segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Veja e Época e a história que não lhes convém




Tal imprensa inconsequente tem como premissa fundamental ter um peso e duas medidas para tudo o que se dispõe a publicar ou veicular


Eurípedes Alcântara, diretor de Veja, sobre o TremSalão: "Há indícios, mas não provas". "(...) ao escândalo Siemens no Brasil faltam evidências sólidas". "(...) tanto quanto as autoridades, os repórteres de Veja as estão buscando". Neste momento respiro fundo após quase cair no chão de tanto rir; na verdade, gargalhar, pois, realmente eu nunca li algo tão cínico e hipócrita, desprovido de senso crítico e noção de ridículo. Realmente, os áulicos da imprensa de mercado superam suas próprias iniquidades e arrivismos e se tornam, sem sombra de dúvida, o que há de pior do que é pior no Brasil.

Trata-se de grupos empresariais extremamente autoritários, que se fortaleceram economicamente nos anos de ditadura militar (1964/1985). Após a redemocratização do Brasil, assumiram o lugar dos partidos de direita, que a partir de 2003 perderam o poder federal para os políticos trabalhistas, que são fortes candidatos às eleições presidenciais de 2014. Tais grupos midiáticos não aceitam as decisões das urnas e diuturnamente criam crises politicas que têm o objetivo de desqualificar, desconstruir e, se possível, derrubar do poder os políticos trabalhistas que se tornaram presidentes da República, a exemplo de Lula e Dilma Rousseff.

O autoritarismo dos donos de mídias de negócios privados e de seus empregados regiamente pagos para repercutir e irradiar os seus pensamentos políticos e interesses financeiros é similar, sem sombra de dúvida, ao autoritarismo e ao casuísmo dos generais presidentes, que calaram, perseguiram e mataram inúmeros ativistas de esquerda, bem como receberam o apoio inconteste dos barões da imprensa, que hoje pautam a vida brasileira e realizam uma campanha insidiosa e até mesmo violenta contra a mesma esquerda que esses empresários combateram juntamente com os militares que trouxeram angústia e dor à sociedade civil organizada.

A Editora Abril e especificamente a Veja, indubitavelmente, não tem compromisso com os interesses do Brasil e com o desenvolvimento da sociedade brasileira. Ponto. As razões apresentadas pelo seu diretor, Eurípedes Alcântara, são vazias, sendo que ele se aproveita do subterfúgio de lembrar dos malfeitos dos petistas, muitos deles que não foram provados e se perderam no "esquecimento" conveniente da imprensa conservadora, para poder defender a corrupção tucana, que foi escondida durante longos 20 anos, o que é um absurdo e um acinte para a sociedade paulista e brasileira.

Dos mesmos subterfúgios mequetrefes e malandros se valeu a revista Época e o jornalista Diego Escosteguy, repórter há tempos questionado em sua ética profissional, porque useiro e vezeiro em não provar o que escreveu, quando ele, por exemplo, "denunciou" que havia distribuição de pacotes de dinheiro na Casa Civil. As assertivas de Escosteguy jamais se confirmaram. Ao contrário, foram desmentidas e o jornalista mais uma vez experimentou o sentimento de ser desacreditado.

A verdade é que o escândalo contra o PMDB para obviamente atingir o PT anunciado por meio do twitter pelo escriba de Época e repercutido também pelo blogueiro e colunista de O Globo, Ricardo Noblat, profissional conhecido por sua agressividade e oposição aos governantes trabalhistas, já foi, ao que parece, para o espaço. Em vez de ser a bomba anunciada, não passou de um traque, que ora foi negado pelo lobista João Augusto Henriques, em quem Diego Escosteguy se fiou para escrever a sua matéria.

De acordo com a reportagem do "notável" repórter, João Augusto teria revelado desvios de verbas da área internacional da Petrobras para promover e financiar as campanhas políticas do PMDB. O vice-presidente da República, Michel Temer, o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves, e o megaempresário, Marcelo Odebrecht, segundo a reportagem, efetivaram o esquema de propinas. A Odebrecht, inclusive, doou US$ 8 milhões para a campanha presidencial, e, em contrapartida, firmou contratos com a maior estatal brasileira. Só que o lobista João Augusto nega as próprias declarações, o que fez diminuir, e muito, a força de explosão da bomba de Diego Escosteguy tão festejada pelo colunista oposicionista Ricardo Noblat.

A verdade é a seguinte: tanto o diretor de Veja — a Última Flor do Fáscio —, Eurípides Alcântara, quanto o repórter Diego Escosteguy e os seus chefes diretores e editores de Época, revista das Organizações(?) Globo que, tal qual a Veja, envolveu-se com o escândalo do bicheiro Carlinhos Cachoeira, querem atingir, por intermédio de suas "reportagens" e editoriais a presidenta trabalhista Dilma Rousseff, e, consequentemente, abafar o, sem sombra de dúvida, megaescândalo de R$ 525 milhões do PSDB paulista, que envolve as suas principais lideranças políticas, a exemplo do falecido Mário Covas, de José Serra, de Geraldo Alckmin e de Fernando Henrique Cardoso — o Neoliberal I — aquele que vendeu o patrimônio público do Brasil que ele não construiu, além de ter pedido esmolas ao FMI de joelhos e com o pires nas mãos por três vezes, porque quebrou o Brasil três vezes.

