financeira internacional exigiu do governo uma política anticíclica que justificou a redução do superávit primário. Mas, a partir do próximo ano, deve haver compromisso com uma dívida pública menor.
– Ainda achamos que temos de manter um esforço para 2010 e anos seguintes. Nos interessa muito manter essa trajetória decrescente (da dívida) porque ela vai facilitar que a gente seja sustentável em matéria macroeconômica – pontuou, sem esclarecer qual governo seria responsável por essa política.
Sobre avanços estruturais necessários ao crescimento econômico, a chefe da Casa Civil apontou a necessidade de uma reforma que priorize a profissionalização do setor público. Na contramão de enxugar o tamanho da estrutura do Estado, o projeto passa pela contratação e formação de funcionários, novos planos de carreira e reformas de gestão.
– O Brasil precisa de um Estado meritocrático e profissional – disse.
O presidente da República pediu agilidade na elaboração do marco regulatório das reservas de petróleo. Segundo a ministra, o projeto deve ser encaminha ao Congresso ainda neste semestre.
Luta contra doença
A ministra surpreendeu o mundo político ao anunciar o tratamento de um linfoma há duas semanas. Ela não evitou falar do câncer.
– Não é tão ruim assim – disse sobre o combate à doença, acrescentando que o fato de ter decidido enfrentar o problema já é meio caminho andado para superá-lo.
Em meio a sessões de quimioterapia, a agressividade da medicação não abateu o vigor com que fala do governo. Num gesto emotivo, revelou que o mais difícil foi contar à família sobre a descoberta do tumor.
– O difícil para mim não foi falar para o presidente Lula, porque ele me protege. Quem te protege, você vai lá e se atira no ombro. O difícil foi falar para a minha mãe e minha filha, porque sou eu quem as protejo – confidenciou.
Apesar do pouco tempo desde o anúncio, ela contou já ter uma coleção de medalhas e santinhos recebidos de pessoas desconhecidas. Ex-guerrilheira e vítima de tortura no regime militar, Dilma Rousseff não escondeu seu lado religioso.
– Acho que todo mundo é (...) essa crença que você sempre tem na hora que o avião balança e você diz, Nossa Senhora, eu não conheço ninguém que não tenha – concluiu.
Por Redação, com Reuters - de Brasília
Em sua primeira entrevista exclusiva após ter anunciado o tratamento de um câncer, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, defendeu que o Banco Central passe a priorizar também a geração de emprego. Ela advogou, ainda, uma retomada da queda da dívida pública a partir de 2010, hoje em 37,6% do Produto Interno Bruto.
– A questão da inflação não pode ser hoje a única função do Banco Central. Em um momento de deflação e recessão (mundiais), ele tem que olhar a política de emprego também – disse.
Pré-candidata à sucessão presidencial, a ministra voltou a dizer que não trata do assunto "nem amarrada", mas não evitou nenhum tema econômico. Braço-direito de um presidente de origem sindical, Dilma diz ser contra qualquer novo marco legal que mexa nos direitos trabalhistas. Para ela, o "estratégico" é uma reforma que profissionalize o setor público.
Segundo Dilma Rousseff, a crise financeira internacional exigiu do governo uma política anticíclica que justificou a redução do superávit primário. Mas, a partir do próximo ano, deve haver compromisso com uma dívida pública menor.
– Ainda achamos que temos de manter um esforço para 2010 e anos seguintes. Nos interessa muito manter essa trajetória decrescente (da dívida) porque ela vai facilitar que a gente seja sustentável em matéria macroeconômica – pontuou, sem esclarecer qual governo seria responsável por essa política.
Sobre avanços estruturais necessários ao crescimento econômico, a chefe da Casa Civil apontou a necessidade de uma reforma que priorize a profissionalização do setor público. Na contramão de enxugar o tamanho da estrutura do Estado, o projeto passa pela contratação e formação de funcionários, novos planos de carreira e reformas de gestão.
– O Brasil precisa de um Estado meritocrático e profissional – disse.
O presidente da República pediu agilidade na elaboração do marco regulatório das reservas de petróleo. Segundo a ministra, o projeto deve ser encaminha ao Congresso ainda neste semestre.
Luta contra doença
A ministra surpreendeu o mundo político ao anunciar o tratamento de um linfoma há duas semanas. Ela não evitou falar do câncer.
– Não é tão ruim assim – disse sobre o combate à doença, acrescentando que o fato de ter decidido enfrentar o problema já é meio caminho andado para superá-lo.
Em meio a sessões de quimioterapia, a agressividade da medicação não abateu o vigor com que fala do governo. Num gesto emotivo, revelou que o mais difícil foi contar à família sobre a descoberta do tumor.
– O difícil para mim não foi falar para o presidente Lula, porque ele me protege. Quem te protege, você vai lá e se atira no ombro. O difícil foi falar para a minha mãe e minha filha, porque sou eu quem as protejo – confidenciou.
Apesar do pouco tempo desde o anúncio, ela contou já ter uma coleção de medalhas e santinhos recebidos de pessoas desconhecidas. Ex-guerrilheira e vítima de tortura no regime militar, Dilma Rousseff não escondeu seu lado religioso.
– Acho que todo mundo é (...) essa crença que você sempre tem na hora que o avião balança e você diz, Nossa Senhora, eu não conheço ninguém que não tenha – concluiu.
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