A CGU
(Controladoria-Geral da União) iniciou nesta semana uma ofensiva para
investigar, em duas frentes, ramificações do cartel formado por empresas do
setor metroviário em São Paulo e no Distrito Federal.
Uma das
investigações terá como foco uma avaliação preliminar de contratos firmados por
estatais federais com as empresas envolvidas no cartel.
Cade nega ter
politizado denúncia da Siemens
Como a Folha
revelou, cinco fornecedoras de equipamentos --como a espanhola CAF, a francesa
Alstom e a alemã Siemens-- receberam, desde 2003, R$ 401 milhões das estatais
CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos) e Trensurb. Há ainda outros R$ 425
milhões a serem recebidos por duas empresas.
Segundo a CGU,
órgão de controle vinculado à Presidência da República, a verificação
"subsidiará a análise quanto à necessidade de ações de controle
(auditoria) específicas" dos contratos.
Uma segunda frente
de ação envolve questionamentos específicos à multinacional Siemens, que
delatou ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) a participação em
um cartel que atuou em licitações promovidas pelos governos paulista e do DF.
CADASTRO
O objetivo é
verificar se a empresa pode permanecer num cadastro de empresas que seguem
preceitos éticos em seus procedimentos internos, e que agem prontamente para
coibir eventuais irregularidades em casos de corrupção.
Essa lista de
empresas "ficha limpa" é controlada por um comitê gestor formado por
oito instituições, e que é coordenado pela CGU.
Entre as
instituições envolvidas na iniciativa estão Instituto Ethos, Sebrae (Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), CNI (Confederação Nacional
da Indústria) e Febraban (Federação Brasileira de Bancos).
Ontem, a CGU obteve
o aval das demais instituições para enviar questionamentos à Siemens. A
multinacional será notificada na próxima segunda-feira, 19, para apresentar
esclarecimentos num prazo de dez dias.
ESCLARECIMENTOS
Segundo a CGU,
"em linhas gerais, [serão solicitados] esclarecimentos que contenham
informações capazes de demonstrar a efetiva aplicação das medidas previstas no
programa de integridade da empresa nos últimos anos no Brasil",
principalmente em relação às suspeitas de envolvimento no cartel no Estado de
São Paulo.
A Siemens consta do
Cadastro Pró-Ética desde 2011, segundo a CGU. Entre os questionamentos que
serão enviados à fornecedora alemã também estão a verificação da ocorrência ou
não de novos fatos posteriores à entrada da companhia no rol de empresas
"ficha limpa".
A próxima reunião
do comitê gestor do Cadastro Pró-Ética, quando será avaliada as respostas da
Siemens, está marcada para 6 de setembro, em Brasília.No Uol.
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