sábado, 8 de novembro de 2008

MAIS UMA PORRADA NAS COSTAS DOS GANANCIOSOS

Durante reunião do G-20, Lula chama países ricos de 'irresponsáveis'



Agência Brasil


Diante de ministros da área econômica e presidentes de bancos centrais de 18 países e da União Européia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou nesta sábado (8/11) os países ricos de irresponsáveis, na abertura da reunião do G-20, o grupo das maiores economias mundiais.

Lula disse que não é justo que o resto do mundo pague pelas inconseqüências dos mercados financeiros e foi categórico: quem deve tomar medidas para evitar maiores conseqüências da crise financeira global são as nações desenvolvidas.

“É hora de uma ação coordenada. Mas o exemplo deve partir dos países ricos. É deles que se espera a adoção das principais medidas nesse sentido.”

O presidente enfatizou que a crise nasceu nas economias avançadas, em conseqüência da “crença cega” na capacidade de auto-regulação dos mercados e pela falta de controle sobre as atividades dos agentes financeiros.

“Por muitos anos, especuladores tiveram lucros excessivos, investindo o dinheiro que não tinham em negócios mirabolantes. Todos estamos pagando por essa aventura”, afirmou.

Lula criticou a postura dos países ricos em vários momentos. “A desordem que se instaurou nas finanças mundiais, nos últimos anos, ameaça o funcionamento da economia real. O preço a pagar por essa irresponsabilidade se pode medir de várias formas. Para nós, o que importa é a ameaça de uma recessão generalizada e, na sua esteira, a perda de milhões e milhões de empregos, o aumento da pobreza e da exclusão.”

Em outro ponto do discurso, ele voltou a pedir que os ricos assumam as conseqüências de suas práticas de livre mercado. “As políticas de cada país não podem transferir riscos e custos a outros países. Cada país deve assumir suas responsabilidades”, ressaltou.

Para Lula, cabe aos países ricos adotar medidas de liquidez para trazer liquidez aos mercados internacionais. “Os países desenvolvidos e instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI) devem adotar medidas para restaurar a liquidez nos mercados internacionais.” O diretor-geral do FMI, Dominique Strauss-Kahn, estava entre os ouvintes.

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