Para quem não sabe, João Augusto Rezende Henriques foi simplesmente o presidente da BR Distribuidora no governo entreguista do neoliberal FHC. O executivo foi condenado a devolver R$ 500 mil à União. Além disso, João Augusto foi vetado pelo Governo Lula para ser nomeado novamente na Petrobras. Ponto. Porém, e apesar de tudo, a imprensa historicamente e de tradição golpista da voz a tal pessoa para atacar políticos do PMDB, com a intenção, óbvia, de macular a imagem da presidenta Dilma Rousseff e do PT. A imprensa comercial e privada, como sempre, considera as "denúncias" de João Augusto irrefutáveis e inquestionáveis.

Contudo, e além de tudo, tal imprensa inconsequente tem como premissa fundamental ter um peso e duas medidas para tudo o que se dispõe a publicar ou veicular. Um exemplo notável e de conhecimento público é a matéria de Época deste fim de semana em que põe em dúvida a moral de muitos políticos, pois a finalidade é abafar o escândalo dos tucanos junto à Siemens e à Alstom. Por sua vez, os bate-paus, os pitbulls da imprensa de mercado partem para o ataque quando os seus aliados e cúmplices do PSDB são questionados em seus atos e ações. Dou como exemplo o caso da Lista de Furnas, que mais cedo ou mais tarde vai vir à tona. Pode até demorar, mas é uma questão de tempo.

Quem fez as acusações foi o senhor Milton Monteiro, que instantaneamente foi desqualificado pelos jornalistas pertencentes aos quadros do sistema midiático privado cujos patrões são também titulares de concessões públicas, que são indevidamente usadas como ferramenta de oposição aos governos trabalhistas. Milton Monteiro passou um perrengue que ele jamais imaginou passar, mesmo ele sabendo que suas acusações o levassem à condição de alvo. A mídia corporativa é perversa e nunca tergiversa quando tem de afrontar alguém, a fim de resguardar seus interesses políticos e manter intactos os seus negócios.

Portanto, o homem que foi condenado a devolver dinheiro público, como é o caso de João Augusto é exatamente em quem a imprensa burguesa mais uma vez se baseia para fazer as suas matérias artificiais, encomendadas e que tem o propósito de soltar uma nuvem de fumaça para causar confusão à sociedade, trazer a classe média conservadora e consumidora de seus produtos jornalísticos para o seu lado e, evidentemente, amenizar os supostos crimes de seus aliados, que, por "coincidência", são tucanos. É esse o som do tambor.. Ponto.

Recursos públicos da ordem de R$ 525 milhões em apenas um escândalo foram negociados. Agora a pergunta que teima em não se calar: o que deve ter acontecido em termos de dinheiro nos tempos da privataria tucana? Acho que até o diabo teria vergonha por ser tão humilhado pelas ações privatistas de FHC e de sua equipe, que nunca governaram para o povo brasileiro e, sim, para os interesses dos ricos e dos muitos ricos, dentre eles os estrangeiros.

Até hoje o Judiciário e a Procuradoria Geral deste País não tomaram quaisquer atitudes quanto às privatizações, bem como renegaram o livro A Privataria Tucana, do jornalista Amaury Ribeiro Jr., que se baseia fundamentalmente em documentos pesquisados de forma legal, além de mostrar, sem deixar margem para a dúvida, quem são as pessoas que participaram desse processo draconiano de entrega das riquezas do Brasil e do povo brasileiro.

Época e Veja não brincam em serviço, e, apesar de seus graves erros no aspecto jornalístico, não vacilam em especular realidades, criar faits divers e elaborar argumentos não plausíveis, porque o propósito é causar confusão e dúvida ao público, criminalizar os políticos e judicializar a política. A imprensa alienígena e corporativa age dessa maneira para continuar sua trilha (não confunda com trilho) de combate e de oposição sistemática contra o Governo trabalhista, o PT ou quaisquer instituições ou pessoas que, porventura, atrevam-se a não concordar ou a enfrentar o pensamento único da mídia burguesa, que luta para edificar a ditadura da imprensa e, por conseguinte, pautar o dia a dia do cidadão brasileiro e governar no lugar dos governantes eleitos.

O big brother é a imprensa de negócios privados, ponta de lança da plutocracia e mantenedora do establishment. Se depender dela, os tucanos continuam em seus cargos por mais 20 anos em São Paulo, mesmo o Pais a perceber que o poderoso estado bandeirante está a enfrentar uma verdadeira guerra civil no que concerne a todo tipo de violência, o PIB ter diminuído, a qualidade de vida do paulista ter piorado em todos os aspectos e a corrupção ser endêmica, uma chaga que corrói as estruturas do estado paulista.


São Paulo necessita, urgentemente, de mudanças e novos horizontes para que o ar naquela unidade da Federação seja renovado, porque o cheiro de mofo e de podridão é muito forte e não convém à sociedade paulista conviver com políticos que nos últimos 20 anos são os representantes dos interesses dos grandes capitalistas e dos setores mais conservadores e reacionários da sociedade, a exemplo do arrivismo e da iniquidade de Época e Veja. É isso aí.

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