23/10/2008
À Justiça, Dantas nega acusações de suborno e diz desconhecer seu patrimônio
Folha Online
O banqueiro Daniel Dantas, do banco Opportunity, negou as acusações de suposto suborno a policiais federais na Operação Satiagraha e disse desconhecer o tamanho de seu patrimônio. Dantas, o consultor Hugo Chicaroni e o assessor do banqueiro Humberto Braz prestaram depoimentos à Justiça Federal nesta quarta-feira (22).
Chicaroni e Braz foram denunciados pelo Ministério Público Federal em São Paulo por tentativa de suborno a um delegado federal para retirar o nome de Dantas do inquérito da PF da Satiagraha.
Dantas --principal alvo da operação da PF-- prestou depoimento das 14h50 às 20h, apesar das tentativas de seu advogado de tentar cancelar a audiência. Para o advogado do banqueiro, Nélio Machado, a acusação de tentativa de suborno é "infundada e delirante".
Machado já havia pedido a anulação do julgamento, alegando que a defesa foi baseada em cerceamento de liberdade. "A prova e débil, inconsistente e a defesa foi cerceada", afirmou, após o fim da audiência. A defesa de Dantas também questiona a participação do juiz Fausto De Sanctis no caso --responsável pelo inquérito da Operação Satiagraha-- e que conduziu os depoimentos de ontem.
Para o procurador da República Rodrigo de Grandis, que participa das investigações Satiagraha, "os depoimentos foram extremamente genéricos". "Os acusados falaram sobre as estruturas das empresas, sobre o capital, mas pouco acrescentaram sobre crime de corrupção ativa e nada se explicou sobre o dinheiro do banco Opportunity que foi encontrado na casa de Hugo Chicaroni."
Braz também negou qualquer tentativa de suborno e saiu do tribunal sem falar com a imprensa. O depoimento de Chicaroni foi remarcado para a próxima sexta-feira (24), às 10h.
Segundo o procurador De Grandis, nenhum deles confessou a tentativa de suborno e o processo deve ser encerrado "nos próximos dias". "A prova hoje sai mais forte para pedir a condenação deles no momento oportuno", declarou o procurador, sem especificar quais seriam as condenações.
Patrimônio
Durante o depoimento, o dono do Opportunity foi perguntado sobre o patrimônio. "[Dantas] foi questionado sobre o patrimônio dele e, curiosamente, não soube responder quanto ele tem no Brasil ou no exterior", disse o procurador.
O advogado de Dantas defendeu que não há nenhum estranhamento no fato de o empresário não conseguir mensurar seu próprio patrimônio. "O Daniel Dantas é um homem que leva uma vida simples e frugal, ele usa o mesmo terno, a mesma gravata, não frequenta restaurante. Talvez ele gaste com a pessoa física dele muito menos que uma pessoa de classe média alta [...] no imposto de renda tem tudo."
Dantas, Braz e Chicaroni foram presos no último dia 8 de julho, com o investidor Naji Nahas, o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta (PTB) e mais 12 pessoas. A Operação Satiagraha, da Polícia Federal, investiga os crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas, gestão fraudulenta e outros crimes financeiros.
Folha Online
O banqueiro Daniel Dantas, do banco Opportunity, negou as acusações de suposto suborno a policiais federais na Operação Satiagraha e disse desconhecer o tamanho de seu patrimônio. Dantas, o consultor Hugo Chicaroni e o assessor do banqueiro Humberto Braz prestaram depoimentos à Justiça Federal nesta quarta-feira (22).
Chicaroni e Braz foram denunciados pelo Ministério Público Federal em São Paulo por tentativa de suborno a um delegado federal para retirar o nome de Dantas do inquérito da PF da Satiagraha.
Dantas --principal alvo da operação da PF-- prestou depoimento das 14h50 às 20h, apesar das tentativas de seu advogado de tentar cancelar a audiência. Para o advogado do banqueiro, Nélio Machado, a acusação de tentativa de suborno é "infundada e delirante".
Machado já havia pedido a anulação do julgamento, alegando que a defesa foi baseada em cerceamento de liberdade. "A prova e débil, inconsistente e a defesa foi cerceada", afirmou, após o fim da audiência. A defesa de Dantas também questiona a participação do juiz Fausto De Sanctis no caso --responsável pelo inquérito da Operação Satiagraha-- e que conduziu os depoimentos de ontem.
Para o procurador da República Rodrigo de Grandis, que participa das investigações Satiagraha, "os depoimentos foram extremamente genéricos". "Os acusados falaram sobre as estruturas das empresas, sobre o capital, mas pouco acrescentaram sobre crime de corrupção ativa e nada se explicou sobre o dinheiro do banco Opportunity que foi encontrado na casa de Hugo Chicaroni."
Braz também negou qualquer tentativa de suborno e saiu do tribunal sem falar com a imprensa. O depoimento de Chicaroni foi remarcado para a próxima sexta-feira (24), às 10h.
Segundo o procurador De Grandis, nenhum deles confessou a tentativa de suborno e o processo deve ser encerrado "nos próximos dias". "A prova hoje sai mais forte para pedir a condenação deles no momento oportuno", declarou o procurador, sem especificar quais seriam as condenações.
Patrimônio
Durante o depoimento, o dono do Opportunity foi perguntado sobre o patrimônio. "[Dantas] foi questionado sobre o patrimônio dele e, curiosamente, não soube responder quanto ele tem no Brasil ou no exterior", disse o procurador.
O advogado de Dantas defendeu que não há nenhum estranhamento no fato de o empresário não conseguir mensurar seu próprio patrimônio. "O Daniel Dantas é um homem que leva uma vida simples e frugal, ele usa o mesmo terno, a mesma gravata, não frequenta restaurante. Talvez ele gaste com a pessoa física dele muito menos que uma pessoa de classe média alta [...] no imposto de renda tem tudo."
Dantas, Braz e Chicaroni foram presos no último dia 8 de julho, com o investidor Naji Nahas, o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta (PTB) e mais 12 pessoas. A Operação Satiagraha, da Polícia Federal, investiga os crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas, gestão fraudulenta e outros crimes financeiros.
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