segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Quem tem medo do Lula?

Todas as prevenções possíveis foram propaladas pela imprensa mercantil: “Cuidado, o filme (piegas, para eles, como tudo o que é do povo), tenta pegar você pelo sentimento, pelo sofrimento da mãe nordestina (ainda mais que feita pela cativante Gloria Pires), é um filme populista, a cara desse governo”. Um funcionário da empresa dos Frias (a Força Serra Presidente) diz que prefere Vidas Secas, do Graciliano. (Tem tanto a ver quanto dizer que, a 2 filhos de Francisco, eu prefiro Sacco e Vanzetti)

Por Emir Sader

Só para tentar desqualificar algo que incomoda profundamente a elite branca, assumidamente sulista (do Sul maravilha do Henfil, que os estaria gozando mais do que nunca hoje), racista, separatista (ao estilo de 1932, quando diziam que São Paulo era “a locomotiva do país”, que puxava tantos vagões de gente que não queria trabalhar, mas viver às custas dos paulistas, daí o separatismo e o “Não sou conduzido, conduzo”, seu lema na época).

Poderiam ter feito outra coisa: um filme com a biografia do FHC. (Como reclamam que o programa do PT fez a comparação do governo Lula com o do FHC, então devem fazer o próximo programa tucano fazendo a sua comparação dos dois governos.)

O filme é lindo e emocionante, porque trata de uma trajetória de vida linda e emocionante. E vitoriosa. (Ao contrário do belíssimo Vidas Secas, mas que trata da grande maioria dos nordestinos, especialmente até bem pouco, derrotados.) As novelas invisibilizam os nordestinos, quando são retratados, em geral pela literatura, às vezes pelo cinema, são focalizados no seu sofrimento ou em alguma saída individual, mágica, que não passa pela política. Senão seria um convite à ir à luta.

E Lula, sua vida, incomodam, porque é um nordestino vitorioso. Não apenas porque passou por todos os sofrimentos e perdas que a grande maioria do povo brasileiro passa. Mas porque as superou, chegou a presidente da República, derrotando candidatos da direita e começou a mudar a vida das pessoas que, como ele, nasceram na miséria, que são a grande maioria, porque as elites reproduziram um país para poucos, para eles.

Entre tudo de extraordinário que acontece na Bolívia atualmente, seu vice-presidente, Alvaro Garica Linera, destaca especialmente um breve diálogo entre Evo Morales e um menino de origem indígena, quando Evo lhe pergunta o que ele quer ser quando crescer e ele responde: “Presidente”. Num país em que, apesar de dois terços da população se considerar indígena, até 4 anos atrás nunca um indígena tinha sido eleito presidente.

Depois de Lula, um menino pobre, da nordeste ou da periferia das nossas grandes e opulentas metrópoles, com as misérias que as cerca, podem pensar em ser presidentes do Brasil.

O filme é sobre dona Lindú, porque nas famílias pobres, sofridas, a vida da mãe é indissoluvelmente a vida dos filhos e vice-versa. É um belo filme, porque é uma bela vida, tratada com sensibilidade e com afeto. Numa família pobre, o personagem central é a mãe, que cuida dos filhos, os educa, trata de que possam tocar sua vida da melhor maneira, sobre com eles e por eles.

Lula é o filho de dona Lindú, por isso é o filho do Brasil, como homenagem a todas as donas Lindú que batalham, sofrem e riem – como ela ri, numa das cenas mais emocionantes do filme, quando Lula recebe o diploma de torneiro mecânico -, vivem e morrem com e pelos seus filhos.

Têm medo de Lula todos os que têm medo do povo, do povo brasileiro, dos seus personagens – que eles tratam de esconder na sua imprensa, na sua cultura, nos seus discursos. Têm medo de Lula, porque sentem que lhes estão roubando um país que sempre sentiram como seu. De repente um nordestino, imigrante pobre, que perdeu um dedo na máquina, como operário nordestino, promove os direitos de gente como ele, que sempre foi postergada – “inimpregáveis”, segundo FHC, “essa raça”, para Bornhausen.

Vale muito a pena ver o filme. Pelas emoções que ele transmite e para nos darmos conta um pouco mais do que significa Lula ter sido eleito presidente e governar com o apoio de mais de 80% dos brasileiros, especialmente de todos os filhos de dona Lindú.

Fonte: Agência Carta Maior

5 comentários:

Elaine Berti. disse...

Não vi o filme ainda, mas quase chorei com esse texto falando a respeito do mesmo!!! Concordo totalmente com o texto!!! Quem teve medo do Lula foi essa gentinha mesquinha e preconceituosa da classe burguêsa, que quer tudo pra si. Mas eles se fú... Ahahaha. A esperança venceu o medo ou melhor não só o medo mas também a soberba a ganância o egoísmo, enfim o Brasil votou no Brasil e venceu, e novamente vencerá com Dilma. Xô Serra o candidato dos DEM e Boris " da vida!! Beijo pra vc "Terror"!!!

Unknown disse...

Gente da classe burguesa ?

Me diga, o lulla é pobre ?

Vc sabe quem faz os ternos do lulla ? O Ermernegildo Zegna, o mis caro alfaiate do Brasil.

Sabe quanto custa cada terno ? Cada terno custa a bagatela de R$12.000,00

Se o lulla não é um "novo rico, um burgues" ele é o que ? Pobre ?

Acordem, o lulla é um cara rico, e vcs pobres, fudidos, ficam defendendo o lulla.

Ah, se vc não for covarde, deixe meu comentário aqui, não o delete.

José Lira disse...

Esse coitado do zé (ou será que é zê?), tem uma inveja danada de nosso Presidente. Ele bem queria ter tido a estrela do Cara da Silva, que nasceu pobre e hoje tem um lugar de honra na História do Brasil e do mundo. Como não teve tanta sorte na vida, o zê (ou é zé?) fica aí se lixando com os paletós do homem. Meu alfaiate é o Girardin, que cobra sete mil por um terno, mas vou encomendar a próxima fatiota ao Zegna, só para imitar o meu ídolo e deixar esse bichinho com mais inveja ainda.

Elaine Berti. disse...

O Zé vc e um babaca hein!!!Quando me refiro a essa gente "burguesa" estou me referindo a uma postura, um filosofia burguesa. O fato de uma pessoa vestir isso ou aquilo não significa que ela não seja uma pessoa que se preocupe com os outros... Pobre de merda é vc, pobre de inteligência e espírito, (não estou me referindo a fanstasma), viu? Zé Ruela!!!! Seu "Zé fudido"!!! Hahahaha. Terror bj, simbora fude esses Zés Ruela, hahahahaha.

Santa Cruz do Capibaribe,que cidade é essa? disse...

Um cara que considera pouco mais de 800 mil reais(que é montante da ultima declaração de bens de Lula)patrimônio de RICO,tá com um conceito de riqueza bastante distorcido.

É um Zé RUELA mesmo,hehehehehe...