A denúncia sobre as
falcatruas foram feitas por ex-funcionários da multinacional alemã Siemens ao
Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), ao Ministério Público
Estadual e à Procuradoria –Geral do Estado de São Paulo.
O deputado José
Mentor (PT-SP) defendeu hoje (2) uma apuração rigorosa da denúncia de formação
de cartel por empresas fornecedoras de equipamentos para o metrô e trens
metropolitanos de São Paulo, num esquema montado com políticos do PSDB e que
resultou no desvio de R$ 425 milhões de recursos públicos, ao longo dos vinte
anos de governos tucanos no estado. “O escândalo vem sendo denunciado há tempos
e agora, diante de novas denúncias e documentos, é preciso punir os culpados,
avançando-se nas investigações, inclusive com uma Comissão Parlamentar de
Inquérito na Assembleia Legislativa de São Paulo”, disse Mentor.
A denúncia sobre as
falcatruas foram feitas por ex-funcionários da multinacional alemã Siemens ao
Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), ao Ministério Público
Estadual e à Procuradoria –Geral do Estado de São Paulo. Agora, com um novo
ingrediente: segundo a edição do jornal Folha de S.Paulo desta sexta-feira (2),
a Siemens afirma que o esquema criminoso teve o aval dos governos tucanos.
Mentor disse que
não estar surpreso com o fato de o governo tucano ter articulado acordo entre
empresas fornecedoras do estado. “Não é de hoje que isso vem sendo denunciado”,
afirmou. “Estão no limite da irresponsabilidade”, disse Mentor, numa referência
a uma conversa suspeita mantida em 1998 pelo ex-diretor do Banco do Brasil,
Ricardo Sérgio, com o ex-ministro das Comunicações de Fernando Henrique Cardoso
(PSDB), Luis Carlos Mendonça de Barros, por ocasião do megaescândalo da
antinacional privatização da Telebrás.
De acordo com
Mentor, a bancada do PT na Assembleia
Legislativa do Estado já apresentou pedido de CPI para apurar o caso. Na
capital, os vereadores querem aproveitar a CPI municipal dos transportes para
investigar as questões referentes ao metrô.
Para o deputado, o
legislativo paulista e o Ministério Público precisam tomar as medidas adequadas
para chegar à verdade. “Sempre quando há conluio, quem perde é o povo, que
poderia ter um serviço de melhor qualidade, com um preço menor ou até mesmo com
a oferta de mais linhas de metrô”, observou.
De acordo com a
denúncia formulada pela Siemens, as negociações estão registradas em “diários”,
que foram apresentados pela empresa ao Cade.
A formação do cartel para a linha 5 do metrô de São Paulo, por exemplo,
de acordo com a Siemens, se deu no ano de 2000, quando o Estado era governado
pelo tucano Mário Covas, morto no ano seguinte. Segundo o Cade, o conluio se
estendeu ao governo de seu sucessor, Geraldo Alckmin (2001-2006), e ao primeiro
ano de José Serra, em 2007.
Documento entregue
pela Siemens aponta o aval do governo em favor de um acerto entre empresas para
a partilha da linha 5, em trecho hoje já em operação. Chamado de “grande
solução”, o acerto consistia em formar um consórcio único para ganhar a
licitação e depois subcontratar empresas perdedoras, o que, de fato, ocorreu. A
Siemens diz que um acordo permitiu ampliar em 30% o preço pago em outra
licitação para manutenção de trens da CPTM. O esquema foi delatado pela
multinacional no mês passado.
(Jonas Tolocka - PT
na Cãmara)
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