Porque está ganhando algo. Simples assim.Não há almoço grátis.
247 - Depois de ter segurado a ação da OAB contra o
financiamento empresarial de campanha por mais de um ano, até dar tempo
para a Câmara constitucionalizar este sistema, insurge-se agora o
ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, contra a
possibilidade de as pessoas físicas também fazerem doações eleitorais,
prevista na emenda aprovada pelos deputados.
"Vamos ter um laranjal", diz Gilmar, alegando, em entrevista ao
Estadão, que "partidos que dispõem de acesso à máquina governamental vão
ter acesso a lista de nomes, aos CPFs e vão poder produzir doações".
Ele quer que as doações possam ser feitas apenas por empresas.
Em conversas com diferentes interlocutores, o ministro tem dito que
pessoas físicas não podem doar porque o PT iria "lavar" recursos
ilegais, distribuindo dinheiro para que pessoas do Bolsa Família e
programas sociais fizessem pequenas doações. É muita imaginação. Isso
exigiria a montagem de um esquema monstruoso que em algumas horas seria
descoberto e ruiria.
O que Gilmar sabe é que só os partidos que têm militância terão
capacidade de mobilizar seus filiados e simpatizantes para fazer doações
como pessoas físicas.
Como fez Obama em sua campanha, através das redes sociais. Hoje, só o
PT e, em menor escala, o PC do B conseguiriam uma boa arrecadação
através deste caminho. Até porque o PT, antes de chegar ao governo e
ganhar a boa vontade das empresas, vivia disso, dos dízimos da
militância, da venda de material e das campanhas financeiras que fazia.
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