segunda-feira, 1 de julho de 2013

José Serra já quis contratar médicos cubanos. Hoje é contra

ELZA FIÚZA/ARQUIVO ABR
serra
No ano 2000, o então ministro da Saúde fez proposta para atender ao interior do país
Derrotado por Dilma Rousseff na eleição de 2010, o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) apareceu esta semana na imprensa para criticar a proposta da presidenta de trazer médicos do exterior para atuar no Brasil. José Serra disse que trazer profissionais de Cuba é, "completamente fora da realidade". "Com todo o respeito, no Brasil qualquer pessoa pode atuar como médico, só precisa passar em um exame. Os cubanos que fizeram o exame, de cada 100 passavam cinco."
O ódio de Serra por Dilma e pelo PT chegou a ponto de fazê-lo esquecer que, em janeiro de 2000, quando ocupava o cargo de ministro da Saúde no governo de Fernando Henrique Cardoso, defendeu a vinda de cubanos para atender às regiões em que faltavam profissionais médicos.  Ele havia estado no país de Fidel Castro no ano anterior.
Naquele ano, o Ministério da Saúde redigiu um decreto sobre a atuação do médico estrangeiro no país – o motivo era regulamentar a atuação dos profissionais que vinham do exterior, em especial cubanos que atuavam em cidades da região Norte que sofriam com a falta de atendimento. Conforme reportagem da Folha de S. Paulo de janeiro de 2000:
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Pela primeira vez o governo federal vai regulamentar a atuação de médicos estrangeiros no Brasil. O Ministério da Saúde elaborou um decreto que está na Casa Civil da Presidência da República e deve ser assinado nos próximos dias. O decreto autoriza a atuação de médicos estrangeiros onde não haja médicos brasileiros.
Levantamento do CFM (Conselho Federal de Medicina) constatou que 59,4% dos médicos brasileiros trabalham nas capitais e apenas 39,5% atuam no interior.
O Ministério da Saúde informou que não existem médicos em 850 dos 5.507 municípios brasileiros
O acerto com o governo cubano teria sido feito pessoalmente pelo ministro José Serra (Saúde) quando ele esteve em Cuba em 1999"
Na mesma reportagem, o então e também atual presidente do Conselho Federal de Medicina, Edson de Oliveira Andrade, dizia que o problema era a falta de incentivo para o médico trabalhar no interior. "Nunca houve uma política de interiorização no Brasil", disse ao jornal. Hoje, o argumento do conselho é que falta estrutura para o médico no interior. A entidade propõe um plano de carreira para os médicos.
O problema de Serra é que a pele de cordeiro é curta para encobrir o lobo...

Fonte:Blog da Helena

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