Incrível! Todo tipo de roubalheira nasce em Minas Gerais.O mensalão, a Lista de Furnas, a Alston. O danado é que, não obstante toda roubalheira, o Poder Judiciário de Minas, todo na mão de Aécio Neves, não faz nada para condenar os corruptos.Eu fico a imaninar:como seria Aécio Neves na presidência da República, certamente compraria todo o Supremo Tribunal Federal, a começar pelo capitão.
Já paira a suspeita
junto ao PSDB de São Paulo, o fato de até o momento muito pouco ou quase nada
ter sido dito em relação à atuação das empresas Siemens e Alstom em Minas
Gerais, uma vez que foi neste Estado e na CEMIG que nasceram em 1995, ainda na
gestão de Eduardo Azeredo, os primeiros acordos, hoje denominado de “Cartel”
entre as duas empresas - mesmo período que Mário Covas governava São Paulo.
Analistas políticos
afirmam que estamos prestes a presenciar a repetição do ocorrido no Mensalão, onde
fatos de 2005 foram divulgados pela imprensa e julgados pelo STF antes mesmo
daqueles denunciados e apurados no ano de 1998 em Minas Gerais no governo
Azeredo conhecido como Mensalão Tucano.
Os paulistas não
conseguem perceber a sutileza dos mineiros em preparar o terreno para que, em
caso de incêndio, a porta de saída permaneça sempre aberta, principalmente nas
esferas governamentais. E não são somente os paulistas, a maioria dos políticos
brasileiros sofre com esta falta de percepção. Exemplo disto é o Collor, que só
foi perceber a conspiração contra seu mandato, conduzida por Itamar Franco,
após sua queda.
Os mineiros, desde
o Império, têm sempre na manga uma carta, como agora que, enquanto o CADE vaza
informações a respeito do ocorrido em São Paulo, os arquivos permanecem
fechados em relação aos acontecimentos ocorridos em Minas Gerais, sob a guarda
de Rutelly Marques da Silva, Conselheiro da Light indicado por Aécio Neves.
A exemplo do
ex-procurador de Justiça de Minas Gerais Fernando Antônio Fagundes Reis,
Rutelly, no mínimo, exerce o cargo na concessionária em claro conflito de
interesse. Depois de pesada crítica do MPMG, Fagundes Reis, por determinação do
CNMP, optou pelo cargo na Light.
Rutelly, nascido em
20 de janeiro de 1975, é Bacharel em Ciências Econômicas pela Faculdade de
Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais e Mestre em
Economia pelo Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da Universidade
Federal de Minas Gerais. De 2003 a 2008, período que Aécio foi governador de
Minas Gerais, exerceu o cargo de Assessor Técnico e Coordenador-Geral de Defesa
da Concorrência e, posteriormente, de Coordenador-Geral de Energia da
Secretaria de Acompanhamento Econômico, órgão do Ministério da Fazenda. Desde
04 de agosto de 2008 vem atuando como Secretário Adjunto desse mesmo órgão.
Um ex-ministro da
República procurado pelo Novojornal em busca de respostas sobre o persistente
envolvimento de diversas autoridades mineiras nos mais recentes esquemas de
corrupção concluiu que:
“Diante do novo
escândalo envolvendo as multinacionais Siemens e Alstom é no mínimo
constrangedor ter que admitir que os diversos esquemas de corrupção existentes
atualmente no Brasil nasceram em Minas Gerais após a redemocratização do País
em 1983”, ou seja, no auge de uma carreira de 35 anos na Siemens.
Numa entrevista
para um programa de TV no auditório do Ibmec em São Paulo, Adilson Antônio
Primo foi apresentado como o CEO que não fez MBA e que nunca foi demitido. Por
quê? “Eu acho que a trajetória profissional acaba definindo os rumos que você
toma dentro da empresa. Até agora, parece que não foi o rumo errado”, respondeu
ele.
Dois anos depois,
Primo foi demitido porque, segundo comunicado divulgado pela matriz na
Alemanha, “foi descoberta uma grave contravenção das diretivas da Siemens na
sede nacional, ocorrida antes de 2007.” A empresa nunca explicou o que quis
dizer com “grave contravenção”, mas deixou vazar a informação de que Primo teve
seu nome envolvido em um suposto desvio de dinheiro, ocorrido entre 2005 e
2006, que lhe teria rendido 6,5 milhões de euros.
Em 2009, Primo,
assumiu o Conselho Superior do Movimento Brasil Competitivo e, na condição de
um dos maiores líderes empresariais do Brasil, disse em uma entrevista que as
práticas de gestão de sua empresa eram “benchmarking”, isto é, deveriam ser
copiadas por concorrentes para atingir melhores resultados.
Em 2008, três anos
antes da demissão de Primo, a Siemens recebeu um dossiê com documentos que
supostamente comprovariam o pagamento de propina de sua filial no Brasil a
autoridades do Governo. Além da alemã
Siemens, os documentos mencionam a francesa Alstom.
O jeito de Primo
tocar o negócio chamava a atenção pois ele participava pessoalmente das
reuniões para definir as empresas que forneceriam equipamentos e serviços para
o Estado, conforme atas publicadas no "Diário Oficial do Estado".
