quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Recordar é viver.Como FHC tratou o Estado de Pernambuco


É bom demais governar sendo bem tratado pelo governo federal, quero ver o político governar sofrendo discriminação. Foi isso que FHC fez com Miguel Arraes, avô de Eduardo Campos.Veja que Miguel Arraes vendeu títulos públicos, fez uso dos precatórios para equilibrar as finanças do Estado de Pernambuco.Eduardo Campos não precisou vender nada para equilibrar as finanças, nem para pagar o funcionalismo e fazer obras públicas, porque sempre teve um governo aliado para lhe ajudar.



por SHEILA BORGES

Enviada especial

GARANHUNS - "O presidente é um ventríloquo do PFL. Saiu do cargo para ser mero porta-voz. Entrou numa briga que não tinha necessidade de comprar. Se quer manter, vamos lutar com nossas pequenas armas e enfrentar o seu poderio no País. Não vamos recuar, nem aceitar ataques como esse". Dessa forma, o governador Miguel Arraes (PSB), reagiu às duras críticas feitas pelo presidente Fernando Henrique Cardoso à sua administração.

Ao participar, ontem pela manhã, de entrevista à Rádio Jornal em Garanhuns, Miguel Arraes acusou o presidente FHC de agir "de forma discriminatória" contra os pernambucanos. "O Governo federal liberou recursos para 17 estados, mas negou para nós", falou, referindo-se ao retardamento dos recursos da privatização da Celpe, cerca de R$ 700 milhões. O Governo do Estado aguarda essa antecipação de recursos há mais de dois meses, mas luta contra a burocracia, que começou quando a bancada do PFL enviou uma consulta ao Tribunal de Contas da União.

"Querem me distratar. Eles têm raiva porque conseguimos equilibrar as finanças do Estado. Agora querem fazer mistério com isso. Essa questão dos precatórios já foi julgada pela Assembléia Legislativa e pelo Tribunal de Contas do Estado", reforçou, justificando a operação dos precatórios. Através da venda de títulos públicos, o governador arrecadou cerca de R$ 500 milhões, utilizados também para colocar em dia a folha de pagamento e financiar obras. Fernando Henrique insinuou que houve "bandalheira" e que há "suspeitas no ar".

Ironicamente, Arraes afirmou que "o presidente está fora de si com os resultados das pesquisas que estão apresentando uma queda da sua candidatura à reeleição". E disparou um forte contra-ataque: "O presidente não pode ficar insinuando coisas contra os outros. Ele pegou cinco bilhões e colocou no Banco Nacional. Seu filho era casado com a filha de um dos donos do Banco. Eu vou insinuar? Não, mas é um fato".


SAQUES - Em relação aos saques em Pernambuco, Arraes voltou a dizer que "não vai colocar polícia em cima de pessoas famintas". FHC o acusou de não agir com mais rigor e "aproveitar os saques para tumultuar", e sugeriu que Arraes colocasse a polícia ao invés de buscar dinheiro do BNDES. Em contrapartida, Arraes afirmou que os saques acontecem porque "o Governo Federal se movimentou tardiamente". E acusou o Palácio do Planalto de não utilizar critérios adequados para ajudar os flagelados. "Em Pernambuco, decidiram atender só 137 mil famílias. É muito mais gente. Bagunça é a falta de providência do Governo dele (FHC)".


Diante dessa troca de ataques, Arraes foi questionado se agora não tinha mais motivação para disputar um quarto mandato. "Preferia ir para casa, mas com esses ataques prefiro ir para rua lutar pelo povo de Pernambuco. Minha candidatura depende do meu partido".

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