Breno Altman
Propósito de Olavo de Carvalho é semear intolerância e ódio contra ideias, organizações e vozes do campo progressista
Propósito de Olavo de Carvalho é semear intolerância e ódio contra ideias, organizações e vozes do campo progressista
O senhor Olavo de
Carvalho faz parte de uma turma bem conhecida. A dos trânsfugas, com suas
mentes atormentadas e rancores insones. Talvez seja o lobo mais boçal da
alcateia, mas não está sozinho. Do mesmo clube fazem parte Reinaldo Azevedo,
Arnaldo Jabor, Demétrio Magnoli, Marcelo Madureira e um punhado de outros.
Foram todos, na juventude, militantes de esquerda. Hoje são a vanguarda do liberal-fascismo.
O único propósito
deste filósofo de bordel é semear intolerância e ódio contra ideias,
organizações e vozes do campo progressista. A expressão, no caso, não tem o
objetivo de rebaixar os frequentadores de lupanários e suas abnegadas
profissionais. Apenas identifica um tipo clássico de charlatão, capaz de
dissertar sobre vários assuntos sem conhecer qualquer um deles, para gáudio dos
porcos que se refestelam com pérolas de conhecimento rasteiro.
Sua primeira resposta
ao artigo em que foi citado, aliás, é bastante reveladora de personalidade e
padrão intelectual. “Fico no bordel olhando a sua mãe balançar as banhas diante
dos clientes, e aproveito para meditar o grande mistério do parto anal”,
escreveu o energúmeno. Não é uma gracinha? Tratado como professor e guru por
seus áulicos, a verdade é que não passa de um embusteiro.
Figuras desse quilate
normalmente deveriam estar relegadas ao ostracismo. O degenerado Carvalho,
porém, é representativo de valores e métodos das forças de direita. Mentiroso
contumaz, atua como menestrel a animar suas hordas contra a democracia e a
esquerda.
Calça-frouxa, seu
dedo não aperta o gatilho, mas vocifera mantras que estimulam a violência e
exaltam gangues fascistas como as que atacaram integrantes do Foro de São Paulo
na noite de ontem. Por essa razão, Opera Mundi decidiu publicar, com destaque,
sua resposta. Nada mais daninho a um vampiro de corações e mentes, afinal, que
a luz do dia.
O alvo da ocasião é
uma entidade que, desde a fundação, realiza todas as suas reuniões de forma
pública, abertas à cobertura de imprensa e até às provocações de mequetrefes.
Os integrantes são partidos que lideraram revoluções populares, foram levados
aos governos de seus países pelas urnas ou estão na oposição a administrações
conservadoras. As agremiações mais antigas estiveram à frente, heroicamente, da
resistência dos povos da região contra ditaduras que provocam nostalgia na
canalha fascista.
O degenerado Carvalho
tem saudades dos tempos da tortura e do desaparecimento, das prisões e assassinatos.
Suas infâmias pueris para criminalizar o Foro de São Paulo evidenciam seus
pendores, mas também denunciam desespero diante do avanço das correntes
progressistas por toda a América Latina. Contorce-se de ódio. Os cães sempre
ladram quando passa a caravana.
Quem age na sombra e
na penumbra, sem dar qualquer satisfação sobre como se financiam ou se
organizam, são as quadrilhas do submundo reacionário, aquelas que se embevecem
com a retórica dos vira-casacas e saem às ruas para atos de agressão covarde.
Navegam na cultura política gerada pela máquina de comunicação do pensamento
conservador, dedicada a estereótipos e amálgamas contra a esquerda.
O degenerado Carvalho
não vale meia aspirina vencida, mas é parte de uma súcia a qual já passa da
hora de ser combatida sem contemporização. Essa patota dedica-se a agredir
reputações, inventar histórias e disseminar cizânia, açulando os porões da
sociedade e do Estado. Destruir o ovo da serpente é indispensável para impedir
que a violência fascista se propague em nossa vida política.
O filósofo tem o
direito democrático de continuar sua cantilena no bordel que bem desejar e o
aceitar. Mas toda vez que levantar sua voz para incitar o crime, ou gente de
sua laia o fizer, a resposta deve ser pronta e imediata. Nunca é tarde para a
devida dedetização ideológica dos vermes e insetos que funcionam como arma
biológica do reacionarismo.
* Breno Altman é
jornalista, diretor editorial do site Opera Mundi e da revista Samuel
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