Corruptor descreve operações de US$ 1,4 milhão, e diz que conhece tucanos...
Chupa, Serra, chupa maldito!
Uma conta corrente chamada Orange Internacional foi detectada como o caminho de parte do dinheiro de propinas pagas pela Alstom ao PSDB e ao governo de São Paulo. Mantida por doleiros, ela foi usada ao mesmo tempo que a conta da Kisser Investiment SA, As duas eram operadas por meio do MTB Bank de Nova York e do Bank Audi de Luxemburgo.
A Polícia Federal detectou nas contas quatro depósitos em 1998 que chegaram a US$ 1,44 milhão (valor atualizado).
A descrição das contas estão nos depoimentos do lobista Romeu Pinto Junior, aos quais o Estado teve acesso. A mesma Orange International (tradução: Laranja Internacional) já havia aparecido em investigações do Ministério Público Federal em 2004 sobre remessas de divisas a um ex-diretor do Banco do Brasil do governo de Fernando Henrique Cardoso.
Pinto Junior foi indiciado pela PF no caso Alstom. Ele disse que conhecia Robson Marinho, ex-secretário de Governo de Mário Covas (1995-2001) e vice-presidente do Tribunal de Contas do Estado, e o vereador tucano e ex-secretário de Energia de São Paulo, Andrea Matarazzo, mas não os acusou de crime.Matarazzo foi indiciado no caso.
À PF Pinto Junior revelou que as propinas era chamadas de "compromisso". O lobista, que se declarou aposentado, afirmou que os executivos franceses Pierre Chazot e Phillipe Jafre lhe ordenavam que entregasse "pacotes de dinheiro" a pessoas que desconhecia. Os pacotes eram levados por motoboys diretamente aos interessados.
Pinto Junior contou que era o procurador da offshore MCA Uruguay Ltd e disse que assinou os documentos para abertura de contas bancárias da empresa no mesmo Bank Audi, em Luxemburgo, e no UBS, na Suíça.
Teria feito isso apedido de Jafre e de Chazot. Jafre o teria aconselhado a assinar um contrato de consultoria com a Alstom para justificar o recebimento do dinheiro. Por meio dele, a Alstom repassaria 7,5% do valor do projeto Gisel, assinado pela empresa francesa com a então estatal paulista EPTE (antiga Eletropaulo). Para fechar o acordo, a EPTE contratou sem licitação um crédito de R$ 140,6 milhões (valor atual com o banco Société Générale. Segundo a PF, Pinto Junior recebeu R$ 40,1 milhões da Alstom em 2000,2001 e de 2005 a 2007. Ele disse que a MCA, no exterior, recebeu apenas US$ 2,5 milhões da Alstom.
Depoimento
"Chazot (Pierre) sempre me falou que os valores destinados ao pagamento de propinas eram referentes ao contrato Gisel da Eletropaulo"Romeu Pinto Junior - Em depoimento à Polícia Federal- As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
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