Nos últimos dias, apesar dos desmentidos veementes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de seus auxiliares diretos etc., jornais, tevês, rádios e portais de internet de grandes empresas que controlam conglomerados de mídia voltaram a ter faniquitos. E nem foi por conta da hipótese de Lula poder ser reeleito para um terceiro mandato consecutivo. Essas empresas têm feito campanha organizada e unificada para que o presidente não volte a se candidatar ao cargo que ocupa atualmente nem se a lei permitir, ou seja, a partir de 2014.
Praticamente todos os telejornais das tevês abertas, todos os grandes jornais, todos os grandes portais de internet, todas as emissoras de rádio desse reduzido grupo de mega empresários da comunicação que controlam todos estes veículos entraram em pânico na sexta-feira, quando Lula, perguntado por um repórter sobre se cogita tentar voltar ao poder em... 2014 (?!), disse que “só Deus sabe” a resposta a essa pergunta porque nem sabemos o que acontecerá em 2010, que ainda está longe.
Não é à toa que as famílias Marinho, Civita, Frias, Mesquita e agregados, sem falar no PSDB e no PFL, com destaque para o tucano José Serra, estão preocupados. E vocês, leitores, já entenderão por que.
Todos os fatos autorizam dizer que Lula deixará o planalto, no primeiro dia de 2011, como o presidente mais popular da história do país. E, como se fosse pouco, ainda por cima tão ou mais popular quanto os mais populares governantes de qualquer parte do mundo, seja em começo, em meio ou em fim de mandato.
A economia brasileira está dando um show. As atenções do mundo inteiro voltam-se a um país que, na contramão do mundo, está gerando empregos e voltando a crescer enquanto todos os outros países continuam gerando desemprego e mergulhando em recessão cada vez mais profunda.
Mais impressionante ainda, foi estudo recente divulgado pelo Ipea que deu conta de que durante o auge da crise o Brasil continuou diminuindo a pobreza e a miséria. Em termos internacionais, esses dados estão fazendo este país atrair as atenções do mundo todo.
De Obama à Unesco Lula é “o cara”, o mais popular chefe de governo e de Estado que há no planeta. E para quem acha pouco, ele ainda pode se tornar o prêmio Nobel da Paz deste ano.
Hoje, Lula é literalmente imbatível do ponto de vista eleitoral. Tanto como candidato quanto como apoiador. E é aí que reside essa paranóia descabida que está se abatendo sobre a oposição tucano-pefelista e os jornais, revistas, tevês, rádios e portais de internet seus aliados. E isso porque uma pesquisa eleitoral recente, feita pelo renomado – e esquecido até aqui – instituto Vox Populi, mostra vários fatos desesperadores para a direita brasileira.
A mídia oposicionista concentrou-se nos dados da pesquisa Vox Populi sobre os possíveis cenários na disputa pela Presidência da República em 2010, nos quais a candidata de Lula, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, aparece disparando na preferência do eleitorado, tendo atingido neste mês de maio um patamar de intenções de voto que há poucos dias especulava-se que ela só atingiria no fim deste ano, o que mostra a capacidade de transferência de votos de Lula para a eleição presidencial e, também, um desempenho considerável da própria candidata.
Porém, a mídia escondeu o dado mais impressionante da pesquisa, que revela um aumento exorbitante da popularidade do presidente da República se confrontarmos os números do Vox Populi com os últimos dados detectados pelos institutos de pesquisa da oposição (Datafolha e Ibope), que, recentemente, detectaram “queda” da popularidade do presidente, situando-a em pouco mais ou pouco menos de 70%.
Vejam, abaixo, os dados da pesquisa que a mídia desprezou e entendam, assim, por que a direita brasileira quer tornar Lula um político proibido para sempre de concorrer a cargos públicos.A pesquisa Vox Populi tem margem de erro de 2,2 pontos percentuais. Em seguida prossigo comentando.
