Por Davis Sena Filho — Palavra Livre
O que sai da boca deles é o que pensam os Marinho. Mas é preciso se esforçar tanto? |
Eu fico a lamentar e jamais
surpreso quando tenho o desprazer de assistir ao jornal “global” e matutino
conhecido como “Bom Dia Brasil”, que deveria se chamar “Mau Dia Brasil”. Os
jornalistas Chico Pinheiro, Renata Vasconcellos, Miriam Leitão, Renato Machado,
Carla Vilhena, Alexandre Garcia e Zileide Silva se dedicam a praticar a postura
oposicionista de seus patrões Marinho contra o Governo Federal administrado pelos
trabalhistas, bem como se esmeram para fazer caras e bocas, que talvez nem
atores profissionais e consagrados conseguissem performances tão “perfeitas” na
arte de representar.
Esses jornalistas, uns por
ideologia, como o direitista Alexandre Garcia, e outros simplesmente para
garantir o emprego e o status social conquistado, a exemplo dos restantes já
citados, vivem em um mundo à parte e coberto por uma redoma de cristal. Seu eu
estiver enganado, não tenho como não fazer tais afirmativas, pois, acredito, é
o que eles passam para o telespectador mais atento e por isso mais difícil de
ter a cabeça feita pelos jornais de mercado, que, indubitavelmente, são os
porta-vozes da direita escravagista brasileira, assim como dos banqueiros e dos
trustes e governos internacionais.
A luta desses jornais e
jornalistas de direita contra o desenvolvimento, a soberania do Brasil e as
conquistas do povo brasileiro são de uma mesquinhez e perversidade, que não
lhes permitem se orientar sobre os fatos e os momentos históricos pelos quais o
Brasil e seu povo estão a vivenciar há quase 11 anos, o que, sobremaneira, é
confirmado pelos números e índices econômicos gigantescos, além da sensação de
bem-estar social e da crença em dias melhores por parte da população. Realidades
inegáveis, até mesmo para os jornalistas que, diuturnamente, mostram, nos meios
de comunicação, um Brasil derrotado, negativo, fracassado, incompetente e que
não tem condições de ser o senhor de seu destino.
São pessoas que elaboram ou
editam um jornalismo, sobretudo, direcionado para a classe média tradicional e,
inegavelmente, para os ricos, que, intolerantes, preconceituosos e dominados
que são pelos seus DNA colonizados e complexados, não aceitam que o Brasil se
torne, definitivamente, um País desenvolvido e proprietário de seus interesses
políticos, geográficos e econômicos. É a história a ser escrita pelo povo
brasileiro e a tentativa de as “elites” alienígenas e por isto entreguistas de
reescrevê-la conforme os meios que lhes são intrínsecos às suas verves: a
mentira, a manipulação, a confusão e, se necessário for, o conflito a ter como
essência a violência pura e simples, a exemplo do golpe civil-militar de 1964.
O “Mau Dia Brasil” é um
jornal televisivo, que reflete e exemplifica toda a imprensa burguesa em geral.
A imprensa racista, sectária, classista e irreversivelmente golpista. A
imprensa de mercado, corporativa, que se preocupa somente e antes de tudo com
os seus negócios privados. Por isto e por causa disto, temos um jornalismo que
não condiz com a realidade que vivemos e muito menos retrata a competência e o
dinamismo laboral do trabalhador brasileiro. É uma imprensa que confunde
propositalmente o público com o privado, a opinião pública com a publicada,
pois a sua verdade é a má-fé intelectual.
A imprensa de rapina e que
aposta na divisão do País e na adesão da população aos seus interesses. Só que
tal sistema midiático não tem programa de governo e projeto para o País. Não
tem compromisso histórico com o nosso desenvolvimento, pois alienígena e
totalmente voltado à edificação de uma sociedade individualista, sovina,
consumista e, consequentemente, violenta. Vivemos a ditadura da imprensa, das
mídias, último bastião das classes abastadas e das grandes corporações a ser
superado para que o povo brasileiro possa, enfim, ter, de fato, uma democracia
popular e não somente representativa, que inclua e acolha a todos, sem
preconceitos de cor, classe e credo, e, por seu turno, transforme o Brasil em
um País realmente desenvolvido e democrático. O “Mau Dia Brasil” tem de rever
seus maus conceitos. É isso aí.
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