ISTOÉ REVELA CONTA DE R$ 64 MILHÕES DO PSDB NA SUÍÇA
Eu fico indignado com uma coisas dessas.Os tucanos roubaram, roubam, roubam e não ocorre nada com esses bandidos.Já os petistas, que não roubaram nada, estão condenados por um Tribunal composto por amigos dos tucanos corruptos.Enquanto isso, os sabujos do PiG enfiam o dedo no cu e ficam calados.Os membros do MP, acostumados a acusar o PT, também enfiam o dedo no rabo e não fazem nada.
Ela se chama
"Marília" e foi aberta no Leumi Private Bank, em Genebra; por ela
transitaram cerca de R$ 64 milhões das propinas que azeitaram os negócios da
Siemens e da Alstom no Brasil; a conta foi também movimentada por homens da
cozinha dos governos de Mario Covas, em São Paulo, e até do ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso; documentos já estão em poder do Ministério da
Justiça e parte dos recursos foi bloqueada por autoridades suíças; e agora:
será que tucanos serão denunciados pelo Ministério Público?
Uma conta
bancária na Suíça, conhecida como "Marília", foi usada para
movimentar as propinas que azeitaram os negócios da Siemens e da Alstom com
governos do PSDB, em São Paulo. Por ela, transitaram cerca de R$ 64 milhões em
propinas e os recursos foram gerenciados por homens da cozinha dos governos de
Mario Covas, em São Paulo, e até do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Este é o tema de uma reportagem bombástica da revista Istoé, que acaba de
chegar às bancas. Até agora, o procurador Rodrigo de Grandis reluta em
denunciar tucanos indiciados pela Polícia Federal (leia aqui). Será que vai
manter a conduta?
Leia abaixo a
reportagem de Istoé:
A conta secreta do
propinoduto
Documentos vindos
da Suíça revelam que conta conhecida como "Marília", aberta no Multi
Commercial Bank, em Genebra, movimentou somas milionárias para subornar homens
públicos e conseguir vantagens para as empresas Siemens e Alstom nos governos
do PSDB paulista
Claudio Dantas
Sequeira e Pedro Marcondes de Moura
Na edição da semana
passada, ISTOÉ revelou quem eram as autoridades e os servidores públicos que
participaram do esquema de cartel do Metrô em São Paulo, distribuíram a propina
e desviaram recursos para campanhas tucanas, como operavam e quais eram suas relações
com os políticos do PSDB paulista.
Agora, com base
numa pilha de documentos que o Ministério da Justiça recebeu das autoridades
suíças com informações financeiras e quebras de sigilo bancário, já é possível
saber detalhes do que os investigadores avaliam ser uma das principais contas
usadas para abastecer o propinoduto tucano. De acordo com a documentação obtida
com exclusividade por ISTOÉ, a até agora desconhecida “conta Marília”, aberta
no Multi Commercial Bank, hoje Leumi Private Bank AG, sob o número 18.626,
movimentou apenas entre 1998 e 2002 mais de 20 milhões de euros, o equivalente
a R$ 64 milhões. O dinheiro é originário de um complexo circuito financeiro que
envolve offshores, gestores de investimento e lobistas.
Uma análise
preliminar da movimentação da “conta Marília” indica que Alstom e Siemens
partilharam do mesmo esquema de suborno para conseguir contratos bilionários
com sucessivos governos tucanos em São Paulo. Segundo fontes do Ministério
Público, entre os beneficiários do dinheiro da conta secreta está Robson
Marinho, o conselheiro do Tribunal de Contas que foi homem da estrita confiança
e coordenador de campanha do ex-governador tucano Mário Covas. Da “Marília”
também saíram recursos para contas das empresas de Arthur Teixeira e José
Geraldo Villas Boas, lobistas que serviam de intermediários para a propina paga
aos tucanos pelas multinacionais francesa e alemã.
O lobista Arthur
Teixeira personifica o elo entre os esquemas Alstom e Siemens. Como ISTOÉ já
revelou numa série de reportagens recentes, com base nas investigações em
curso, Teixeira e seu irmão Sérgio (já falecido) foram responsáveis por abrir
as empresas Procint e Constech, além das offshores Leraway Consulting e Gantown
Consulting, no Uruguai, com o único objetivo de servir de ponte ao pagamento de
comissões a servidores públicos e a políticos do PSDB. Teixeira tinha acesso
privilegiado ao secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, e
ao diretor de Operação e Manutenção da CPTM (Companhia Paulista de Trens
Metropolitanos), José Luiz Lavorente, o encarregado da distribuição em mãos da
propina.
Até 2003 conhecido
como Multi Commercial Bank, depois Safdié e, a partir de 2012, Leumi Private
Bank AG, a instituição bancária tem um histórico de parcerias com governos
tucanos. Em investigações anteriores, o MP já havia descoberto uma outra conta
bancária nesse banco em nome de Villas Boas e de Jorge Fagali Neto,
ex-secretário de Transportes Metropolitanos de SP (1994, gestão de Luiz Antônio
Fleury Filho) e ex-diretor dos Correios (1997) e de projetos de ensino superior
do Ministério da Educação (2000 a 2003) na gestão Fernando Henrique Cardoso.
Apesar de estar fora da administração paulista numa das épocas do pagamento de
propina, Fagali manteria, segundo a Polícia Federal, ascendência e contatos no
governo paulista. Por isso, foi indiciado pela PF sob acusação de formação de
quadrilha, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Fagali Neto também é irmão
de José Jorge Fagali, que presidiu o Metrô na gestão de José Serra. José Jorge
é acusado pelo MP e pelo Tribunal de Contas Estadual de fraudar licitações e
assinar contratos superfaturados à frente do Metrô.