Normalmente, as empresas enviam procuradores, não seu presidente.
Como CEO da
Siemens, Adilson Primo também frequentava os eventos políticos e sociais. Não
faltava aos encontros com autoridades, como ocorreu em julho de 2011, quando
ele e o governador tucano Antonio Anastasia, de Minas Gerais, selaram com as
mãos colocadas umas sobre as outras, como fazem os jogadores de futebol antes
de entrarem em campo, o acordo para a construção de uma fábrica da Siemens em
Itajubá, no sul do estado.
Já sem a presença
de Primo no comando da Siemens, a empresa anunciou a desistência do projeto. O
motivo seria a crise européia. Mas Adilson Primo foi para Itajubá, cidade que
tem menos de 100 mil habitantes e é famoso no município por ocupar uma nova
secretaria, encarregada entre outras atividades de conduzir a elaboração do
novo Plano Diretor.
A estimativa é que
em São Paulo, com o superfaturamento nos equipamentos vendidos e os serviços
prestados ao governo desde 1995, a partir da gestão de Mário Covas, o Estado de
São Paulo teve um prejuízo superior a 500 milhões de reais.
Alstom
Além das
investigações do Ministério Público suíço sobre os contratos da Alstom no
Brasil o Departamento de Justiça dos Estados Unidos apresentou, no último dia
30, uma acusação contra um ex-executivo da Alstom por suposta participação em
um esquema de suborno a funcionários de governos estrangeiros.
Lawrence Hoskins,
62, ex-vice presidente para a região da Ásia na companhia francesa, foi acusado
de lavagem de dinheiro e conspiração para violar a lei americana de prevenção à
corrupção, a FCPA (Foreign Corrupt Practices Act).
Sem qualquer
explicação lógica, a grande imprensa brasileira tenta passar a versão de que a
francesa Alstom começou a ser investigada apenas em maio de 2008, quando o
"Wall Street Journal" revelou que ela usava um banco e uma filial na
Suíça para distribuir comissões para conseguir contratos entre 1995 e 2003. Até
o ano 2000 a França autorizava empresas a pagar comissões para obter negócios.
No último dia 2 de
agosto, a “Folha” revelou que a Siemens apresentou às autoridades brasileiras
documentos nos quais afirma que o governo paulista soube e deu aval à formação
de um cartel para a linha 5 do metrô de São Paulo. De acordo com a empresa, a
operação se deu no ano de 2000, quando o Estado era governado pelo tucano Mário
Covas, morto no ano seguinte.
A francesa Alstom
também participou dessa concorrência. De acordo com os documentos entregues
pela Siemens, a empresa tinha um acordo com a rival francesa para dividir o
contrato se uma das duas vencesse a disputa.
Segundo o
Departamento de Justiça americano, Hoskins e outros executivos da subsidiária
do grupo baseada em Connecticut - alguns já haviam se declarado culpados por
parte das acusações - , teriam pago propina a autoridades na Indonésia,
incluindo um parlamentar e altos membros da PLN, estatal de eletricidade da
Indonésia.
Os pagamentos foram
feitos em troca de um contrato de fornecimento de energia no valor de US$ 118
milhões e contaram com a participação de dois consultores para ocultar o
suborno, que teriam recebido centenas de milhares de dólares em contas
bancárias para pagar o parlamentar, movimentação discutida detalhadamente em
e-mails trocados pelos executivos, conforme as acusações.
O nome da companhia
não foi citado no processo, mas há semelhanças com a situação enfrentada pela
empresa no Brasil, segundo o advogado especialista no assunto Robert Anello, do
escritório Morvillo Abramowitz, de Nova York.
"Notamos que
alguns países, historicamente, concentram casos de suborno em contratos
públicos. É péssimo dizer isso, mas também não é incomum no Brasil",
afirma.
Hoskins deve ir a
julgamento em um processo que pode durar mais de um ano, de acordo com
especialistas, e pode recorrer. O executivo não foi encontrado para comentar e
a subsidiária da empresa em Connecticut não respondeu aos pedidos de
entrevista.
Ao contrário do que
noticia à grande imprensa no Brasil, as investigações em relação à Alstom são
anteriores e dizem respeito principalmente entre 1998 e 2006, quando era
presidida por José Luiz Alquéres, também ex-presidente da Eletrobrás nos anos
de1993 e 1994, quando o mineiro Itamar Franco (PMDB) era presidente da
República.
Na compra da Light
pela CEMIG, Aécio Neves colocou em sua presidência José Luiz Alquéres,ex-
presidente da Alstom no Brasil, entre 1998 e 2006, período em que a
multinacional é investigada por suposto pagamento de US$ 6,8 milhões em propina
para políticos do PSDB para vencer licitações de US$ 45 milhões do metrô de São
Paulo.
Documentos
entregues pela Siemens ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade)
mostram que acordos anticoncorrência entre as empresas que disputavam contratos
em São Paulo e no Distrito Federal eram registrados em papel e assinados pelos
envolvidos. No início de 2006, representantes de consórcios liderados por
Alstom e Siemens se encontraram em Brasília para discutir o contrato de
manutenção dos trens do metrô do Distrito Federal.
