Por que os jovens não gostam do PT?

Ontem, alguém fez uma pergunta no Facebook que deixou esse humilde blogueiro sujo intrigado. A pergunta foi a seguinte: por que os jovens têm tanto ódio do PT?

É, sinceramente, difícil explicar.Mas vamos lá.

Um partido cujo governo criou Programa Universidade para Todos (ProUni), que concede bolsas de estudo para estudantes de baixa renda de todo o País, que tornou o Programa de Financiamento Estudantil (Fies) mais acessível depois da dispensa da figura do fiador,  que era um dos maiores entraves para os estudantes aderirem ao programa, que implantou uma lei de Cotas Raciais, que criou o Programa Ciência Sem Fronteira, beneficiando milhares de estudantes do Brasil, que ampliou o acesso às universidades públicas federais por meio do Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), que mais que dobrou as vagas nas universidades públicas federais nos últimos 12 anos, que  inaugurou mais de 14 universidades públicas no País, que criou mais de 13 novos campi universitários, que criou mais de 215 escolas técnicas federais,  que criou o PRONATEC com o objetivo de ampliar a oferta de cursos de educação profissional e tecnológica, Que triplicou o número de bolsas de Mestrado e Doutorado no Capes e CNPq, passando 35 mil(2002) para 105 mil(2013) era para ser amado e idolatrado pelos jovens brasileiros. Nunca antes na história deste pais se fez tanto pela educação. Está tudo bem? Claro que não está, agora, que melhorou, melhorou e muito. A única explicação possível para tanta ojeriza dos jovens em relação ao PT é que a maioria daqueles jovens era(e é) contra o PROUNI, a Lei de Cotas, enfim, contra o acesso dos pobres às universidades, pública e privada. Não há outra explicação para tanto ódio.

Assim como é difícil explicar o porquê de protestos em um país que gerou mais de 16 milhões de empregos formais em 12 anos, e que tem uma das menores taxas de desemprego do mundo(5,8%), cuja classe média aumentou em 28 milhões de pessoas, onde 36 milhões de pessoas saíram da linha da miséria, cujo salário mínimo foi de US $ 65 para 300 dólares, cujas contas públicas estão em ordem, que não deve ao FMI, que é respeitado no exterior, que diminuiu a carga tributária de  36,1% para 33,58% do PIB em plena crise, onde o povo, que era acostumado a andar de trator, carroça, bicicleta, jegue e cavalo, hoje anda de carro novo, anda de avião, que expandiu o microcrédito para todos os brasileiros, que criou um ambicioso programa de casa própria, que melhorou e muito a questão da mobilidade urbana, que zerou impostos em benefício da classe pobre e média, que sancionou leis em proteção aos idosos e às mulheres, que fez com que o Nordeste crescesse fortemente, a começar por Pernambuco, que hoje é um estado forte economicamente graças ao governo Lula/Dilma, que não mediu esforço para ajudar este estado.

Não dá para explicar os protestos.

De outro lado, ninguém exigiu a aprovação da PEC do Trabalho Escravo, que faz mais de 30 anos que está parada no Congresso Nacional, ninguém protestou contra a seca que castiga os nordestinos, ninguém protestou contra as cobranças de taxas abusivas pelos bancos(público  privado), ninguém protestou contra a demora no julgamento do mensalão do PSDB, ninguém exigiu prisão para os sonegadores, ninguém exigiu a aprovação do imposto sobre grandes fortunas, ninguém protestou contra as abusivas cobranças de pedágio, ninguém exigiu a imediata instalação da CPI da Privataria, ninguém protestou contra a privatização da saúde pública nos governos do PSDB/PSB. Sobre estas questões, silêncio total no meio da massa cheirosa.