NÚMERO DE POBRES CONTINUA A CAIR
Autor(es): Natalia Pacheco
Jornal do Brasil - 20/05/2009
A crise financeira internacional não impediu que 316 mil brasileiros saíssem da linha de pobreza entre outubro de 2008 e março deste ano nas seis maiores regiões metropolitanas do país – São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e Salvador – segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Esta é a primeira vez, desde o colapso econômico do início dos anos 80, quando o Ipea iniciou a pesquisa, que o instituto registra qued do número de pobres no país em períodos de turbulência financeira. O presidente do Ipea, Márcio Pochmann, afirma que a ampliação do Bolsa Família; o reajuste do salário mínimo em fevereiro deste ano, que passou de R$ 415 para R$ 465; a redução da taxa básica de juros em 3,5 pontos percentuais desde janeiro; e o aumento dos gastos do governo, com o objetivo de manter a economia aquecida, foram fundamentais para o resultado.
Cerca de 316 mil brasileiros deixaram a linha da pobreza de outubro de 2008 a março
Apesar da atual crise financeira internacional, 316 mil brasileiros saíram da linha de pobreza entre outubro de 2008 e março deste ano nas seis maiores regiões metropolitanas do país – São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e Salvador, segundo estudo divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Esta é a primeira vez, desde o colapso econômico do início dos anos 80, quando o Ipea iniciou a pesquisa, que o instituto registra queda do número de pobres no país em períodos de turbulência financeira. Segundo o instituto, a taxa de pobreza nessas seis regiões em março deste ano ficou em 30,7%, 1,7% menor que a registrada em março de 2008, o que representa uma redução de 670 mil pessoas na condição de pobreza.
Para o presidente do Ipea, Márcio Pochmann, a adoção de políticas keynesianas, ou seja, maior intervenção do estado na economia em períodos de crise, foi a principal causa para a diminuição da pobreza no país.
Pochmann acredita que o reajuste do salário mínimo em fevereiro deste ano, que passou de R$ 415 para R$ 465, a redução da taxa básica de juros – a Selic – que já caiu 3,5 pontos percentuais desde janeiro deste ano e o aumento dos gastos do governo, com o objetivo de manter a economia aquecida foram fundamentais para o resultado.
– Além dessas medidas para diminuir os efeitos da tormenta global no país, ainda existe a ampliação do programa Bolsa Família.
Base mais protegida
O estudo também revela que em março deste ano havia menos de 54% do total dos desempregados das seis principais regiões metropolitanas do país na condição de pobres, enquanto há sete anos, em março de 2002 eram mais de 66% nesta condição. Ou seja, a queda na taxa de pobreza entre os desempregados indica que a piora no mercado de trabalho desde outubro de 2008, em função da crise, não atingiu ainda a população de menor rendimento.
A taxa de pobreza entre os desempregados caiu 2,5% nesses seis meses, enquanto o número de desempregados aumentou 16,5%.
– Isso mostra que a base da pirâmide está mais protegida. Antes, a cada três desempregados, dois eram pobres. Nesse pesquisa, a cada dois desempregados, um é pobre. Isso quer dizer que a perda de renda nem sempre leva à pobreza. E esse resultado também indica que houve mudanças no perfil do desempregado – ressaltou Pochmann.
Segundo o estudo, somadas as parcelas com benefícios previdenciários e assistenciais, o Brasil conta, atualmente, com 34,1% da população, sobretudo a de menor rendimento, protegida com algum mecanismo de garantia de renda, "o que se constitui em algo inédito em relação aos outros períodos de forte desaceleração econômica no país".
Ainda há diferenças
Apesar do otimismo e da intensificação do desemprego na população não pobre, o estudo do Ipea revela que ainda há diferenças enormes no interior da sociedade. Entre os pobres, por exemplo, a taxa de desemprego nas seis regiões metropolitanas alcança quase 25% da População Economicamente Ativa (PEA), enquanto na camada não pobre, a taxa de desemprego atinge somente 5,2% da força de trabalho. De outubro de 2008 a março deste ano, a taxa de desemprego entre a população pobre aumentou 18,5% e 24,8% para a não pobre.
Nas últimas três décadas, a economia brasileira registrou quatro importantes momentos de redução do nível de produção, com impactos sobre o consumo, investimento, emprego e renda. Entre 1981 e 1983, houve a crise da dívida externa, enquanto durante os anos de 1990 e 1992, a queda se deu por conta da adoção de programas de combate à inflação e abertura comercial. No período de 1998 a 1999, o país passou por uma crise cambial e atualmente enfrenta as consequências da turbulência financeira global.
No início dos anos 80, o PIB caiu 2,9%, enquanto entre 1989 e 1990, foi reduzido em 4,2%. Nos anos de 1998 e 1999, o PIB cresceu somente 0,2%. Para este ano, especialistas dizem que se o crescimento for nulo já é um bom resultado, já que o PIB registrou queda de 3,6% no último trimestre de 2008.
