Informação foi dada
pelo secretário adjunto de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do
Ministério da Saúde, Fernando Menezes; segundo ele, a variação é baseada em
acordos similares que o governo cubano tem com outros países; "Geralmente
ficam na proporção de 25% a 40% [do que é pago pelo país]", disse, após
reunião, com o secretário de Saúde do Distrito Federal, Rafael Barbosa
Thais Leitão e Yara
Aquino*, Repórteres da
Agência Brasil
Brasília – Os 400
médicos cubanos que atuarão no Programa Mais Médicos deverão ganhar entre R$
2,5 mil e R$ 4 mil por mês, informou hoje (23) o secretário adjunto de Gestão
do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Fernando Menezes.
Segundo ele, a variação é baseada em acordos que o governo cubano tem com
outros países para onde também foram enviados os profissionais.
Menezes ressaltou
que a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), com quem o governo brasileiro
assinou um termo de cooperação, é responsável pela intermediação do acordo com
o governo cubano. Segundo o Ministério da Saúde, a pasta repassará à Opas R$
511 milhões até fevereiro de 2014, valor equivalente às condições fixadas pelo
edital do Mais Médicos - de R$ 10 mil para cada profissional. Em seguida, a
Opas enviará os recursos ao governo cubano, que pagará aos médicos o valor que
for definido por critérios próprios.
"Tomando como
base outros contratos, já que o governo cubano tem acordos no mundo todo, eles
[os salários] geralmente ficam na proporção de 25% a 40% [do que é pago pelo
país que recebe os médicos], mas aí depende daquilo que o país tem como custo
de vida e da condição e qualidade que o médico vai ter naquele país",
disse, após reunião, com o secretário de Saúde do Distrito Federal, Rafael
Barbosa.
O
secretário-adjunto do Ministério da Saúde informou ainda que os valores pagos
aos médicos cubanos que vierem para o Brasil poderão variar conforme o custo de
vida nas cidades para onde forem enviados. "Esse valor exato varia e vai
variar, porque uma vez estabelecidas as condições de onde se vai viver, o
médico cubano recebe mais ou menos", disse.
Ele ressaltou que
os médicos, brasileiros e estrangeiros, que participarem do programa, terão
ajuda dos municípios para custear despesas com moradia e alimentação. Além
desses gastos, as prefeituras são responsáveis por oferecer o deslocamento do
aeroporto até o município onde atuará e, em casos de locais de difícil acesso,
disponibilizar transporte diário da moradia até a unidade de atendimento.
Segundo informações
da BBC Brasil, o contingente de profissionais de saúde cubanos fora da ilha
inclui, atualmente, 15 mil médicos, 5 mil técnicos de saúde, entre outros,
trabalhando em 60 países. De acordo com a agência de notícias, eles geram lucro
ao país de aproxidamente US$ 5 bilhões (R$ 10,6 bilhões) ao ano. Na Venezuela,
por exemplo, o serviço que os médicos cubanos prestam permite que Cuba receba
100 mil barris diários de petróleo.
Para muitos países
em desenvolvimento, os médicos cubanos representam um atrativo por estarem
dispostos a trabalhar em lugares que os profissionais locais evitam, como
bairros periféricos ou zonas rurais de difícil acesso, onde moram pessoas de
baixíssimo poder aquisitivo. Além disso, eles recebem, em geral, remunerações
mais baixas.
A estimativa é que,
atualmente, permaneçam em Cuba 75 mil médicos, em uma proporção de um
profissional para cada 160 habitantes. A taxa é a mais alta de toda a América
Latina. O acordo com a Opas prevê a vinda de 4 mil profissionais para o Brasil,
número que corresponde a pouco mais de 5% dos médicos que hoje trabalham em
Cuba.
Entre a população
local, a exportação dos profissionais causa divergência, porque afeta
principalmente a figura do médico de família, que atende em todos os bairros e
encaminha os pacientes para especialistas ou hospitais.
A primeira missão
de saúde ao exterior foi organizada por Cuba em 1963. Apesar da escassez de
médicos à época, foram enviados profissionais à Argélia para apoiar os
guerrilheiros que acabavam de conseguir a independência do país. Eram os
primeiros de 130 mil colaboradores que, ao longo dos anos, já trabalharam em
108 países.
*Com informações da
BBC Brasil
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