BRASIL
67% estão satisfeitos ou muito satisfeitos, igual a maio de 2008; 7% estão insatisfeitos; 5% muito insatisfeitos
Para 60%, Brasil melhorou nos últimos anos; para 14%, piorou; para 56%, vai melhorar nos próximos 2 anos; para 13%, vai piorar
PARTIDOS
Preferência
PT tem 29% da preferência partidária; alta de 4 pontos em relação a 2008 e de 10 pontos sobre 2004; PMDB tem 8%; PSDB tem 7%; e DEM tem 1%
Eleitores sem preferência: 49%, queda de 15 pontos em relação a 2004 (64%)
Rejeição
PT tem 8% de rejeição, estável em relação a 2008; PMDB tem 5%; PSDB tem 5%; e DEM tem 3%; 67% não rejeitam nenhum partido, queda de 2 pontos em relação a 2008 (69%)
Imagem
Primeiro partido que vem à cabeça: PT, 35%; PMDB, 24%; PSDB, 14%.
AVALIAÇÃO DO PT
59% têm muita ou alguma simpatia pelo PT, aumento de 12 pontos sobre 2008; 81% acham o PT forte ou muito forte, aumento de 5 pontos em relação a 2008; 65% consideram positiva a atuação do PT na política, aumento de 5 pontos sobre 2008
Para 70%, o PT ajuda o Brasil a crescer, aumento de 5 pontos sobre 2008
Opiniões sobre o PT
É dinâmico e trabalhador: 75%, contra 69% em 2008
É moderno, com idéias novas: 75%, contra 69% em 2008
Deve ter candidato próprio à Presidência: 68%, contra 67% em 2008
GOVERNO LULA
Desempenho do presidente
Avaliação positiva: 87% (ótimo, bom e regular positivo), contra 84% em 2008; avaliação negativa: 13% (ruim, péssimo e regular negativo), contra 15% em 2008
Melhores ações do governo
Programas sociais, 36%; política econômica, 19%; Educação, 8%; Habitação, 7%
Além do dado importantíssimo sobre a recuperação da popularidade de Lula (em confrontação com as últimas pesquisas Datafolha, Ibope e Sensus), os números desta pesquisa recente sobre o desempenho da pré-candidata Dilma Rousseff também se descolaram fortemente dos dados daqueles institutos dirigidos por aliados da oposição tucano-pefelê.
É possível que tenha havido só agora mesmo esse forte aumento da popularidade do presidente Lula e da ministra Dilma. As últimas pesquisas dos institutos da oposição foram feitas no auge da crise, ainda no primeiro trimestre deste ano, quando foi revelado o forte tombo no nível de emprego ocorrido em dezembro do ano passado e seus reflexos em janeiro deste ano.
Dali em diante, o nível de emprego começou a aumentar, a produção industrial foi retomada, o crédito normalizou-se, as exportações aumentaram, o dólar passou a cair, descobriu-se que diminuiu o número de pobres em plena crise etc, etc.
Não foi à toa que a mídia oposicionista parou de falar em “marolinha”, bem como os partidos aos quais ela serve. Depois do previsível primeiro trimestre depressivo e da recuperação previsível do segundo trimestre (e este blog previu, no fim do ano passado, que os dois trimestres seriam assim), não há mais clima para continuar explorando eleitoralmente o termo usado por Lula para descrever o efeito menor que a crise teria no Brasil.
Lula constitui hoje a maior ameaça à direita brasileira que já existiu. Mesmo na improvável hipótese de que não consiga fazer sua sucessora tendo aprovação popular tão impressionante, estando na oposição teria uma força moral e uma credibilidade enormes para criticar um hipotético governo José Serra, sobretudo quando este, previsivelmente, começasse o desmonte de políticas públicas do antecessor.
E para quem ainda tem alguma dúvida de que as coisas sejam como descrevo, que pergunte a si mesmo que outro presidente brasileiro, depois de governar por quase uma década, assustou seus adversários em qualquer hipótese eleitoral - se entrasse em disputa pela própria sucessão, se apoiasse um candidato a sucedê-lo e até, pasmem, se um dia quisesse disputar uma eleição de novo.
