segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Dilma afirma estar pronta para voltar à ativa


Segunda-feira, 14 de setembro de 2009



Após férias, ministra da Casa Civil quer novamente assumir papel de porta-voz do governo Lula

O Estado de S. Paulo


BRASÍLIA - Liberada do tratamento do câncer e das reuniões fechadas de elaboração da proposta do pré-sal, a ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, quer voltar aos "palanques". Ela avisou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva estar pronta para reassumir a tarefa de porta-voz de programas estratégicos e acompanhá-lo em eventos na capital e viagens pelo País.


O retorno à cena política de Dilma - candidata preferida do presidente para a disputa de 2010 - ocorre no momento em que Lula comemora a recuperação do Produto Interno Bruto (PIB) e as evidências de que o Brasil passou pelas turbulências da crise financeira internacional. Auxiliares do presidente avaliam que o momento não poderia ser melhor para a ministra deixar claro que é a "candidata única" do governo.

Em maio, Dilma interrompeu sua agenda sobrecarregada no governo para iniciar um tratamento contra o câncer. No último mês, quando ainda se recuperava e fazia exames, ela gastou boa parte do tempo na elaboração dos projetos de exploração do óleo na camada pré-sal. Foi o próprio Lula quem recomendou que ela tirasse pelo menos uma semana de folga para recuperar energias.


Nesta segunda-feira, 14, a ministra esteve com Lula em Roraima para inauguração de uma ponte ligando o Estado à Guiana. Na próxima sexta-feira, 18, ela entrará novamente no Airbus da Presidência para o conflagrado Rio Grande do Sul, onde a governadora tucana, Yeda Crusius, enfrenta processo de impeachment. Dilma e Lula visitam as obras de melhoria da BR-448, entre os municípios gaúchos de Canoas e Sapucaia do Sul. Em seguida, eles inauguram uma usina hidrelétrica em Caxias do Sul.

Sempre na cola de Lula, ela participa na quarta-feira, 16, da festa de 45 anos do IPEA, instituto de pesquisas do governo. Na quinta, 17, Dilma deve se reunir com os governadores da região amazônica para discutir obras do PAC e projetos ambientais. Ainda na quinta-feira, ela estará ao lado de Lula numa solenidade de envio ao Congresso do projeto de lei do zoneamento da cana-de-açúcar, que prevê expansão da cultura, mas impede novas lavouras no Pantanal e na Amazônia.

O afastamento temporário da ministra coincidiu com avaliações negativas na imprensa e no Congresso sobre a viabilidade de sua candidatura em 2010 para o Palácio do Planalto. Auxiliares do presidente avaliaram que as avaliações foram "precipitadas".

Eles observaram que uma determinada pesquisa não considerou nem mesmo um cenário com todos os quatro nomes apontados hoje como possíveis candidatos à Presidência: Dilma, o governador de São Paulo, José Serra, o deputado Ciro Gomes e a senadora Marina Silva. A equipe de Lula reclamou ainda que Dilma foi vítima de setores da imprensa que não levaram em conta suas palavras no episódio Lina Vieira. A ex-diretora da Receita Federal acusou a ministra, sem apresentar provas, de ter feito pressões para acelerar investigações do Fisco contra a família Sarney.

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