quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

O QUE O PIG NÃO INFORMA À SOCIEDADE

A culpa é do homem


Mauricio Dias

Não se pode ignorar, como vem sendo ignorado, o documento de um grupo de renomados pesquisadores e professores de universidades, faculdades e fundações de Santa Catarina, sobre a tragédia no Vale do Itajaí, naquele estado. Eles não buscam culpados, mas, sim, oferecem fatos para reflexão das autoridades.

O custo foi muito alto: mais de cem mortos e milhares de desabrigados.

Fato fundamental: a culpa não é da chuva, como repisam as manchetes dos jornais, embora esta enchente de 2008 tenha sido muito maior do que as anteriores. Segundo o documento, houve uma precipitação pluviométrica, em apenas dois dias, de 500 litros por metro quadrado. Há registro, de 1984, de uma precipitação de 200 mm em todo o Vale do Itajaí.

“De todos os desastres naturais, as enchentes são os mais previsíveis e, por isso, mais fáceis de lidar. Os deslizamentos e as enxurradas, não. Esses são praticamente imprevisíveis e é aí que reside o real problema desta catástrofe”, alertam os pesquisadores.

Eles lembram que “a ocupação do solo é ordenada por leis municipais” responsáveis pela definição de como as cidades crescem, que áreas vão ocupar e como se dá essa ocupação. No entanto, o código florestal tem sido desrespeitado “em praticamente todo o Vale do Itajaí”, sob a alegação de que o município “é soberano para decidir”.

Trata-se de uma falta de compreensão que está alicerçada na idéia, ousada e insensata, de que os terrenos devem ser remodelados para atender aos nossos projetos, em vez de adequarmos nossos projetos aos terrenos reais e sua dinâmica natural nos quais vão se assentar”, argumentam os pesquisadores.

Houve uma estranha coincidência nesta tragédia. Ela ocorreu na semana em que a Assembléia Legislativa concluiu as audiências públicas sobre o Código Ambiental. Essa lei, segundo os pesquisadores, “é resultado da pressão de fazendeiros, fábricas de celulose e empreiteiros”, entre outros.


Entre os pesquisadores há um consenso neste caso: a lei ambiental, se aprovada, tornará o território de Santa Catarina “ainda mais vulnerável a catástrofes naturais”. Por isso, eles pedem a sustação da tramitação do projeto para uma discussão mais ampla (www.comiteitajai.org.br/abaixoassinado)único nome aparece no documento. A referência nominal é ao deputado Moacir Sopelsa, do PMDB, filho de um suinocultor. Alega o parlamentar que a estrutura fundiária “precisa se ajustar à estrutura fundiária catarinense”.

Ora, ora. O parlamentar ignora o fato de que a estrutura fundiária existente é resultado da ocupação humana que desrespeitou as condições naturais. O que Sopelsa pretende é que as irrevogáveis leis da natureza se submetam às leis da Assembléia Legislativa catarinense.
Fonte:CartaCapital.
Comentário.

Já li jornalistas, sociológica, como esta que citei embaixo, querendo jogar nas costas de Lula a culpa pelo que ocorreu em Santa Catarina. Só que essa cambada de desonesto não informa à sociedade quem é que tem competência para ordenar o solo urbano. Ora, quem tem o mínimo conhecimento em Direito Administrativo sabe que esta competência é outorgada pela Constituição Federal aos municípios. Ora, se é assim, por que então acusar o governo Lula de algo que refoge de sua competência?

4 comentários:

Lingua de Trapo disse...

Meu caro Terror do Nordeste, esta hipótese só ganharia as graças do PIG se este Homem fosse um só, Lula.

O TERROR DO NORDESTE disse...

Pois é, amigo. Tenho ido visitar seu blog.Muito bom.

necolima disse...

Sr. Terror,
Tenho até medo de dizer isso, mas concordo com o Sr....

(Acho que não sou mais o mesmo, vou correndo pro meu analista...)

O TERROR DO NORDESTE disse...

Sr. Neco Lima, o senhor é um dos poucos tucanos que usa a razão na hora de comentar.O senhor é um dos poucos tucanos que eu não mandaria sifu.