Surge, então, a
primeira informação importante sobre essa matéria-militante do jornal paulista:
a Folha anda esquadrinhando a campanha eleitoral que elegeu a presidente em
busca de alguma coisa que possa comprometê-la
A manchete principal
da primeira página da última edição dominical do jornal Folha de São Paulo
induz a crer que a grande mídia oposicionista já busca alternativas
não-eleitorais para impedir a cada vez mais provável reeleição de Dilma
Rousseff no ano que vem, conforme vêm mostrando as pesquisas eleitorais.
A reportagem “Cabos
eleitorais de Dilma dizem ter recebido ‘por fora’” revela que está em curso uma
busca desesperada da oposição midiática por algum mecanismo que possa melar a
recandidatura da presidente da República.
O jornal afirma ter
localizado “12 pessoas em Mato Grosso e no Piauí que dizem nunca ter atuado de
graça, apesar de serem tratadas como prestadores de serviço sem remuneração nos
papéis entregues pela campanha ao TSE”.
Mais adiante, confessa que “Identificou ao menos 43 ‘trabalhadores
voluntários’ na prestação de contas da campanha” e que “No grupo, estão os 12
localizados pela reportagem”.
Que sentido haveria
em pagar “por fora” a militantes “voluntários” e registrar os serviços deles na
prestação de contas ao TSE? Não seria melhor a campanha de Dilma simplesmente
não registrar que pessoas atuaram “voluntariamente”?
Pode uma campanha
do porte da de Dilma ser tão ingênua? O gasto com “motociclistas” que passeavam
pelas cidades portando bandeiras do PT não pode ter sido apenas reembolso de
despesas e declarado de outra forma que não diretamente a cada voluntário?
Escreva aí, leitor:
trabalho voluntário não significa pagar para trabalhar. Alguém pode não ganhar
nada para trabalhar numa campanha, mas ter suas despesas pagas.
Surge, então, a
primeira informação importante sobre essa matéria-militante do jornal paulista:
a Folha anda esquadrinhando a campanha eleitoral que elegeu a presidente em
busca de alguma coisa que possa comprometê-la.
Dessa informação,
surge uma pergunta ainda mais relevante: trabalho tão meticuloso de busca de
“furos” na prestação de contas da campanha que elegeu Dilma estaria sendo feito
em relação a outras campanhas – a de José Serra, por exemplo – ou o jornal só
se interessou pela campanha petista?
Sim, porque
localizar uma incongruência de R$ 20 mil em uma campanha que declarou ao TSE
gastos de R$ 153 milhões deve ter consumido um trabalho hercúleo do jornal. E
como a matéria não diz que esquadrinhou todas as campanhas, pode-se supor que
não houve preocupação com as campanhas dos adversários de Dilma.
Por que?
Alguém acredita que
não se conseguiria localizar dúvidas semelhantes nas prestações de contas de
campanha de outros candidatos e não só nas da presidente? Aliás, por que só
pesquisar as contas de candidatos a presidente?
Nos próximos dias,
é bem possível que apareçam incongruências nas prestações de contas dos
adversários de Dilma na eleição de 2010. Um sabiá-laranjeira revelou ao Blog
que, se se descer a tais detalhes, campanha nenhuma escapará de
questionamentos.
O grande feito da
matéria, portanto, foi revelar que começa a bater o desespero na oposição
assumida e enrustida, que acredita cada vez menos em suas chances eleitorais. E
que os grupos de mídia, mais uma vez, estarão a serviço da oposição ao governo
do PT.
Talvez, porém, fosse bom a
mídia tucana não ir tão fundo na busca por inviabilizar Dilma. Materializada a
remota hipótese de que obtivesse êxito e a presidente não pudesse disputar a
própria sucessão, os autores dessa.Eduardo Guimarês.
Um comentário:
Pois é, e do trensalão, da privataria, do estelionato mineiro, do anél rodoviário, da compra da reeleiçao, etc. a Falha não fala nada?
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