O procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, enviou ofício à Secretaria de Cooperação Jurídica Internacional
do MPF (Ministério Público Federal), nesta terça-feira (29), em que pede
esclarecimentos sobre a suposta demora no cumprimento de pedido de cooperação
jurídica no caso Alstom --que envolve o pagamento de propina pela empresa
francesa para obter licitações do metrô paulistano.
A empresa também é investigada pelo Ministério Público da Suíça por supostos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção ativa de agentes públicos.
Nesta semana, cansados de esperar
pela cooperação de seus colegas brasileiros, procuradores da Suíça que
investigam negócios feitos pela multinacional com o governo do Estado de São
Paulo arquivaram as investigações sobre três acusados de distribuir propina a
funcionários públicos e políticos do PSDB.
O pedido dos procuradores suíços
havia sido feito em fevereiro de 2011. Nele, a Suíça pediu que o Ministério
Público Federal brasileiro interrogasse quatro suspeitos do caso, analisasse
sua movimentação financeira no país e fizesse buscas na casa de João Roberto
Zaniboni, um ex-diretor da estatal CPTM.
Como o pedido não foi atendido, o
Ministério Público da Suíça informou às autoridades brasileiras que desistiu de
contar com a colaboração do Brasil e decidiu arquivar parte das suas
investigações.
Segundo o procurador da República
Rodrigo de Grandis, responsável pelas investigações sobre os negócios da Alstom
no Brasil, houve uma "falha administrativa": o pedido da Suíça foi
arquivado numa pasta errada e isso só foi descoberto anteontem.
O Ministério Público da Suíça
havia pedido que Grandis fizesse buscas na casa de Zaniboni porque ele é
acusado de receber US$ 836 mil (equivalentes a R$ 1,84 milhão) da Alstom na
Suíça.
A procuradoria suíça também pediu
que fossem interrogados os consultores Arthur Teixeira, Sérgio Teixeira e José
Amaro Pinto Ramos, suspeitos de atuar como intermediários de pagamento de
propina pela Alstom. (Com Folha S.Paulo)
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