Jornal do Brasil - 20/05/2009
A crise financeira internacional não impediu que 316 mil brasileiros saíssem da linha de pobreza entre outubro de 2008 e março deste ano nas seis maiores regiões metropolitanas do país – São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e Salvador – segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Esta é a primeira vez, desde o colapso econômico do início dos anos 80, quando o Ipea iniciou a pesquisa, que o instituto registra qued do número de pobres no país em períodos de turbulência financeira. O presidente do Ipea, Márcio Pochmann, afirma que a ampliação do Bolsa Família; o reajuste do salário mínimo em fevereiro deste ano, que passou de R$ 415 para R$ 465; a redução da taxa básica de juros em 3,5 pontos percentuais desde janeiro; e o aumento dos gastos do governo, com o objetivo de manter a economia aquecida, foram fundamentais para o resultado.
Cerca de 316 mil brasileiros deixaram a linha da pobreza de outubro de 2008 a março
Apesar da atual crise financeira internacional, 316 mil brasileiros saíram da linha de pobreza entre outubro de 2008 e março deste ano nas seis maiores regiões metropolitanas do país – São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e Salvador, segundo estudo divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Esta é a primeira vez, desde o colapso econômico do início dos anos 80, quando o Ipea iniciou a pesquisa, que o instituto registra queda do número de pobres no país em períodos de turbulência financeira. Segundo o instituto, a taxa de pobreza nessas seis regiões em março deste ano ficou em 30,7%, 1,7% menor que a registrada em março de 2008, o que representa uma redução de 670 mil pessoas na condição de pobreza.
Para o presidente do Ipea, Márcio Pochmann, a adoção de políticas keynesianas, ou seja, maior intervenção do estado na economia em períodos de crise, foi a principal causa para a diminuição da pobreza no país.
Pochmann acredita que o reajuste do salário mínimo em fevereiro deste ano, que passou de R$ 415 para R$ 465, a redução da taxa básica de juros – a Selic – que já caiu 3,5 pontos percentuais desde janeiro deste ano e o aumento dos gastos do governo, com o objetivo de manter a economia aquecida foram fundamentais para o resultado.
– Além dessas medidas para diminuir os efeitos da tormenta global no país, ainda existe a ampliação do programa Bolsa Família.
Base mais protegida
O estudo também revela que em março deste ano havia menos de 54% do total dos desempregados das seis principais regiões metropolitanas do país na condição de pobres, enquanto há sete anos, em março de 2002 eram mais de 66% nesta condição. Ou seja, a queda na taxa de pobreza entre os desempregados indica que a piora no mercado de trabalho desde outubro de 2008, em função da crise, não atingiu ainda a população de menor rendimento.
A taxa de pobreza entre os desempregados caiu 2,5% nesses seis meses, enquanto o número de desempregados aumentou 16,5%.
– Isso mostra que a base da pirâmide está mais protegida. Antes, a cada três desempregados, dois eram pobres. Nesse pesquisa, a cada dois desempregados, um é pobre. Isso quer dizer que a perda de renda nem sempre leva à pobreza. E esse resultado também indica que houve mudanças no perfil do desempregado – ressaltou Pochmann.
Segundo o estudo, somadas as parcelas com benefícios previdenciários e assistenciais, o Brasil conta, atualmente, com 34,1% da população, sobretudo a de menor rendimento, protegida com algum mecanismo de garantia de renda, "o que se constitui em algo inédito em relação aos outros períodos de forte desaceleração econômica no país".
Ainda há diferenças
Apesar do otimismo e da intensificação do desemprego na população não pobre, o estudo do Ipea revela que ainda há diferenças enormes no interior da sociedade. Entre os pobres, por exemplo, a taxa de desemprego nas seis regiões metropolitanas alcança quase 25% da População Economicamente Ativa (PEA), enquanto na camada não pobre, a taxa de desemprego atinge somente 5,2% da força de trabalho. De outubro de 2008 a março deste ano, a taxa de desemprego entre a população pobre aumentou 18,5% e 24,8% para a não pobre.
Nas últimas três décadas, a economia brasileira registrou quatro importantes momentos de redução do nível de produção, com impactos sobre o consumo, investimento, emprego e renda. Entre 1981 e 1983, houve a crise da dívida externa, enquanto durante os anos de 1990 e 1992, a queda se deu por conta da adoção de programas de combate à inflação e abertura comercial. No período de 1998 a 1999, o país passou por uma crise cambial e atualmente enfrenta as consequências da turbulência financeira global.
No início dos anos 80, o PIB caiu 2,9%, enquanto entre 1989 e 1990, foi reduzido em 4,2%. Nos anos de 1998 e 1999, o PIB cresceu somente 0,2%. Para este ano, especialistas dizem que se o crescimento for nulo já é um bom resultado, já que o PIB registrou queda de 3,6% no último trimestre de 2008.
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