Blog de Eduardo Guimarães
7 comentários:
A foto do "Chefe" que abre a coluna, com aqueles olhinhos matreiros revirados para cima, não foi tirada naquela inesquecível entrevista coletiva em que tentava, inutilmente, encontrar uma explicação para o Golpe do Mensalão? Ou melhor, em que transferia, covardemente, a culpa para os seus aloprados dizendo que tinha sido traído?
A foto merece ser vista e revista mesmo, para que ninguém se esqueça do Golpe do Mensalão, mas o personagem em questão deveria ter sido "proibido" com a melhor arma que as democracias têm para livrar-se de tais excrecências: o impeachment!
Foi uma pena que a tucanalha tenha lhe estendido a mão, quando mal conseguia manter o nariz fora do tsunami de lama que o tragava...
Anõnimo, não. Ele deveria estar olhando para cima para ver se via alguma calcinha.Caraca! Essa ladainha do mensalão emche meu saco, Será que esses tucanos não têm mais nada para comentar? Em qualquer debate que participo sobre suposta corupção essa raça só fala nisso.Vamos virar o disco.Ah! quanto a impeachmente, a direita só não deu porque Lula tem o apoio do povão, da classe média intelectualizada e dos movimentos sociais. Lembro-me quando, no extinto Forum Jovem Pan, a direitalha falava em impeachment, e eu dizia: Vamos gente, vamos tentar dar o golpe. Não vejo a hora de quebrar cabaço de donzelas tucanas e o chifre do DEMOTUCANO.
Nada disso, Gilvan. A verdade é que vocês são muito mal agradecidos aos seus aliados tucanos, pois formam com eles um belo par em qualquer tipo de lambança, sempre expandindo exponencialmente aquilo que fizeram. Por exemplo, eles implantaram a economia "neoliberal" no país, mas vocês a aprofundaram a ponto de nos tornar clientes preferenciais da Oligarquia Financeira Transnacional; eles inventaram o "Bolsa Votos", mas vocês o transformaram no maior curral eleitoral do mundo; eles criaram o valerioduto mineiro, mas vocês lhe deram dimensão nacional, transformando-o no famigerado Golpe do Mensalão, que fez com que a esquerda brasileira atingisse patamares de corrupção jamais vistos antes neste país; eles fortaleceram as oligarquias regionais, mas vocês as promoveram ao primeiro plano da cena política nacional, ao se aliarem aos Sarneys, Renans, Geddéis, Jucás, Heráclitos, Barbalhos, Collors, Severinos et caterva; e "coronéis" que tais...
Não há, então, como escamotear a triste realidade: o desgoverno Lula, com seus discutíveis acertos e seus clamorosos erros, é a cara e o focinho do desgoverno FHC. Lula, no entanto, vive cuspindo no prato em que come. Mas devemos perdoar-lhe isso, pois ele não tem formação nem história para agir de forma diferente. Duro mesmo, Gilvan, é ver o PT agindo exatamente como ele, qual se fosse, simplesmente, um PSDB que não freqüentou a escola.
Professor, o senhor leu o post sobre Greg Palast aqui postado? Se não, leia e veja que a economia de Lula nada tem a ver com a de FHC. Quanto ao impecahment, a direita golpista não deu porque não tinha respaldo popular. isso é fato. Lula não é Collor, FHC não. Lula é o povo.
Lula é o povo? Eu diria mais, diria que Lula é o povo analfabeto que não tem condições, quer dizer, faculdades mentais, para eleger um representante decente. Apodreçam nesse infernino que é o Brasil, esquerdistas escrotos!
Golpista-Já, Lula é povo, sim, escroto é quem não tem argumento para escrever. De todo modo, fiquem em paz.
Ah! analfabeto é quem não tem capcidade de argumentar num espaço democrático como este. Fique à vontade, no limite do seu analfatetismo funcional.
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