“Capitalism isn’t working”, gritam milhões de europeus sobre a crise que arrasa a economia de meio mundo desde 2008. O destino da humanidade é algum formato de socialismo. Como e quando isso se dará é outra história.
E a história dá voltas. Se há um obstáculo que a impede de fluir na direção do equilíbrio social, repete o ciclo até conseguir. Leve o tempo que levar. É o caso das esquerdas sul-americanas. Golpes de estado, ditaduras, perseguição e assassinatos, censura, opressão… só adiaram a necessidade dos governos se voltarem para o resgate da cidadania de milhões.
Por que eu me preocupo com essas questões que nem atingem a mim, meus familiares e amigos? Por que eu luto para que milhões de pessoas que não conheço e jamais vou conhecer recebam algum tipo de vantagem por parte do governo? O que eu tenho a ver com o Zé que mora na favela e tem 5 filhos pra criar? Por que eu não vivo minha vida, cuidando de mim e dos meus, e que o resto que se dane?
Porque me incomoda demais que essas milhões de pessoas desconhecidas vivam na miséria. É questão de dignidade, amor próprio. É essa minha consciência, que não admite que eu me conforme com a “sorte e destino alheios”. Poderia sair por aí distribuindo sopa pra morador de rua. Mas não sou Madre Tereza. Sei que a desigualdade social abismal em que vivemos tem origem e pode ser revertida na origem.
Nossa ditadura durou 21 anos e os governos militares foram um fracasso total. Endividaram o país, aprofundaram os abismos sociais, aparelharam a mídia em nome da Casa Grande e deixaram a senzala à sua própria sorte. E aqui estamos, novamente, correndo o risco de regredir, por conta da orquestração midiática aliada a grupos fascistóides que encrustaram-se nas fileiras do PSDB. O “plano” é desalojar o PT do poder a qualquer custo. Seja através do STF, seja através da desconstrução de todos os índices que gritam que o Brasil é um dos poucos países que melhor enfrentam a crise mundial.
Há que se admitir que depois de tantas lambanças do tipo “bolinha de papel”, os reaças se organizaram e mostram um teco de disciplina na conspiração atual. Enquanto a realidade mostra ao povo um país que tirou milhões da miséria absoluta, a ficção midiática mostra um país à beira de todo tipo de catástrofes.
Uma das frentes de ataque ao governo trabalhista do PT é a teoria segundo a qual, “trair e inflacionar, é só começar”. A mídia, instruída por alguma central golpista oculta, tenta resgatar e instalar a cultura da inflação para desestabilizar a economia – que é o pilar principal de sustentação do atual governo.
Outra vertente é a campanha “somos vira-latas sim, milorde e nos desculpamos pela arrogância de querer sediar os maiores eventos esportivos do planeta”. Aí está a chave do futuro próximo: a Copa do Mundo e as Olimpíadas. É curioso. O Brasil, eterna pátria dos melhores jogadores de futebol do planeta, é desqualificado por sua própria imprensa para realizar a competição. E quando algum jogador brasileiro se mostra acima da média, deve ser exportado o mais rápido possível. Somos vira-latas. Não merecemos que jogadores como Neymar insistam em permanecer no Brasil. Não merecemos, também, que o governo atual seja a marca da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016. Pior ainda: Deus nos livre de ganharmos essa Copa e de termos o melhor desempenho da história nos Jogos Olímpicos de 2016!
Não duvido nada que grupos similares ao CCC de 1968 estejam preparando “acidentes” para desmoralizar o país na Copa das Confederações. Não duvido nada de que esses grupos estejam por trás da boataria sobre o fim do Bolsa Família. A única dúvida que tenho é se eles terão sucesso em sua empreitada.
Fonte:O que será que me dá.
Fonte:O que será que me dá.
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