Eles registraram um
“memorial de negociações”, assinado por todos os presentes à reunião: “Fica
acordado que serão apresentadas duas propostas, uma em consórcio liderado pela
Alstom, com a participação da Iesa e da TCBR, e outra em consórcio liderado
pela Siemens, com participação da Serveng”.
Para o
Superintendente Geral do Cade, Carlos Ragazzo, o documento confirma a
estratégia da Siemens e da Alstom de apresentar duas propostas com preços
semelhantes. “O consórcio vencedor subcontrataria parte do volume contratado ao
consórcio perdedor, não constando do acordo determinação sobre qual seria o
vencedor”, escreveu.
Em documento de
2004 para discutir a licitação da linha 2 do metrô de São Paulo, executivos
registraram o debate sobre as condições dos atestados técnicos apresentados
pelas empresas ao Governo de São Paulo, para decidir como seriam formados os consórcios
fictícios.
“Devido aos
atestados de sinalização, Alstom e Bombardier não podem ficar no mesmo
consórcio, (...) devido aos atestados de baixa tensão, Siemens e TTrans não
podem ficar no mesmo consórcio”, escreveu executivo da Siemens em documento
entregue ao Cade.
O governo do
Distrito Federal desejava, em 2006, que a Siemens vencesse a licitação para
manutenção de trens do metrô de Brasília, segundo registro de funcionário.
“No meu encontro
com Paulo Victor (presidente do metrô do Distrito Federal), na última
quinta-feira, 02 de fevereiro de 2006, em Brasília, ficou claro que a vontade
do cliente é de que a Siemens saia vencedora, porém ele fica em cima do muro”,
escreveu um executivo da Siemens em e-mail.
Ex-Presidente do
metrô, Paulo Victor Rada de Rezende disse não se lembrar desse encontro e
alegou ter deixado a estatal antes da conclusão da licitação.
Pensar que o
pretenso contratante e o candidato à contratação não se falam é algo que,
penso, não teria como ocorrer. "Existe sempre consulta. Mas não me lembro
desse encontro", disse.
O Governo de São
Paulo também é citado como “cliente” no diário de outro funcionário da Siemens,
que relatou por dois anos detalhes da negociação entre a empresa, concorrentes
e governo em torno de licitação para compra de trens da linha 5 do metrô, no
governo de Mário Covas (PSDB), morto em 2001. No documento, ele escreve que as
“reuniões secretas” entre concorrentes ocorriam de acordo “com o desejo” e “por
pressão” do governo estadual.
“O cliente não quer
que o projeto seja prejudicado por reclamações, pedindo então aos participantes
que se entendam”, escreveu em novembro de 1999. Vinte seis dias depois,
relataria: “Paralelamente, ocorrem de acordo com desejo do cliente, as
“reuniões secretas” entre Alstom, ADTranz, Siemens, Ttrans e Mitsui. O bolo
deverá ser repartido entre estes cinco proponentes (idealmente 20% para cada).
Bombardier e CAF ficarão de fora”.
Além de citar a
conivência da administração estadual com a formação do cartel, o funcionário
disse que o próprio governo “pressionava” para que houvesse acordo entre as
empresas, apesar dos prejuízos ocasionados pela prática anti-competitiva,
também citados no diário. Não há menção ao nome do interlocutor do governo com
a empresa.
“Se, de acordo com
o desejo do cliente, se chegar a um acordo, temos possibilidades em relação à
parte da tração num preço alto”, escreveu o funcionário, se referindo ao
benefício que a empresa poderia obter.
Em nota, o
presidente da Siemens, Paulo Stark, informou no domingo (11) que a empresa “não
pode se manifestar publicamente” sobre o assunto, “tendo em vista as
investigações ainda em andamento e a confidencialidade inerente ao caso”. “A
Siemens acredita que somente a concorrência leal e honesta pode assegurar um
futuro sustentável para as empresas, os governos e a sociedade como um todo”,
escreveu.
Após Alquéres, a
Alstom foi presidida por Aloísio Vasconcelos, já denunciado no País por
formação de quadrilha, desvio de recursos e gestão fraudulenta de instituição
financeira. A denúncia foi recebida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Especialista em
energia, Vasconcelos integra o grupo político do PMDB mineiro. Sua ligação
maior é com o ex-governador de Minas Gerais, Newton Cardoso (1987-1991), do
qual foi secretário. Com a posse de Itamar Franco no Palácio da Liberdade
(1999), foi indicado para a diretoria de distribuição e comercialização da
Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), onde ficou entre 1999 e 2003.
No período, foram assinados
contratos com a Alstom por dispensa de licitação, conforme consta em ata do
Conselho de Administração do dia 24 de Abril de 2002. Na Eletrobrás,
Vasconcelos foi um dos entusiastas da construção de Angra 3. Depois de deixar o
comando da estatal de energia, assumiu a presidência da Alstom em abril de 2007
e a deixou em março.
Fonte:Novo Jornal
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