Justiça nega pedido do governo de SP de acesso a investigação do Cade
Só falta agora dizer que o juiz que negou acesso aos documentos é petista.
Do G1, em Brasília
A Justiça Federal
de Brasília rejeitou nesta segunda-feira (5) pedido do governo de São Paulo
para ter acesso aos dados da investigação do Conselho Administrativo de Defesa
Econômica (Cade) sobre uma suposta formação de cartel para licitações do Metrô
de São Paulo e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
O governador de São
Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou mais cedo considerar
"lamentável" que o estado precisasse acionar a Justiça para ter
acesso a documentos da investigação promovida pelo Cade. O governo queria
acesso a todos os dados da apuração do órgão, vinculado ao Ministério da
Justiça.
O juiz federal
Gabriel José Queiroz Neto entendeu, ao analisar mandado de segurança apresentado
pelo governo paulista, que o Cade pode manter os dados sob sigilo.
"Deve-se
ponderar, ainda, que grande parte da documentação [do Cade] foi obtida mediante
ordem judicial e esta ordem foi expressa no sentido de que o Cade deveria
manter os documentos sob sigilo. Ou seja, a cautela do Cade está plenamente
justificada: amparada em ordem judicial prévia."
O magistrado é da
1ª Vara Federal, mas o caso está sob os cuidados da 2ª Vara. Ele atuou como
substituto.
Para o juiz, o
estado pode fazer sua própria investigação. "Enfim, entendo que o Estado
de São Paulo, na sua esfera de atribuições, pode, a todo instante, fazer suas
investigações sem problemas, uma vez que o ordenamento jurídico como um todo
lhe dá poderes para tanto. Com isso, quero dizer que, neste instante, não vejo
como a falta dos documentos em poder do Cade possa inviabilizar sua atividade
investigativa. Quando muito, os documentos poderiam apenas facilitar sua
atividade. Entretanto, ao menos para esta sede liminar, não vejo a alegada
urgência."
O pedido do governo
de São Paulo para ter acesso aos autos ocorreu após divulgação de que a empresa
alemã Siemens apresentou ao Cade documentos nos quais afirma que o governo de
São Paulo sabia e deu aval à formação de um cartel para licitação de obras do Metrô
no estado, segundo reportagem publicada pelo jornal "Folha de
S.Paulo". A Siemens assinou um acordo de leniência, que funciona como uma
delação premiada e que deu origem às investigações de suposto cartel.
O magistrado que
analisou o pedido do governo de São Paulo destacou que não seria possível
separar os documentos gerais da apuração do Cade do acordo de leniência. Além
disso, frisou que só se poderia permitir "mitigação" do sigilo para a
própria administração federal, mas não para outras esferas.
"O Cade não
negou propriamente o acesso do Estado aos documentos. Na verdade, o que o Cade
está fazendo é analisando a documentação, para aí, sim, poder verificar o que
deve ser mantido em sigilo, ou não", cita Gabriel José Queiroz Neto em sua
decisão.
Projetos
Segundo decisão da
Justiça de São Paulo, que autorizou busca e apreensão em empresas suspeitas de
cartel, há fraudes em pelo menos seis projetos "de extrema
relevância": linhas 2 e 5 do Metrô de SP, manutenção e aquisição de 320
carros para a CPTM, programa Boa Viagem da CPTM e manutenção do Metrô do
Distrito Federal.
Conforme a Justiça,
os documentos apontam a prática de cartel. "As alegações do Cade são
corroboradas pelos documentos acostados à inicial, os quais constituem indícios
de que as rés envolveram-se na prática de cartel."
Na linha 2 do Metrô
de São Paulo, o Cade alega, segundo o documento da Justiça, "ter havido
divisão de mercado e combinação de vencedor, com subcontratação dos
demais".
Na linha 5 do Metrô
paulista, de acordo com a Justiça paulista, "há indícios de que as
empresas inicialmente concorrentes decidiram formar um único consórcio após a
fase de pré-qualificação, eliminando a possibilidade de disputa".
Em relação à
manutenção na CPTM, o Cade alegou, segundo a Justiça, "ter havido acerto
prévio entre as empresas, sobre quais seriam vencedoras e quais seriam
subcontratadas". Na aquisição de carros, "teria havido a divisão
prévia do objeto das licitações entre os concorrentes".
No projeto Boa
Viagem as suspeitas recaem sobre quatro licitações, para as quais as empresas
teriam feito "tratativas".
Por fim, a decisão
aponta que, no Metrô do Distrito Federal, consórcios concorrentes
"dividiriam o objeto da licitação, através da subcontratação do perdedor,
sem prévia negociação de quem seria o vencedor".
A juíza Marcelle Carvalho
destacou que a busca e apreensão serviria para o Cade "colher provas
suficientes para instauração de processo administrativo".
2 comentários:
O que é revoltante?
- a ausência de falta de vergonha da imprensa(?)
- o fingimento da corrupta com o propinoduto envolvendo o alto tucanato
- o atraso (proposital!?) da imprensa paulista para com a investigação do propinotucanato
É novidade o propinotucanato?
NAO!
- na DITABRANDA(folha),em 22/06/2008 - Carlos Eduardo Lins da Silva (se não me engano era 'ombudsman') escreveu:
"Tem um que de constrangedor para a imprensa paulista que as principais revelações sobre a suspeita de corrupção do governo de São Paulo pela multinacional Alstom venham sendo feitas pelo americano "The Wall Street Journal."
Será que o jornalismo(?) investigativo(?) da DITABRANDA está TÃO ATRASADO ASSIM!?
Por que o geraldo auschwitz - aquele do Pinheirinho - não cita a Siemens?
Por que ataca-se o CADE e os políticos paulistas - NADA?
O que fazem o Tribunal de Contas do Estado e o Ministério Público de São Paulo?
Será que não conseguiram enxergar num contrato, um rombo de US$646 milhões?
O PSDB SEMPRE barrou CPIs em SP, e agora?
Será que a imprensa(?) investigativa(?) seguirá o rastro do dinheiro?
O zé bolinha de papel que comenta de tudo e de todos no twitter, será que vai postar algo ou vai fazer como é de praxe seu - FUGIR?
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