Para os
investigadores, a “conta Marília” era usada para gerenciar recursos
de outras contas
destinadas a abastecer empresas e fundações de fachada
Para os
investigadores, a “conta Marília” funcionaria como uma espécie de “conta
master”, usada para gerenciar recursos de outras que, por sua vez, abasteceram
empresas e fundações de fachada, como Hexagon Technical Company, Woler
Consultants, Andros Management, Janus, Taltos, Splendore Associados, além da já
conhecida MCA Uruguay e das fundações Lenobrig, Nilton e Andros. O MP chegou a
pedir, sem sucesso, às autoridades suíças e francesas o arresto de bens e o bloqueio
das contas das pessoas físicas e jurídicas citadas. Os pedidos de bloqueio
foram reiterados pelo DRCI, mas não foram atendidos. Os investigados recorreram
ao STJ para evitar ações similares no Brasil.
O MP já havia
revelado a existência das contas Orange (Laranja) Internacional, operada pelo
MTB Bank de Nova York, e Kisser (Beijoqueiro) Investment, no banco Audi de
Luxemburgo. Ou seja, “Marília” é mais um nome próprio no dicionário da
corrupção tucana. Sabe-se ainda que o cartel operado pelas empresas Siemens e
Alstom, em companhia de empreiteiras e consultorias, usava e-mails cifrados
(leia quadro).
RELAÇÃO COM FHC
Um dos
beneficiários da propina oriunda da Suíça, Geraldo Villas Boas mantinha uma conta
conjunta com Jorge Fagali Neto, ex-diretor de projetos do Ministério da
Educação (2000 a 2003) na gestão de Fernando Henrique Cardoso
Os novos dados
obtidos pelo Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Internacional
(DRCI) do Ministério da Justiça dão combustível para o aprofundamento das investigações
no Brasil. Além do processo administrativo aberto pelo Cade sobre denúncia de
formação de cartel nas licitações de São Paulo e do Distrito Federal, outras
duas ações sigilosas, uma na 6ª Vara Federal Criminal e outra na 13ª Vara da
Fazenda Pública de São Paulo, apuram crimes contra o sistema financeiro,
lavagem de dinheiro e improbidade administrativa. Além de altos funcionários do
Metrô, como os já citados Lavorente e Fagali, as investigações apuram a
participação do ex-secretário de Energia e vereador Andrea Matarazzo, em razão
de contratos celebrados entre a Companhia de Energia de São Paulo (CESPE) e a
Empresa Paulista de Transmissão de Energia Elétrica S.A. (EPTE).
Na documentação
encaminhada pelo DRCI ao MP de São Paulo, a pedido do promotor Silvio Marques,
também constam novos dados bancários de vários executivos franceses, alemães e
brasileiros que tiveram algum tipo de participação no esquema de propinas. São
eles os franceses Michel Louis Mignot, Yves Barbier de La Serre, André Raymond
Louis Botto, Patrick Ernest Morancy, Jean Pierre Antoine Courtadon e Jean
Marcel Jackie Lannelongue e os brasileiros José Amaro Pinto Ramos, Sabino
Indelicato e Luci Lopes Indelicato, além do alemão Oskar Holenwger, que operou
em toda a América Latina. Na Venezuela, Holenwger é citado junto a Mignot, La
Serre, Morancy e Botto em investigação sobre lavagem de dinheiro, apropriação
indébita qualificada, falsificação de documentos e suposta corrupção de
funcionários públicos do setor de energia.
O apoio das autoridades
de França e Suíça às investigações brasileiras não tem sido tão fácil, e a
cooperação é mais recente do que se pensava. O Ministério da Justiça chegou a
pedir o compartilhamento de informações ainda em 2008 – auge da investigação da
Siemens e da Alstom. Mas não foi atendido. Os franceses lembraram que, nos
termos do acordo bilateral, a cooperação só pode se desenrolar por via
judicial. Dessa forma, foi necessário notificar o Ministério Público Federal
para que oficiasse junto à 6ª Vara Criminal Federal e à 13ª Vara da Fazenda
Pública. O compartilhamento só foi efetivado em dezembro de 2010.
A Suíça, ainda em março de
2010, solicitou a cooperação brasileira na apuração das denúncias lá, uma vez
que parte do dinheiro envolvido nas transações criminosas teria sido depositada
em bancos suíços. Os primeiros dados, relativos à empresa MCA e ao Banco Audi
de Luxemburgo, chegaram ao Brasil em julho de 2011. Foram solicitadas ainda
oitivas com determinadas testemunhas, o que foi encaminhado ao MPF em São Paulo
e à Procuradoria Geral da República (PGR). Paralelamente, a Polícia Federal
abriu o inquérito nº 0006881-06.2010.403.6181, mas só no último dia 25 de julho
o procurador suíço enviou às autoridades os dados bancários solicitados, por
meio de uma decisão denominada “conclusive decrees”, proferida em 14 e 24 de
junho. Foi com base nisso que a Suíça já bloqueou cerca de 7,5 milhões de euros
que estavam na conta conjunta de Fagali e Villas Boas, no Safdié. Tratou-se de
uma decisão unilateral suíça e a cifra não é oficial – foi fornecida ao
Ministério da Justiça por fonte informal. A Suíça só permite o uso dos dados
enviados em procedimentos criminais.Com informações do Brasil 247
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